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Artigos-->O QUE HÁ DE COMUM ENTRE A LUZ E AS TREVAS? -- 13/06/2014 - 21:09 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“QUE HÁ DE COMUM ENTRE A LUZ E AS TREVAS”?



 



 Francisco Miguel de Moura 




 Escritor, membro 


 da  Academia Piauiense de Letras


 


 


Feliz mês de junho! Salve o futebol! Namorados, cuidem de amar! O amor é o maior sentimento do homem, pois se banha na correnteza do bem, onde vive e nunca lança âncoras ao porto da maldade. Agora, sim, expliquemos o título: - A frase é tirada da Bíblia, um dos livros mais antigos do mundo, e está na obra “A cidade medita”, do Pe. Raimundo José Ayremoraes Soares, pg. 95, encimando o capítulo. E ele mesmo responde: “Nenhuma união pode haver entre a justiça e a iniqüidade. Nada há de comum entre a luz e as trevas”. Quem não concordaria? Só os malvados, os iníquos. É claro que o Pe. Raimundo José, membro da Academia Piauiense de Letras, uma das maiores culturas do Piauí, em pé de igualdade com os mais cultos do Brasil, está se referindo às pessoas e não à sociedade como um todo. Entretanto a sociedade é feita por pessoas. E cada um exerce influência sobre outros na medida de sua capacidade, mas também pelo poder. Entre todos os poderes, o público é o maior e o mais complexo. Quanta responsabilidade deve ter o chefe de uma nação como o Brasil! E há também aquele dito do povo: “Diz-me com quem andas e eu te direi quem és” E ninguém age em nome da sociedade, isolando-se. A carta do leitor de “VEJA”, Paulo Vianna da Silva, de Florianópolis-SC, ilustra bem a frase: “Luiz Moura, condenado a cumprir doze anos de prisão por assalto à mão armada no Brasil, foge da cadeia, esconde-se por algum tempo, reaparece depois que seu crime prescreveu e vira deputado pelo PT... Em qual outro país uma sentença transitada em julgado prescreve? Em qual outra terra um fugitivo da prisão tem sua culpa esquecida? Que tipo de gente validou esses regulamentos?”


 


Sobre o dito Luiz Moura, o leitor Marcus A. Minervino dispara: “Se tínhamos alguma dúvida se o PT era um partido político ou uma organização criminosa, a reportagem O DEPUTADO INCENDIÁRIO (28 de maio), sobre a conduta do deputado estadual Luiz Moura (PT-SP), esclareceu a questão”.


 


Com base nestes depoimentos, vê-se que a sociedade brasileira não vai bem, a família, a educação, a saúde e a segurança, tudo aos pandarecos. Vida e dignidade perderam o valor. Vivemos acossados por ladrões e assaltantes à mão armada, por criminosos de todo tipo, de toda idade e todo sexo, os quais vivem soltos e “ignorados” pelo governo. Não há nenhuma ação cerrada para diminuir a insegurança. Ao contrário, já respingou nos meios de comunicação que há facções criminosas e partidos aliados que pagam a certos indivíduos e enviam às lutas de rua, dos estudantes e trabalhadores, para destruírem bens patrimoniais e vidas principalmente de policias. Isto é revelador. O governo brasileiro, enquanto cuida de umas e outras coisas, para mostrar serviço, cuida de fazer serviços criminosos através de “inocentes úteis”, ou mesmo por criminosos que andam soltos por aí. E mais: Cria regras e leis claramente contra a vida, a liberdade e a propriedade, direitos consagrados pela Declaração dos Direitos Humanos. Não respeitam nem a nossa Carta Constitucional.


