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Artigos-->O Trono De Satan (O Poder Pelo Poder) -- 11/02/2014 - 06:04 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UNIP - Universidade Paulista

Campus Paraíso Período: Noturno

Pós Graduação Latu Sensu

Curso: Língua Portuguesa e Literatura

DISCIPLINA: Gêneros Textuais: Reflexões E Ensino

DOCENTE: Luís Marine

DISCENTE: Deoclecio (RA: 9309463)

TRABALHO: Análise dos Discursos de Paulo Honório

Em “São Bernardo” E De Lula da Silva/

Lulla Beija-Mão

&
8195;





“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso.

A palavra foi feita para dizer.” (Graciliano Ramos em entrevista a Joel Silveira).



RESUMO



Este texto possui por objetivo explicitar as relações ideológicas de semelhança entre os discursos da personagem Paulo Honório no romance de Graciliano Ramos, “São Bernardo”, obra literária característica da Segunda Geração do Modernismo, e os discursos do ex-presidente Lula da Silva no período sindicalista e, posteriormente, seus discursos enquanto presidente da República, quando iniciou sua política de “Lulla Beija-Mão”.



Este trabalho, conforme os critérios de análise discursiva vigente na área acadêmica, utilizou os discursos dessas personagens, a literária, do romance de Graciliano Ramos e a do ex-presidente em dois momentos de sua história política, visando mostrar a identificação do discurso do latifundiário Paulo Honório com a política do ex-presidente “Lulla Beija-Mão”.



A coleta de informações manteve a consistência dos princípios de análise discursiva presentes na obra de autores filiados a Michel Pêcheux: associação língua/sujeito/ideologia/história. As interfaces narrativas selecionadas visam identificar as questões críticas do Brasil Rural, presentes em “São Bernardo” e as questões urbanas socialmente dramáticas presentes nos discursos do Lula sindicalista. E, posteriormente, de Lulla Beija-Mão.



O trabalho resultou na identificação de “Lulla Beija-Mão” com os processos ideológicos que combatia quando sindicalista, assim como na manifesta conveniência de apropriação, em longo prazo, do poder político e jurídico nacionais, transformados numa psicose (ideia fixa e obsessão) de se manter no poder pelo poder: a qualquer preço. Veja-se evento Mensalão.



Este trabalho estabeleceu a identidade do discurso autoritário de Paulo Honório na fazenda “São Bernardo” com o de Lulla Beija-Mão. O Brasil e os interesses políticos e jurídicos nacionais ficaram subordinados à fixação (ex-líbris) psicótica do ex-líder sindicalista do poder pelo poder. Sem outras considerações de contexto social. De cidadania dos eleitores.





INTRODUÇÃO

A SITUAÇÃO CÊNICA

DOS ENUNCIADOS EM

“SÃO BERNARDO” E EM

SÃO BERNARDO (ABC)



Este trabalho é relevante para a compreensão dos processos que conduziram um trabalhador rural e um ferreiro sindicalista (Paulo Honório/Lula da Silva) ao poder político e econômico, e à mudança de atitude ideológica dos mesmos quando do usufruto das mordomias desse poder, ao sentirem-se nele, poder pelo poder, estabelecidos e instalados. Sentados no trono de Satã (o trono do poder pelo poder).



O processo de construção e representação do “Ethos” dessas personagens firmou-se no corpus do romance “São Bernardo” de Graciliano Ramos, com ênfase no artigo publicado pelo autor Decio Goodnews “São Bernardo: Enunciação e Enunciado”, e em artigos do mesmo autor sobre a mudança de atitude discursiva do ex-presidente Lula da Silva, a começar pelas inserções discursivas de Lula da Silva no contexto jornalístico documentário da eleição para governador de São Paulo em 1986, “Os Degraus do Bandeirantes: Às Vésperas Do 4° Reich”, passando por “Um Cordel Das Antigas” e artigos tais como esse, denominado: “Mensalão. Democracia! Constituição. Golpe Branco, Garantismo: STF”.



Consideremos em nossa análise o discurso de Paulo Honório, principal personagem do romance mais marcante do Ciclo da Seca, 2ª Geração do Modernismo (1930/45) de Graciliano Ramos: antes de comprar a fazenda “São Bernardo” era um peão, trabalhador assalariado, vítima da tirania de seus patrões, usado para seus interesses escusos. Após a compra da fazenda, ele se define um velhaco vil e infame. E se orgulha de suas conquistas. E do modo com que enganou e maltratou os empregados de “São Bernardo” e a própria mulher, tal como lemos nos trechos:



— A princípio o capital se desviava de mim, e persegui-o sem descanso, viajando pelo sertão, negociando com redes, gado, imagens, rosários, miudezas, ganhando aqui, perdendo ali, marchando no fiado, assinando letras, realizando operações embrulhadíssimas.



