No interior de São Paulo
Brodósqui foi à cidade
No dia trinta de dezembro
Com muita felicidade
Mil novecentos e três
De nascer chegou à vez
Duma grande sumidade.
Filho de italianos
Gente humilde emigrante
Portinari veio ao mundo
Para mudar o semblante
Nasceu pobre na fazenda
Para depois virar lenda
Artista tão importante.
Na plantação de café
Onde seu pai trabalhava
Estudou só o primário,
Mas outro poder saltava
A sua vocação de artista
Pra todos dava na vista,
Pois já se manifestava.
Aos quinze anos de idade
Foi pro Rio de Janeiro
Buscar o conhecimento
Do puro e verdadeiro
Entra fazendo apartes
Na escola de belas artes
Pra logo ser o primeiro.
Foi no ano de vinte e oito
O primeiro prêmio ganhou
Na exposição geral
Que belas artes criou
Pro estrangeiro viajar
E em Paris foi morar
E um ano por lá ficou.
Com saudades do Brasil
Em trinta e um retornou
Suas telas retratam o povo
Do Brasil com seu valor,
Esquece o academismo
Pelo experimentalismo
No modernismo adentrou.
No Instituto Carnegi
Lá nos Estados Unidos
No ano de trinta e cinco
Foi um dos escolhidos
Recebeu menção honrosa
Pela tela primorosa
“Café”, grãos sendo colhidos.
Gostava de fazer murais
Tinha essa inclinação
No ano de trinta e seis
Fez dois com dedicação
pra via Dutra inaugurada
e ao ministério dedicada
da saúde e educação.
Dessa data em diante
Sua concepção mudou
Para uma nova temática
Portinari se voltou
Na pintura informal
Foi pro cunho social
O seu fio condutor.
Companheiro de poeta,
Escritores e artista
Muita gente da cultura
Diplomata e jornalista
No final dos anos trinta
Já na projeção sucinta
Na América tá na crista.