 


A continuidade de um partido, aliado a outros grandes e pequenos, por 12 anos, é angustiante. Quando oposição, esse partido pregava tudo de bom, contra o preconceito, a corrupção pública e privada, a mentira, o roubo e as falcatruas (que sempre existiram, mas nem tanto como agora). Tomando posse, só tem feito leis, decretos, medidas provisórias, etc. que nos levam ao sentido contrário do bem.   É um governo trapalhão, iníquo, mau. Faz tudo para mergulharmos na única alternativa: altos impostos e inflação, ao mesmo tempo. É um governo da mentira, do roubo, da corrupção, pregador de preconceitos de classe e de cor, da destruição da família... Não há oferta de emprego aos que querem trabalhar para o progresso. Tudo isto acontece porque se ocupa mais de criar bolsas disto e daquilo, chegando ao desplante de instituir bolsa para a mãe solteira e para as mulheres de presos, estimulando assim ainda mais a criminalidade e o desamparo dos menores. É um governo de maldades, de iniqüidades contra a Justiça, e isto foi claramente exposto a toda a sociedade quando do julgamento do MENSALÃO E DOS MENSALISTAS pelo Supremo Tribunal Federal. Governo de subterfúgios. Mas, aproxima-se a hora de votar. O voto faz a festa da democracia, mais que o futebol, mais que o carnaval, mais que as festas juninas e o dia dos namorados. E por que votar no que está aí e pretende permanecer? Por que não votar onde ele, governo ou governantes, não estiverem?  Fujamos deles, fujamos do mal maior que é perpetuar o mal. Os direitos de opinar, de votar, de ler e ouvir informações ainda não foram cortados, felizmente. Só há dois lados: o bem e o mal. Votemos nos homens e mulheres de bom carácter.


 


          Chegamos a um estado de coisas que somos dirigidos pela anarquia, ou pior, por uma ditadura disfarçada de democracia social. A anarquia pelo menos tem uma pureza filosófica – os anarquistas não querem governo nenhum. É cada um por s“Nunca antes, neste país”... Como se o Brasil com ele houvesse começado, com ele e o PT. “Quando acreditamos que a história começa em nós, começamos a não honrar o idoso, o velho, o portador da sabedoria da vida”, frase do nosso Francisco, o Papa. Dilma negou a Petrobrás, no momento em que a vendeu (ou deixou que ela se quebrasse), sua ciência em economia é nula. Gente, o Brasil não começou com o PT. Mas pode acabar com ele, tudo depende de mim, de você, sem revolução, pelo voto simplesmente.

i e o diabo por todos. Este governo não chegaria a plano nenhum, a filosofia nenhuma, é amorfo.  Lula negou toda a tradição, toda história do Brasil, naquela frase célebre pela ignorância e “bestidade”:


TODOS NÓS TIVEMOS O NOSSO RIO



 





Francisco Miguel de Moura


Escritor brasileiro




Todos nós, principalmente os interioranos, tivemos o rio da nossa infância. E esta lembrança, às vezes traz saudade, sentimento natural que vem por conta de que a água preenche cerca de dois terços do nosso mundo, o planeta Terra. Assim é o nosso corpo também: 70% de líquido, embora animais terrestres.  Todos os poetas têm um rio para cantar. Fernando Pessoa é o grande exemplo. Num poema em que diz amar o rio Tejo. “Só que o Tejo não corre por minha aldeia”. Mas, certamente, as águas do rio de sua aldeia desaguariam no Tejo. Com o trocadilho, faz uma imagem belíssima do seu rio. Da Costa e Silva tem o “Parnaíba, o velho monge, as barbas brancas alongando e, ao longe, o mugido dos bois de minha terra” - o grande rio da saudade do maior poeta piauiense.  Já o meu rio de criança, qual é? O Parnaíba também é o meu rio, “só que ele não passa por minha aldeia”. Em “Jenipapeiro”, minha aldeia, quem passa é um rio que não é rio, é um riacho grande, o Riachão. Mas, no meu tempo de menino, nas cheias de outubro até janeiro, ele corria como um rio de vergonha. Eu me encantava quando ouvia o ronco de sua primeira cheia, a primeira “cabeçada d’água” em grande altura correndo sobre o leito seco. Era um espetáculo maravilhoso. Quem estivesse no meio não se livraria da morte, a menos que soubesse nadar bem, coisa que eu nunca aprendi. Meu pai era um bom nadador, gostava de atravessá-lo nas cheias, levando as pessoas e seus pertences para a outra margem. Ele gostava também de pescar e pescava com tarrafas feitas por ele próprio, pescava peixes grandes e peixinhos para o nosso almoço, o nosso “pirão”.  Eu só pescava no verão, quando o Riachão baixava a corredeira e deixava poços enormes (para mim, naquela idade). Eram mandis, curimatãs, branquinhas e corrós, que a gente ia buscar dentro das locas. Alegremente, levava o resultado de minha pesca para casa, e então minha mãe preparava o almoço.  Era uma festa.  No tempo das enchentes o meu rio era um rio “macho”, com força, que nos embevecia e ao mesmo tempo nos causava medo. Depois secava e a gente tinha pena, ia apenas tomar banho em cacimbas cavadas no leito. Portanto, meu rio não foi aquele açude em que me banhava nu, com Rosinha também nua, ambos inocentes, no Angico Branco (região de Picos). Ela está imortalizada em meu poema “Sonetos da Paixão” e também num soneto inédito, denominado “Primeira Namorada”, onde eu abro a cortina das minhas mentiras (ficções de poeta) e troco o nome de Rosinha pelo verdadeiro: Francelina.