— Levei o Padilha para a cidade, vigiei-o durante a noite. No outro dia cedo ele meteu o rabo na ratoeira e assinou a escritura. Deduzi a dívida, os juros, o preço da casa e entreguei-lhe sete contos quinhentos e cinquenta mil reis. Não tive remorsos.



— E como sempre tive a intenção de possuir as terras de “São Bernardo”, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-las.



— Cinquenta anos. Cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada.



— Fastio, inquietação e raiva. Madalena, Padilha, D. Glória, que trempe! O meu desejo era pegar Madalena e dar-lhe pancadas até no céu da boca (Paulo Honório, recortes de discursos em “São Bernardo”).



Na análise do discurso de Paulo Honório podemos facilmente identificar o processo de desumanização da personagem principal do romance “São Bernardo”. Sua decadência física, emocional, psicológica. Não houve um aprendizado que o tornasse benéfico em sua disposição pessoal para com as pessoas que trabalhavam na fazenda. Não havia gratidão nem para com sua mulher, Madalena. Nem compaixão para com as pessoas que em seu redor se reuniam em encontros de interesses que deveriam ser comuns. Seus sofrimentos em mãos de fazendeiros pelos quais foi usado serviu apenas para o aprendizado do ódio, da raiva, dos resentimentos. E para torná-lo um latifundiário amante da tirania.



Lula da Silva quando sindicalista manteve um discurso contra a corrupção na política, contra a opressão dos trabalhadores pelos poderes constituídos, em favor da prevalência dos direitos dos oprimidos no área rural e no ambiente industrializado da cidade de São Bernardo onde era trabalhador, ferreiro (torneiro mecânico). Suas opiniões sobre políticos na época de sindicalista, não condizem, hoje, com a manifestação discursiva de seus interesses em permanecer sentado no trono do poder pelo poder no Palácio do Planalto:



A revolução social num certo momento decisivo, vai exigir que os antagonismos de classe conduzam a uma guerra civil. A uma guerra civil armada. A 3ª menção à esta questão nessa eleição, nas palavras do presidente do PT, Luís Inácio da Silva: "Não posso admitir que a direita queira se manter no poder através do uso de armas: aí sou amplamente favorável a que haja uma resistência da população igualmente armada". Nesse momento Lula ainda se escrevia com um "ele" apenas. E ninguém o imaginaria futuramente beijando publicamente a mão de Jader Barbalho. Nem tampouco sair em pública defesa da "história política" de Romão Sarney (GOODNEWS, “Os Degraus do Bandeirantes”, 1986).



Ele (FHC) é melhor do que seus antecessores. Melhor que Sarney, Collor e Itamar — (Lula da Silva, 29/01/95, entrevista ao jornal O Globo).



FOLHA — O sr. Apoiou Sarney, reatou relações com Collor, é amigo de Renan Calheiros, do Jader Barbalho e recebeu o Delúbio Soares recentemente na Granja do Torto. Todos eles são acusados de práticas atrasadas na política e de corrupção. Ao se aproximar dessas figuras, o presidente não transmite a ideia de tolerância com desvios éticos?



LULA — O dia em que for acusado, justa ou injustamente, enquanto não for julgado, terá que ser tratado como cidadão normal. Não tenho relações de amizade, mas relações institucionais. As pessoas ganham eleições e exercem seus mandatos (entrevista à FOLHA em 22/10/2009).



Sabemos que, posteriormente, Lula da Silva se transformaria em Lulla Beija-Mão. O Lulla Beija-Mão que saiu em defesa pública da permanência de Sarney enquanto presidente do Senado, de modo a garantir apoio político à uma personagem de extrema direita que concedeu apoio incondicional à ditadura militar e a representou enquanto presidente da Arena, partido da ditadura através do qual foi eleito e reeleito senador na década de 1970 ficando no cargo até 1985. Romão Sarney presidiu a legenda (Arena) desde 1979 que, por ser execrada publicamente pelos eleitores, mudou de nome para PDS (1980).



