Estudantes de Libras na Universidade
Tive a honra de participar da solenidade de outorga de grau da primeira turma de licenciatura em Letras - Libras pela UFSC polo UnB.
Como toda colação de grau é emocionante, os discursos são belos e chegam a expressar o que há de mais sagrado no ser humano: o prazer da realização, da superação.
O diferencial é que não era apenas mais uma turma, era a primeira turma que conquistou o título no Brasil; 36 surdos dotados da capacidade de superação, de coragem, força e exemplo demonstraram em puro ato de emoção o que há de mais sagrado no mundo, o recursos das mãos; mãos santas, sagradas, mão da terra, da vida, da lua, porque não dizer assim. Tamanha era a importância; arma que eles fazem uso para se comunicarem e transmitirem suas mais ínfimas e íntimas emoções, sentimentos esses de agradecimento, medo, alegria ou raiva. Enfim, somos seres humanos iguais, visto que eles nos superam com sua capacidade de sentir, perceber e também transmitir.
Lá na primeira fileira, à esquerda do palco, da segunda fileira encontrava-se a Fabrícia colega de honrosos trabalhos em gestão documental..
Agora ela é muito mais, é licenciada em Letras Libras, pela UFSC e UnB, e com a responsabilidade social de disseminar o conhecimento para o Brasil, para o mundo. Até então poucos os que conquistaram esse título. E Fabrícia, suou, se estressou, nos preocupou se recuperou e chegou lá.
A emoção transmitida naquela noite foi única e transcendeu todos os limites do ser humano e aquela turma mostrou sua capacidade de superação, ao se "tornarem árvores crescidas”, prontas para disseminarem sua aprendizagem, luzes que piscam brilhando, iluminando caminhos e demonstrando aos ditos "normais" o exemplo do que é ser, sentir, aceitar e superar limites.
Não era barulho e sim verdadeiros gritos internos que se explodiam no além, vindos bem do fundo das puras almas que ali estavam que, por meio de gestos, suspiros e emissão de sons dos céus, com vozes do alto do paraíso por meio de gratidão, de alegria, de empolgação contagiavam toda a plateia sem espaço para a solidão, ou tristeza ou a compaixão se fazer presente, não, ninguém precisava disso, muito menos aqueles formandos.Tudo era apenas grito dos corações de emoções, de felicidade e de alegria.
Parabéns a Fabrícia, a sua turma, aos Professores da UnB e UFSC, verdadeiros mestres de companheirismo, de coragem e de empenho.
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