 


Todos tivemos o nosso rio como tivemos as nossas namoradas. No caso da escritora Deolinda Marques, deve ter tido namorados, pois ela teve por rio o Guaribas, na hoje cidade de Bocaina, rio que naquele tempo ainda era perene, e agora se orgulha da sua barragem, por mim imortalizada no romance “Dom Xicote”. Mas o Guaribas também foi o meu rio, quando meu pai, professor andejo, morou no encontro do Riachão com o Guaribas, lugarzinho de nome Barra, próximo de Bocaina. Foi quando meu pai fazia tarrafas, pescava no encontro dos rios e fazia a comida para nós pequenos, quando chegava a nossa casa, em silêncio: - Ele estava separado de minha mãe, que ficou na Sussuapara, por causa de brigas do casal. Desse tempo tenho mais saudades. Por isto pergunto, no meu soneto “Saudade”: Por que a saudade é também uma coisa triste? Por que os tempos mais pesados, mais sofridos em carência, são os que mais ficam em nossa memória? Quem chegar a ler “O menino quase perdido” poderá encontrar alguma resposta, em fragmentos, do que estou referindo.


 


O Itaim, para onde corre o Guaribas, também foi meu rio. Morávamos em “Aroeiras”, do município de Picos. Também foi um tempo salobro e insalubre, tal como as águas povoadas de piranhas do itainense rio. Por essa razão, nunca pus os pés nele. Como sabemos, o Itaim despeja no Canindé: este eu não conheço, é meu elo perdido das águas. Eis a rede hidrográfica do médio Piauí, a parte que começa na zona mais seca, nos contrafortes da Serra do Araripe. Se eu errei alguma coisa, me perdoem os geógrafos. Aqui me interessam primeiro as águas da minha saudade, não os elementos geográficos em si. É uma geografia sentimental. 


 


Sequer tive a oportunidade de estar na foz do Canindé, quando se esparrama no Parnaíba. À nossa Teresina cheguei, para morar definitivamente, em 1964. Mas já conhecia o grande rio desde menino. Só tenho espaço aqui, para contar, que atravessei o Parnaíba, de barco, indo para o Maranhão, numa passagem de nome “Mescla”, ou “Amescla”, ali na altura de quem desce de Elesbão Veloso até o Parnaíba, sem fazer voltas. 


