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Cordel-->A MENTIRA VERDADEIRA -- 24/12/2003 - 11:28 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A MENTIRA VERDADEIRA
(com correções)
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

A mentira já foi ruim
Associada ao pecado
Mentir era condenável
Muito pouco tolerado
No meu tempo era defeito
Muita falta de respeito
Preconceito arraigado

Mentir, só de mentirinha
Mentirinha sem vergonha
Pra enganar a garotada
Havia a tal de cegonha
No bico, o bebê trazia
Sem precisar cirurgia
Sem sujar lençol e fronha

E a criançada engolia
Ninguém quase perguntava
Porque a barriga da mãe
Daquele tamanho ficava
O risco era iminente
A curiosidade freqüente
O pai da gente enganava

A outra mentira aceita
Por toda a garotada
A história do Pinóquio
A mentira bem contada
Mentir fazia crescer
O nariz daquele ser
A verdade esfarrapada

Persiste ainda a mentira
Desta época de Natal
Do velho Papai Noel
Que um dia foi o tal
Mas hoje desempregado
Com o saco esvaziado
Aproxima-se do final

Mas hoje, é bem verdade
Mentira tem aceitação
Passou a ser para muitos
O principal ganha-pão
Políticos e sonhadores
E muitos dos eleitores
Vivem dessa enganação

Pra melhorar suas vidas
A mentira bem montada
Faz parte do cotidiano
Da eleição disputada
É obra de bom artesão
Pesquisa de opinião
A verdade inventada

A verdade foi ficando
Triste e envergonhada
Sem saber dizer ao certo
Se a mentira é a culpada
A verdade da criança
É a única esperança
Dessa praga tolerada

A verdade verdadeira
Quase sempre aparente
Virou coisa muito rara
Todos enganam a gente
Tempo e temperatura
No rádio em boa altura
A notícia convincente

Faça chuva ou faça sol
Tudo é obra do destino
É previsão passageira
É um jogo de cassino
Faça frio ou calor
Acredite com fervor
No repórter matutino

A verdade é temporária
Ela existe enquanto dura
Mas se o remédio é falso
A doença não se cura
Água dura em pedra mole
Não há pedra que a esfole
E a teoria fura

Não há o constrangimento
Mentir ou ficar calado
Só se fala em juízo
Negar para ser poupado
Dizer a sua verdade
Com muita sinceridade
Pra não ser prejudicado

Mentir com muita firmeza
Sobre conta no estrangeiro
Naquele banco afamado
Nunca botou dinheiro
Até porque tem juízo
Sem essa de paraíso
Não faz trato com doleiro

Agradar a namorada
Com mentiras no ouvido
Com segundas intenções
Conseguir o prometido
Quando tudo consumado
Nada agora é lembrado
Desmentir o desmentido

A mentira e a verdade
Hoje não mais me engano
São gêmeas bem parecidas
Nunca entram pelo cano
Só quem mente de verdade
Tem a credibilidade
Seja beltrano ou cicrano

É como se faz no Natal
O sagrado e o profano
Se misturam numa festa
Vai até o fim do ano
Entra pelo Carnaval
Juntando o bem e o mal
Todos vão comemorando

Assim a mentira evolui
Com ares de importância
Freqüentando bons lugares
Faz a sua militância
Toma assento no poder
Sem fazer por merecer
Tanta pose e arrogância

Boato é a vertente
Formado em economia
Mentira globalizada
Engano do dia-a-dia
Disfarçada de ajuda
Tudo pára, nada muda
A não ser a nostalgia

De ver o nosso país
Sempre mais endividado
E o nosso companheiro
Pedindo mais emprestado
Viajando pelo mundo
Às custas daquele Fundo
Segue o rumo enganado

Não liga para o seu povo
No palanque discursando
Vai costurando bravatas
E o povo acreditando
Que o país do futuro
Não pagará mais o juro
De boato ou engano

Assim, verdade ou mentira
São partes da mesma questão
Viver é o que interessa
Movidos pela paixão
Que de mentira tanto tem
E de verdade também
Que nascem no coração

Por isso, meu bom amigo
Aproveite o fim de ano
Muito dinheiro no bolso
Amor debaixo do pano
Seja sempre verdadeiro
Nesse mundo passageiro
Fuja do desengano










































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