Sobre minha cabeça,
Uma lua de prata me olha,
Outros tantos pontinhos fulgurantes que me piscam.;
Um cão magrelo,
Esbirrado na parede
Uiva indolente com a cabeça eriçada e olhos de vidro.;
Um ébrio, sobraçando uma garrafa,
Cambaleia com a cabeça pesando aos ombros.;
Seus pés deixam um rastro comprido na areia
Assanhando uma nuvenzinha de poeira,
Ginga, dançando com a própria sombra.;
Observo, como bicho entocado,
Através da frincha de minha janela
Enquanto a lua de prata me olha,
Pairando sobre minha cabeça.
|