 


No penúltimo sábado, assisti, na Academia, várias palestras sobre o rio Paranaíba e sua morte lenta. Mas, de certo tempo para cá, não tão lenta. Ouvi os discursos de Humberto Guimarães e de Elmar Carvalho. Eles falaram verdades cruas. Nos anos 1960 a gente podia tomar banho em suas “coroas”, que não corria perigo de doenças. Quantas vezes nele nos banhamos, eu, minha família, meus amigos e amigas daquele tempo! São coisas do passado, ficaram em livros, nos jornais, e pronto. O Parnaíba está triste, transformado num esgoto a céu aberto, secando, as margens sem florestas, transformadas que foram em roças de pastagem ou plantio de lavouras de subsistência. Assim, sem o lençol de suas margens, correm areias e detritos para o leito do rio e o aterram. Que maldade! Que barbaridade! 


 


Toda a rede hidrográfica do Piauí chega ao Parnaíba já degradada.  Nós não ansiaríamos um porto no mar, se houvéssemos tratado bem o Parnaíba. Agora, babau! Nem porto nem rio.


 










O CHEIRO E O CHORO



 




Francisco Miguel de Moura*






O cheiro e o choro das


coisas empoleiradas,


empacadas na prateleira,


turvam os olhos dos homens,


invalidam o dizer,


o bem querer...


 


Perpassamos por elas, 


no balanço dos ossos


como ofício.


As beldades,


oh!  tremem as carnes,


vestidas e nuas,


no parecer – calças.


 


Não há mais perfume,


nem riso nem choro,


a verdade é tão louca!


O que une e reclamam.


é sede, o vazio, não passa.


 


E o mofo não resvala


do choro dos secos


& molhados.


Não umedece um homem.


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*Francisco Miguel de Moura é um poeta brasileiro, nascido no Piauí,  em busca de um editor de vergonha, de preferência que more no Sul. Seus poemas e sonetos, nem são novos nem velhos. Como disse o velho Carlos Drummond de Andrade, também pode dizer Francisco Miguel de Moura: "Cansado de ser moderno / agora sou eterno".











LUA DIFÍCIL

 





 


Francisco Miguel de Moura*


            

Quando menos esperava,


Bateu-me a lua na cara,


Furando minha janela...


Há meses... Que coisa rara!


 


Como sempre linda e limpa,


E livre, o caminho acerta,


Num horizonte de auroras,


Sem nuvens, uma indiscreta.


 


Que ninguém venha mexer


Com ela, agora, e comigo.


Poucas estrelas, no céu,


Silêncio, nenhum castigo.


 


Quem não te ama, querida,


Na grande esfera estrelada?


Já não sou tão pequenino,


Com tua visita de fada.


 


Já não sou tão solitário,


Há tanto tempo escondida


Dos meus olhos de menino,


Estavas onde, querida!


 


Quero beijar-te e não posso,


Pois vão dizer que sou louco.


Então, dê-me o teu abraço...


Mas um abraço é tão pouco!


 


Lua, leva-me daqui,


Estou de boa intenção,


Não importa sentir frio,


Me embrulho no teu colchão.


 


Leva-me por tua mão!


Aqui as nuvens são pretas,


É poluição, é escuro,


Digo com todas as letras.


 


Vou voar na atmosfera,


Carregado por teu braço


Sorrindo e feliz da vida,


Pra morar no teu regaço.




 


 


____________________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nascido Piauí, mora em Teresina, a capital mais verde do Brasil, por isto o grande escritor Coelho Neto apelidou-a de Cidade Verde.














DESEJOS DE MORRER



 








Francisco 

Miguel 

de Moura














Eu queria morrer sem nenhum lobe


De médico, de hospital,tão livremente


Que pudesse descer como quedm sobe


E verdadeiro estar de corpo e mente.


 


Morrer alegre. Nada alguém me cobre,


Que a morte nos recebe alegremente.


Ela é deusa também e deusa nobre,


Água pura da fonte lá no poente.


 


Eu queria morrer de modo vário


Como uma brincadeira de menino...


Mas, por outra, quem quer morrer? Jamais!


 


Porém, chegando o tempo necessário,


Terei na boca um riso fescinino


Que cause inveja a quem ficou pra trás.










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