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Poesias-->4. JESUS NO DESERTO -- 08/04/2003 - 06:53 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Vamos voltar ao deserto,

Onde haveremos, decerto,

De aprender nosso evangelho.

É que as coisas que se estimam,

No conjunto, nos animam:

Eis a lição deste velho.



Vamos pensar que Jesus,

No deserto, viu a luz

Que do cosmo se emanava.

Se lá formos, inda agora,

É a mesma lei que vigora,

Sobre a qual Jesus pensava.



No chão, a areia escaldante.;

No céu, o Sol rutilante.;

Nada mais ao derredor.

Porém, havia a esperança

De que a paz sempre se alcança,

Se amor for o bem maior.



Oásis são paraísos,

Mas, depois, serão precisos

Outros tantos sacrifícios,

Que a jornada só se encerra,

Quando o homem, cá na Terra,

Suplantar todos os vícios.



No deserto, há tormentas

Que exigem almas atentas,

Para lutar tenazmente.

Quem se entregar ao infortúnio,

Seja, embora, plenilúnio,

Outra vida há que enfrente.



Quem vencer a caminhada,

Esteja a pele tisnada,

Vai sorrir feito menino,

Que o sinal dessa vitória

Vai ser receber, em glória,

O galardão do destino.



Teria Jesus pensado

Que alguém, muito entusiasmado,

Quereria reviver

Os sentimentos bondosos

Que enaltecem nossos gozos,

Ao cumprirmos o dever?



“Pretensão e água benta”

Desta pessoa, que intenta

Penetrar na mente santa.

Jesus orava, por certo,

No silêncio do deserto,

Onde a tentação encanta.



Pensava, talvez, na luta

Poderosa, absoluta,

Que o mundo tem de enfrentar.;

Na rigidez do caráter

Que, como “celula mater”,

Nosso ser irá formar.



Sabia assim, de antemão,

No fundo do coração,

Que iria enfrentar a cruz.;

Que apenas noutras esferas,

Após muitas primaveras,

Far-se-ia aquela luz.



Foi, por isso, que o diabo,

Na intenção do menoscabo,

Se fez visível ao Mestre,

Não metaforicamente,

Mas do modo que se sente

A tentação do terrestre.



Se é inexorável sofrer,

Também existe o prazer

Que perpassa pela vida.

Esse é o oásis ligeiro,

Que se põe como primeiro,

Se do dever se duvida.



Não vamos fazer do verso

Outro deserto perverso

Que o leitor tema enfrentar,

Mas formosíssimo oásis,

De tons rosas e lilases:

Um verdadeiro pomar.



Volvamos à realidade,

Que o sonho não há quem há-de

Que consiga aproveitar.

Em lugar de um tal deserto,

Vamos pensar bem mais perto,

Que a travessia é no mar.



A figura é bem diversa,

Mas, se a nau ficar imersa,

O risco é de se afogar.

Quem morreu de insolação

Agora não tem perdão:

Vai aprender a nadar.



Ficava, também, Jesus

A contemplar doce luz,

Que nas ondas se espargia.

Meditava sobre o mundo,

Com sentimento profundo,

Talvez em bela poesia.



Quem duvidar que medite

E, em versos, não hesite

De rimar Jesus com luz.

Qualquer outra rima aí

— Eu digo porque senti —

Não consegue ser de truz.



Vou terminar estas trovas,

Pois não tenho rimas novas

E o assunto eu já esgotei.

Restaria um compromisso:

O de rogar um serviço,

Rude exigência da lei.



Ore ao pai com devoção,

Para alcançar seu perdão,

Por este tempo perdido.

Caso a fé lhe dê motivo

(Cristianismo redivivo),

Agradeça comovido.



— Jesus, perdoa o poeta,

Que, nesta rima indiscreta,

Te humanizou sem piedade.

Mostra que o amor vence a arte,

Que a beleza se comparte

E todo o universo invade.



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