Todos os nomes da política nacional que representaram tudo o que de mais ordinário existia em política nacional, e que Lula da Silva tanto e exaustivamente combateu e criticou, Lulla Beija-Mão adotou como sendo seus aliados políticos e amigos institucionais e pessoais. A exemplo: Collor de Mello, Renan Calheiros, família Sarney, Maluf e Jader Barbalho ao qual beijou, literalmente, a mão. Esses e outros de igual estofo “moral” Lulla Beija-Mão agora carrega nos ombros. É uma carga e uma mala pesada demais para qualquer eleitor que não seja cooptado pela ingenuidade de intenções de voto. Nele e em seus atuais aliados. Políticos.



Lulla da Silva, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, político de discursos intermináveis em prol Transparência Brasil e pelo combate à corrupção na política, agora abraça o tronco e beija a mão daqueles políticos que se distinguiram exatamente por contrariar esses objetivos. Isto quer dizer que os objetivos de Lulla Beija-Mão é o poder pelo poder. Assentar-se o mais prolongadamente possível no trono de Satã do poder pelo poder. Agora é rei do Palácio do Planalto. E os mais emblemáticos corruptos do país são seus príncipes. O principado maquiavélico da Corte do Palácio Planalto.



Perto do fim da campanha, Lula da Silva assinou um “Compromisso Anticorrupção” com a Transparência Brasil. Especificava uma série de medidas concretas que seriam tomadas. Fundamentalmente Lula da Silva comprometeu-se a tratar a corrupção como problema estratégico, organizando para isso uma instituição que centralizaria ações de planejamento e acompanhamento de ações engendradas nesse âmbito. Prontamente engavetou o compromisso. No discurso de posse ao público que o saudava na Praça dos Três Poderes, Lula da Silva afirmou que seria “implacável com a corrupção”. O tema desapareceu nos meses subsequentes, para reaparecer em falas do então ministro José Dirceu, perto do final do ano, quando, irritado com críticas da Transparência Brasil, passou a usar o bordão que se tornaria conhecido: “o governo do PT não rouba e não deixa roubar”. Frases que Dirceu proferiria inúmeras vezes, incluindo seu discurso na tribuna da Câmara dos Deputados quando, pressionado por denúncias de corrupção envolvendo diversas figuras de seu partido, teve de abandonar a Casa Civil (ABRAMO, Transparência Brasil, Lulla e a Corrupção).



De sindicalista moralista da política nacional a rei do Brasil da Corrupção, essa a distância percorrida por Lula da Silva até chegar às ingerências do mensalão de Lulla Beija-Mão. E a Corte palaciana conseguiu, juntamente com ingerências jurídicas nos supremos tribunais, fazê-lo invisível às instâncias jurídicas. Por que, afinal, com Lulla Beija-Mão atrás das grades, quem mais poderia sustentar os esquemas da politicagem corrupta que caracteriza a política nacional?



Mesmo parecendo óbvio que línguas e literaturas formam uma parceria inquestionável, nata, atestada pela cumplicidade firmada em ter criadores, criações e estudos da linguagem, muitas vezes opera-se uma dicotomia, por força de contingências institucionais, que apaga a natureza dessa confluência inquestionável. Há, entretanto, inúmeros textos enunciados por gramáticos, linguistas, teóricos da linguagem literária ou cotidiana, poetas, ficcionistas, em que se pode observar o quanto é artificial a dicotomia imputada aos pares língua/literatura, linguagem/vida, uso/criatividade, gramática/estilística. Nos textos que tematizam essa relação, a confluência é surpreendida, exposta, caracterizando a cumplicidade das duas instâncias de expressão e conhecimento. Nesta palestra, o objetivo é mostrar de que forma a teoria análise dialógica do discurso (ADD), fundamentada no pensamento bakthiniano, encaminha os estudos dessa indissolúvel articulação (BRAITH, Resumo do livro Língua e Literatura: Saber e Sabor).



SEMELHANÇAS ENTRE

AS LIDERANÇAS DE

PAULO HONÓRIO EM

“SÃO BERNARDO” E

DE LULLA BEIJA-MÃO

EM SÃO BERNARDO

(ABC)



No romance “São Bernardo”, a personagem Paulo Honório criou, através de seus discursos, a utopia de um lugar que era melhor do que o anterior, um lugar construído a partir de sua vontade de ser o proprietário, senhor e dono, não apenas de propriedade privada (bens móveis e imóveis), mas da vontade anímica e da força física das pessoas que para ele trabalhavam.



