Caminhando pelas ruas,
Deparo com seus cabelos,
observo trêmulo o seu balançar
até perder-se na esquina.
Seus passos despertam-me o sono
em vigília noturna
acompanha-me em ordem unida
pelos caminhos que sigo.
Por entre a multidão
surpreendo-me a procurar seus olhos
Mas o que encontro é seu caminhar,
por entre tantos caminhares,
mas somente o seu,
seqüestra o meu olhar,
em transe observo-o confundir-se a outras pernas
Sinto seu hálito,
que aquece-me a madrugada,
embala-me em ledos sonhos,
canto e choro rilhando os dentes
já pelo alvorecer,
ouço-a chamar o meu nome,
sua voz ecoa fundo em meu peito...
fazendo-me perder a razão num rompante,
e, desatinado, grito também seu nome.
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