Usina de Letras
Usina de Letras
288 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62175 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50579)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A Vida e a Tragédia de autrácio Malaquias -- 30/01/2003 - 15:06 (Eduardo Badaró) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
RESUMO DOS FATOS
Não que Autrácio Malaquias, fosse dado a farras, marido fiel e zeloso sempre procurou dar do bom e do melhor a sua esposa. Mas depois de vinte e dois anos de casado há de se compreender o desgaste da relação, ainda mais, quis Deus que nunca tivessem filhos, já que dona Germania Malaquias era estéril.
Autrácio já não estava mais feliz. E nossa pequena estória começa num certo dia de primavera em que Autrácio influenciado por colegas de trabalho deixou-se entregar aos braços da luxúria, chegando em casa as seis da manhã. Dona Germânia já o esperava com todas as roupas, do marido traidor, entrouxadas em duas malas que ameaçavam explodir a qualquer minuto. E após um discurso aparentemente dirigido à população dum raio de dez quadras, recheado de adjetivos que fariam corar uma cafetina, anuncia solenemente a expulsão de Autrácio daquele lar. Ele escuta tudo sem se alterar e ao final de tudo volta-se para a mulher irada, dirigindo-lhe a palavra:
- Minha esposa, diz-me hoje que não sou bem-vindo nesta casa. Pois bem, se não sou bem-vindo, me vou. Mas antes tenho algo a dizer-lhe. Vou-me embora sem culpa, pois recordo-me bem da mulher que tomei como esposa: Era uma mulher gentil, amável, não era totalmente bela e tinha lá seus defeitos, mas me amava. Ah! Germânia. Era uma mulher fantástica e ao ouvir sua voz, animava-me. Tinha para mim um toque de princesa. Hoje a mulher que deixo nada mais é que a carne daquela outra, uma carne muito mais protuberante, recheada de toucinho, como aquelas proscritas aos hipertensos, que passam dias penduradas num gancho do açougue. Olhe para você, Germânia! Onde está o teu encanto? Estará escondido dentro de um desses penduricalhos cilíndricos que ostenta o dia todo na cabeça. Ou nesses chinelos de plástico que, ao que me parece, tão boa companhia lhe são. Digo adeus não à minha esposa e sim ao que restou dela. Essa massa amorfa que tenho em minha frente -É isso mesmo! Uma massa amorfa com dor de cabeça! - E foi-se embora.
Não creio ser desnecessário ao contexto afirmar que dona Germânia sofreu de uma grave depressão nos dias que se seguiram.
Quanto a Autrácio não querer saber de sua ex-esposa, pareceria aos olhos de qualquer um muita crueldade, mas realmente parece-me que nem eventualmente voltava seu pensamento àquela com quem tantos anos convivera. Referindo-se amiúde quando perguntado a seu respeito, (sem nenhum respeito) simplesmente: "Mocréia".
E a propósito referindo-me a vida que nosso recém-separado passou a levar, pode ser resumida em "cair na farra".

_________________________________________________________________

PAUSA PARA EXPLICAÇÕES:

Creio devo-lhes explicações como autor da pretensa obra , a preguiça que me invade nesse instante é tão intensa que me impede de dar continuação ao Romance que pretendia escrever, resolvi então após aquilo que defini como "resumo dos fatos", fazer outro resumo, reduzindo assim a área escrita desclassificando-a portanto de "romance", e simplesmente rebaixando-o a um "conto".
Creio que aquele que se dispuser a lê-lo entenderá muito mais facilmente a tragédia de Autrácio Malaquias numa linguagem mais direta evitando, portanto, a “encheção de lingüiça” tão venerada por nossos acadêmicos de letras.
_________________________________________________________________

