VOCÊ
Que homem é você?
De onde surgiu, por onde andou?
O que é você?
Seria meu eterno cavaleiro?
Meu amor escondido entre os dias?
Eu sou tão tola,
tão humana,
tão imperfeita,
tão vulnerável,
e, de repente, me vi forte,
segura, entregue.
Estranho... não, não é estranho.
Não é estranho querê-lo,
desejá-lo, amá-lo.
Tão voluptuoso,
cheio de gestos, caras e bocas,
interessantemente avassalador.
Que saudade...
Que vontade...
E eu lhe fiz um poema.
Entreguei minhas letras.
Um mundo.
Assim do nada.
Para onde irão minhas raízes?
Por onde estão?
Que boca.
Que pernas.
Que rosto.
Que mãos.
Eu, tão simples como um nascer de sol. Sonhadora.
Tão dramaticamente inteligente.
Conheço tudo tão profundamente.
Como sou abençoada!
Quero dizer tanta coisa e não consigo. Estou sentindo saudade do homem que me
conhece a vida toda em poucos dias.
Que porte.
Que elegância.
Que carinho.
Que sagacidade.
Que sensibilidade.
Que leveza.
Toca o telefone.
Não é você.
Mas não importa.
Sei que está pensando em mim.
Sei que o verei de novo.
Logo.
Estranho, mas eu sei.
Quero ligar.
Quero falar.
Quero ouvir.
Quero dizer, enfim, que eu não sei o quero dizer.
É mais fácil em versos.
Nos poemas.
No mundo dos sonhos.
Por que você não é uma fantasia?
Não, é real. É agora.
Adoro você.
Adoro você.
Adoro você.
E não vou fingir que não vi,
que não quero,
que não me importo.
Sou seu alvo,
sou seu erro.
Sou sua vida.
Impossível.
E eu, que queria tanto lhe conhecer.
Eu sempre quis tanto lhe conhecer.
Agora, ao seu lado, sou deusa,
sinto-me a maior e mais bem-aventurada dentre todas.
Sou forte e plena.
Cheia de vida e paz.
Que estranho.
Senti-me rica, segura, apaixonada.
Eu não posso esperar mais que isso.
Também sou lógica.
Eu sei que adoro você.
Lílian Maial
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