Após ser por muito tempo explorado por latifundiários, tornou-se um deles, depois da compra da fazenda “São Bernardo” através de tretas, falsificações e cambalachos cartoriais. Uma vez patrão, ele reproduz todos os comportamentos de tirania gerencial impostos a ele enquanto trabalhador em fazendas e latifúndios da região.



Lula da Silva se elegeu presidente da República pronunciando um discurso cheio de princípios éticos em defesa das metas políticas e sociais do Partido dos Trabalhadores. A análise que projetava por meio de seus discursos era a de um líder popular empenhado em fazer valer os interesses democráticos dos eleitores: interesses em estabelecer uma ética para o exercício da política, da economia, dos objetivos democráticos dos eleitores em busca de elegê-lo para fazer valer a cidadania dos brasileiros. Fazer valer a Transparência Brasil e a luta contra a corrupção na política nacional.



Uma vez eleito presidente, o envolvimento de seus representantes partidários em casos de corrupção foram se multiplicando como bola de neve ao descer a montanha por quilômetros. Em 2003, primeiro ano do governo Lula da Silva em pleno processo transformista para Lulla Beija-Mão, a ministra da assistência e Promoção Social, Benedita da Silva (PT-RJ) viajou para a Argentina com um grupo de evangélicos às custas do contribuinte.



Os ímpetos demagógicos dos discursos políticos de Lula da Silva começaram a se revelar uma fraude: em 2005 o mensalão começou sua exposição de velhacarias institucionais, enquanto o STF determinava a abertura de inquérito criminal para investigar o ministro Romero Jucá (PMDB/Roraima) da Previdência Social por irregularidades em empréstimos concedidos pelo Banco da Amazônia a um frigorífico de sua propriedade. Deixou de ser ministro mas voltou fortificado no segundo mandato do governo Lulla Beija-Mão enquanto líder do governo no Senado.



Em 2007 a Polícia Federal flagrou fraudes na fundação Nacional de Saúde (Ministério da Saúde) através da Operação Metástase quando trinta acusados de desviar trinta e quatro milhões de reais sob comando do ex-deputado Ramiro José Teixeira, líder desse esquema de corrupção. O líder de Lulla Beija-Mão obteve empréstimos de três milhões e cem mil reais no mesmo Banco da Amazônia em 1996.



José Dirceu, Antônio Palocci, José Genuíno, Marcos Valério, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato (foragido) entre muitos e muitos outros, foram tornando mais e mais espessa a bola de neve da corrupção no governo Lulla Beija-Mão. O grande polvo Dirceu estendeu seus tentáculos em todos os esquemas principais e vicinais de corrupção. Logo ele que pretendia ser o próximo presidente da República, com planos de fazer permanecer no poder partidário por, pelo menos meio século, seu Partido dos Trabalhadores.



Dezenas de milhões de dólares somaram os acertos de seu partido com o grupo Opportunity da banqueiro Daniel Dantas. Marcelo Sereno, da Casa Civil em arranjo da administração municipal do PT em Campina Grande faturava uma “mesada” de nada menos de seiscentos mil reais que ia parar nas mãos de Dirceu.



Ruy Vicentini, tesoureiro do PPS paulistano, relatou ao Ministério Público, em julho de 2005, um esquema mensaleiro de entrega de dinheiro a vereadores no mandato da prefeita Marta Suplicy (PT-SP 2001/04). Em Mauá, cidade vizinha a Santo André, quando Dirceu era presidente nacional do PT, na administração do prefeito Oswaldo Dias, o nome do “grande polvo” fora mencionado num relato de corrupção do ex-secretário municipal de Habitação, Altivo Ovando Jr. (Veja, nos anexos, entrevista dele ao Estadão em maio de 2006).



Ao assassinato do prefeito de Santo André (PT) Celso Daniel sucederam-se outros assassinatos: Otávio Mercier (investigador da Polícia Civil, telefonou para Dionísio na véspera da morte de Celso Daniel), Antônio Palácio de Oliveira (garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime), Paulo Henrique Brito (testemunha da morte do garçom), Iran Moraes Redua (agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito na estrada e chamou a polícia em Juquitiba), Carlos Delmonte Printes (legista que atestou marcas de tortura no cadáver), Sérgio “Orelha” (escondeu Dionísio após o sequestro), Dionísio Aquino Severo (sequestrador de Celso Daniel, uma das principais testemunhas).



A cena da enunciação é, ao mesmo tempo, a fundação ou a atualização de um já dito e a legitimação, a validação, daquilo que funda ou atualiza: todo discurso pretende convencer fazendo reconhecer a cena de enunciação que ele impõe e por intermédio da qual se legitima. Entende-se por isso que o dito e o dizer se sustentam reciprocamente (Maingueneau, 2006, p. 181).



