"...Minha homenagem às mulheres de toda a Terra,
as que passaram, as que aquí estão
e as que hão de vir...fecundar o mundo...
perpetuar a Criação..."
Pelas eras afora a força tem imperado !
Pelos tempos somente lamentos, escondidos prantos,
Pelos quartos, pelas ruas, pelos cantos...
Aquela que não pode se impor pela força,
cede seu corpo
aos corpos de estranhos, cuja origem desconhece,
a lhe violentarem as entranhas.
Aquela que perambula na lida,
que trás e renova a vida.
Mulher – ninho dos homens – calor que germina
e faz maduros os frutos da Terra
– frutos que lhes declara : Guerra !
Um olhar de mulher é a seta veloz e fatal,
é luz... do farol, é a nuvem de outono,
o abandono cruel
é um mel... veneno letal quando quer...
Um olhar de mulher é um raio – capaz de cegar...
Atravessando espaços sem direção. É trovão,
é um fogo eterno a queimar,
chama ardente que teima em não se apagar
É um sopro que arrepia os sentidos,
flor a se abrir ao primeiro calor,
um desdém a dizer... que não quer querer bem ...
É um céu da manhã, transparente, é água corrente...
É uma falésia , sombrios rochedos,
a receber ondas em ininterrupto vaivém...
É um sol que não se põe, é nascente sem fim.
Um olhar de mulher é veleiro solitário,
é gaivota buscando caminhos... rotas de perdidos ninhos...
Um olhar de mulher é o mistério das notas que ecoam,
É o segredo das aves que voam,
a mistura das cores, do paladar, do olfato,dos odores...
Um olhar de mulher, quando quer...
é a potência dos neutrons,
sutileza de “laser”, suavidade da brisa nas flores...
É um mergulho, um salto... para o passado ou o futuro,
É um lamento, é um canto,
É um gemido... um pedido.
Um olhar de mulher, é assim quando quer,
qualquer coisa... qualquer tanto...
É um tudo que envolve,
um nada que despe
É adeus, despedida, é partida...
É chegada, é também revoada !
Um olhar de mulher é assim: uma imensa avenida...
onde vagueiam sonhos e desfilam pesadelos e medos em disparada
É um carro de boi pela estrada...a cantar, a chorar,
É um rio que corre,
para se afogar e morrer no seu mar...
É como a rima, que se aninha, se esconde...
por entre as palavras da minha poesia...
artenocaminho@gmail.com
|