O OUTRO RESUMO

A farra de Autrácio foi a razão de sua tragédia, digo tragédia antecipando o final da estória, porque até onde foi referido a vida de Malaquias estava "muito bem, obrigado". Freqüentador assíduo dos bares de solteiro, tornou-se adepto da Boemia sempre acompanhado dos mesmos colegas de trabalho, com os quais foi despedido alguns dias após a separação. Vivia agora de renda, pequena renda vinda de um apartamento em Santo Amaro, cujo aluguel lhe provinha o sustento da comida e do wiskie (de segunda), e arcava com o financiamento do kitnete que agora chamava de lar.
Dos amigos ele era o mais velho, tinha quarenta e três para uma média de vinte e poucos. Idade, que dizia ele, nunca chegara a ter pois estava casado.
Certo dia nosso amigo levantando de ressaca após descuido na noite anterior acordou com uma jovem (bem jovem por sinal) loira e muito bonita ao seu lado. Do dia anterior nada lembrava e a dama acima citada tinha no rosto estampada a expressão de quem tinha “dado”!
Ora! Bobo Autrácio não era e sabia que não tinha cartaz para guria de tal porte. Restava-lhe a conclusão de era dama da noite. Hipótese confirmada após a cobrança de cem reais por serviços prestados. Ausente a referida pôs-se a freneticamente revirar a cama em busca do artefato de que confirmaria que, mesmo bêbado, era homem previdente. Fato confirmado exceto pelo detalhe do látex rompido.
Cabe aqui citar que estamos nos anos noventa e que não é nada fácil enfrentar cara a cara uma camisinha estourada.
O homem moderno vive hoje numa mesa de jogo, o ritmo das cidades se assemelha ao rodar de uma roleta, e você é a bolinha, ou seja, nunca se tem certeza de onde se está, e muito menos de onde se vai parar.
Autrácio estava desse jeito, não estava acostumado com essas coisas, e principalmente, nunca se preocupara com essas coisas. Tinha alguma informação sobre as novas modalidades de doenças venéreas, e soubera por alto de alguns casos impressionantes, como o de um homem cujo o membro sem mais nem menos começou a encolher, dizem que cada dia o “negócio” ficava menor para desespero do indivíduo. Até que um dia sumiu! Sem contar o caso do rapaz de vila Matilde, cujo pênis teria explodido com tamanha violência que destruiu um sobrado, matando toda a família e um casal de gatos.
Todas as tentativas de manter a calma falharam, ou seja, Autrácio entrara em desespero, prefiro aqui não citar toda a sintomologia relacionada ao caso por uma questão de respeito ao leitor, posso citar porém que era extremamente dolorosa.
Quando, insuportável, recorreu a um médico.

Diagnóstico :

Blenorragia
Tomou coragem ... respira ... pergunta:
- Isso significa?
- Gonorréia.
- ... Ufa!

E estava tudo resolvido após um doloroso tratamento a Base de Bezetacil, -Ulalá! Viva a medicina moderna!

Mas pobre Autrácio, após o referido incidente nunca mais foi o mesmo. Ele bem que tentava, mas: nunca mais funcionou !
E a melancolia acabou por dominá-lo, tornara-se amargo e ranzinza. Seus freqüentes ataques de mau -humor terminaram por afastar todos os seus amigos tornando-o um homem só.
Com o perdão da palavra Autrácio estava “fodido”, e muito mau pago, aliás nem pago era porque o apartamento que lhe fornecia a pequena renda que lhe garantia a sobrevivência, fora tomado numa hipoteca.
Resumindo, nosso herói estava, “broxa”, pobre e sozinho
A última vez que ouvi falar dele; foi quando foi despejado, dizem que foi uma cena de dar dó, ele gritava chorava e foi necessário um esquadrão de polícia para retirá-lo de lá. Após isso sumiu.

Quanto a Dona Germânia, bem com ela a história já foi diferente. Nesse meio tempo fez um belo regime uma plástica, foi eleita miss Santo Amaro conheceu um milionário, e hoje vive num iate dando voltas ao mundo, e contando dólares.

Veja também os textos do mesmo Autor


O Motel



Fila de Emprego



Napoleão e Josephine




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui