Há muito tempo as belas artes foram classificadas na seguinte ordem:

1ª - Música

2ª - Dança

3ª - Pintura

4ª - Escultura

5ª– Teatro

6ª - Literatura

7ª– Cinema

8ª – Fotografia

Eu diria que artistas são aqueles que conseguem mexer com nossa alma. Fazem coisas inacreditáveis, estremecem nossos sentidos. Suas obras provocam-nos emoções que carregamos por anos a fio e podem até mudar nossos rumos. Para executar suas obras nem sempre os artistas precisam de muitos estudos, bastam ser doutores em suas artes. Fazem estremecer do muito sabido até ao mais iletrado ser humano.

E a arte de amar? Qual a diferença entre um artista e um bom amante? Ambos causam frenesi em outrem. A obra do artista pode ser vista em público. A do amante – me refiro do amor entre duas pessoas - acontece entre quatro paredes e seus detalhes ficam escondidos no seu coração. O artista morre, sua obra fica. O amante-artista é companheiro para os melhores ou piores momentos. Conhece e nunca revelará os impublicáveis segredos da pessoa amada. Conservar a pessoa amada não é uma arte? Se ela quiser voar, ainda que choremos cântaros de lágrimas, deixá-la ir também não é uma arte?

Não sei de escola que ensina amar. Ainda assim, todos os dias somos testados e quantas vezes não reprovamos? Quantas vezes não magoamos, fomos indiferentes ou não perdoamos? Ainda assim, com ações simples, temos a chance da recuperação. Usar apenas o corpo como expressão já nos dá grande vantagem. Gestos, palavras doces e mimos são instrumentos da arte da conquista.

Alguns de nós nascemos com dons especiais e específicos para as belas artes. A bela arte é bálsamo para o espírito. O amor não o é para o coração? O amor seria a maior arte? Afinal todos nós, com raríssimas exceções, não amamos alguém?

Ao fazer suas obras-primas os artistas rascunham, empoeiram o chão, borram telas, rasgam papéis e refazem suas obras. Não é assim também no amor? Quantas vezes não nos despedaçamos, juntamos nossos trapos e renascemos noutro amor?

A maioria das artes necessita de um instrumental, um órgão auxiliar, para a execução. É o caso do pincel na pintura, da talhadeira na escultura, da caneta na literatura. Já a arte do amor é tão sublime que exige apenas o coração... Ou amar não é uma arte?