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Poesias-->41. MEU TRISTE DRAMA -- 02/04/2003 - 09:00 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Pretendo aqui expor meu triste drama,

Que a vida transcorreu em feio clima.

Ao peixe cresce sempre a bela escama.;

Em mim, só ressecou a nobre estima,

Porque fui rejeitar a quem me ama,

Querendo cortejar a minha prima,

Antigo sentimento incontrolado,

Que era para ser ultrapassado.



Jamais concretizei o vil desejo,

Que amor não se conquista por querer.

Se hoje eu raciocino, é porque vejo

Que existe a boa norma do dever.

Mas, cego, aí na Terra, o tal cotejo

Não pude, sem malícia, resolver,

E assassinei a moça que não quis

Unir-se ao primo, para ser feliz.



Aquela que me amava se perdeu

Na escuridão da cela de um convento.

Eu nunca mais a vi, problema meu,

Que agora não me sai do pensamento.

Eu sei o que nos diz o Bom Judeu:

— “Reconciliai-vos, dentro de um momento,

Que a vida passa rápida por vós:

Se for mui grande o ódio, dor atroz.”



O que dizer, então, da minha prima,

Que despachei p’ro etéreo, com rancor?!

Julguei que morte assim o mal sublima,

Mas, antes, há de exterminar-se a dor.

Se os galhos estão secos, a vindima

É só recordação do lavrador.

Ao encontrar a moça, desandei:

Fugi, sem respeitar do amor a lei.



Eu fiz, no etéreo, o que fizera antes:

Separação invés de casamento.

Os erros que cometo são flagrantes

Excessos de egoísmo violento.

Dizendo muito amar aos semelhantes,

Fui-lhes causa, sim, de grão tormento.

Não posso vir, agora, p’ra queixar-me:

Preciso proceder ao meu desarme.



Falei coisa com coisa, até agora,

De modo extravagante mas leal.;

Deixei claro que a lei que aqui vigora

Há de seguir seu curso natural:

A solução p’ra mim vem com demora,

Que é lenta a compreensão de tanto mal,

Porém, vou refazendo-me aos pouquinhos,

Tirando a um mais um destes espinhos.



Quem terá sido o nobre protetor

Que me tirou das trevas para a luz?

Inda conservo penumbrosa a cor,

Mas a força do mal já se reduz,

A ponto de rezar e de compor,

Agradecendo a Deus e ao bom Jesus,

As vibrações de amor e caridade,

Com que me ensina a turma e persuade.



Eu quero deixar presa a melhor rima,

Para pedir perdão, na tosca trova,

Àquela que me amou e à minha prima,

Que o verso que aqui faço mais comprova

Que estou sofrendo muito, sem a estima

Da moça que encerrei em negra cova

E com a dor da mágoa da freirinha,

Que percebe que a morte se avizinha.



Morri assassinado, na prisão,

E, bem depressa, quis cá revidar.

Mas cotejei o ato desse irmão

Com o meu crime tolo, mau, vulgar,

E pude agradecer a condição

Que me levou àquele mau lugar.

Não fora isso, eu estaria ainda

Pensando que esta dor seria infinda.



Não exagero, ao carregar nas cores:

Estou tremendo muito aqui no fim.

Não fosse o amparo dos meus bons mentores,

O resultado iria ser ruim.

Eu vou pedir a Deus encha de amores

A vida dos que orarem, mesmo assim,

Sabendo quanto mal eu fiz no mundo

E quanto sentimento aqui confundo.



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