E enunciação no sentido de proposição afirmativa de intenção, se estabelece sem nenhum questionamento ético ou considerações de caráter humanista, no gerenciamento e construção da identidade tirânica do fazendeiro Paulo Honório, gerente da fazenda “São Bernardo”. Seu “Ethos” afirmou-se na crença de que seus traços de comportamento tirânicos representavam a construção da ordem e do progresso social no empreendimento de lucro pessoal em “São Bernardo”.



Assim como Lulla Beija-Mão, o latifundiário Paulo Honório criou a utopia cenográfica de um lugar que era melhor do que o anterior, um lugar construído a partir de sua vontade de ser o proprietário, dono, não apenas de propriedade privada (bens móveis e imóveis), mas da vontade anímica das pessoas que para ele trabalhavam. Para afirmar a determinação desse objetivo ele não media esforços.



Tal como Paulo Honório, o latifundiário do romance “São Bernardo”, a utopia política, cenográfica, dos discursos de Lulla Beija-Mão ao fazer seus eleitores acreditarem que seu governo traria ao país Transparência Brasil e a luta contra a corrupção seria renhida, não passavam de demagogia barata. De palanque. Lulla Beija-Mão afirmou inúmeras vezes que o mensalão era uma invenção da Oposição. Nunca existiu.



Os discursos do ferreiro Lula da Silva em São Bernardo (ABC), assim como a atuação do fazendeiro Paulo Honório no romance “São Bernardo” se equivalem ideologicamente. Ideológica e mentalmente. Ambos visavam a consecução de seus objetivos que nada tinham de humanitários. Os objetivos do fazendeiro de “São Bernardo” e do ferreiro de São Bernardo (ABC), nada tinham de filantropos. Logo, aqueles que trabalharam para suas realizações, eram pessoas (eleitores) subordinados a todo tipo de enganos. Embustes. Ilusões. Demagogia de palco. Cenografia de palanque. Lulla Beija-Mão ratificou a afirmação contrária, em seus discursos publicados online. Exemplos:



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou nesta sexta-feira, 15, para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e para o ex-presidente do PT José Genoino logo após saber da expedição dos mandatos de prisão contra os dois dirigentes de seu partido, ambos condenados no processo do mensalão pelo supremo Tribunal Federal. “Estamos juntos”, disse Lula da Silva ao antigos companheiros (Blog do Cutrim, 16/11/2013).



BRASÍLIA — As críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF) não passam de amargura, na avaliação da oposição. No sábado ele atacou os ministros da Corte por darem declarações públicas sobre o processo do mensalão após o julgamento. Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), os ataques de Lula mostram que ele esperava que os ministros por ele indicados ao STF absolvessem os petistas no julgamento do mensalão. Já o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que falta compostura ao ex-presidente (Clipping, 10/02/2014).



Uma cenografia só se manifesta plenamente se puder controlar o próprio desenvolvimento, manter uma distância do co-enunciador. É na coreografia que a atividade enunciativa se mostra essencialmente reflexiva. Ela fala do mundo apontando, de algum modo com o dedo para sua própria atividade de fala. Eu significa designar alguém e mostrar que esse alguém é aquele que profere o enunciado em que aparece esse Eu. Um verbo empregado no presente designa o próprio momento em que se produz o enunciado que contém esse presente (Maingueneau, 2004, p. 108).



A análise do discurso da opinião geral da imprensa e de parlamentares da oposição, é a de que Lulla Beija-Mão não mais está credenciado moralmente (se é que um dia esteve), para as funções e obrigações políticas de proferir seus discursos deletérios sobre a atuação institucional do Judiciário. Na ausência de compostura em suas falas discursivas Lulla Beija-Mão se autodescredenciou à falação crítica contra o STF por seus membros terem condenados seus cúmplices no evento mensalão. Seus ressentimentos não são bem-vindos em nenhuma instância de eleitores da população.





“ETHOS” DO PERSONAGEM PRINCIPAL

“ETHOS” DAS PERSONAGENS SECUNDÁRIAS



A imagem de um homem empreendedor, dinâmico, dominador, obstinado, possessivo, determinado, obcecado, vai se afirmando na narração do “tempo ideológico do enunciado”. Ele, Paulo Honório, não desanima com os fracassos: supera os empecilhos sem considerar princípios, quaisquer que sejam: religiosos, morais, éticos, honra ou vergonha. Ele deflagra toda uma série de ações de banditismo, jagunçagem, ameaça judicial, chantagem, para apressar a aquisição das terras da fazenda “São Bernardo”.



O esquema literário narrativo do romance “São Bernardo” é construído quase que em sua totalidade, no “tempo do enunciado”, mesmo após o advento de Madalena, e do suicídio desta, o narrador se desdobra na exposição narrativa que designa toda a sequência de palavras proferidas por um ou vários falantes, pelo conjunto que constitui os dados empíricos (o corpus) da análise e pesquisa linguística. Neste trabalho.



Em linguística este enunciado se define no segmento da cadeia falada de comprimento narrativo (in)determinado, nitidamente por marcas formais: a fala, a retomada da fala por outro falante, e/ou por outros (discurso direto livre, p.ex.). A palavra latina “dictium” define este tipo de enunciado para que nunca seja confundido com o sentido da enunciação, desde que esta, enunciação, opõe-se ao conceito linguístico de enunciado. Quando não o complementa.



Toda unidade de comunicação oral e/ou escrita, por mais elementar seja, constitui-se forma de enunciado. Os enunciados são inscritos em certo contexto que fornece coerência ao discurso. Um enunciado dos mais conhecidos no estudo da análise de textos de comunicação diz que “enunciado se opõe à enunciação da mesma forma em que o produto se opõe ao ato de produzir. A extensão do enunciado não importa, ele pode ser de algumas palavras ou de um livro” (Maingueneau, 2001).



No “tempo narrativo da enunciação”, Madalena continuou estigmatizada, culpada, acusada de querer impedir Paulo Honório de tornar “São Bernardo” um lugar próspero, no qual se realizaria a utopia de sua fixação pessoal de proprietário e “herói” construtor da prosperidade local, a partir dos princípios, normas e/ou da ideologia do capitalismo selvagem (“capitalismo cromagnon”).



A ideologia do discurso e da “praxis” de Paulo Honório visava, sempre, a submissão impiedosa, sádica, cruel, sinistra, tirânica, dos corações e das mentes das pessoas submetidas ao controle de sua vontade de dominação. Ele visava obter delas a subserviência total, tirando delas sua humanidade, querendo delas uma atitude apenas de servidores. Seus trabalhadores eram prestadores de serviços, assalariados, coisas, “objetos” de uso e abuso de seu poder econômico, político, ideológico.



Assim como acontece com os eleitores de Lulla Beija-Mão. Os eleitores que compreendem que os trinta dinheiros do Bolsa-Família são uma forma de enganá-los e trair os objetivos da educação de seus filhos. Educação que continuará educando-os para a prostituição e o tráfico de entorpecentes. E para a aceitação de que o estado do processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral de seus filhos continuará miserável e deprimente. Por mais e muitas gerações.



Mesmo nos momentos de maior dramaticidade do “discurso de enunciação”, quando Paulo Honório, num primeiro momento, mostra-se afligido por muitas culpas (após Madalena suicidar-se), ele ousou atenuar o sadismo presente em sua ideologia. Ele, o latifundiário e fazendeiro Paulo Honório, estava possuído pelas premissas de seu “Ethos” ideológico. Possuído em sentido “lato sensu”: física, mental, emocional e anímico (incorporação do demônio da ideologia do capitalismo cromagnon).



Falamos de incorporação para designar a ação do “Ethos” sobre o co-enunciador. Jogando com a etimologia, podemos ver como essa “incorporação” opera em três regimes indissociáveis: (1) a enunciação leva o co-enunciador a conferir um “Ethos” ao seu fiador, ela lhe dá corpo (2) o co-enunciador incorpora, assimila, desse modo, um conjunto de esquemas que definem para um dado sujeito, pela maneira de controlar seu corpo, de habitá-lo, uma forma específica de se inscrever no mundo (3) essas duas principais incorporações permitem a constituição de um corpo o da comunidade imaginária dos que comungam na adesão a um mesmo discurso (Maingueneau, 2004, p.99).



“Ethos” não diz respeito apenas, como na retórica antiga, à eloquência judiciária ou aos enunciados orais: é válido para qualquer discurso, mesmo para o escrito. O texto escrito possui, mesmo quando o denega, o tom que dá autoridade ao que é dito. Esse tom permite ao leitor construir uma representação do corpus e do corpo do enunciador (e não, evidentemente, do corpus e do corpo do autor efetivo). A leitura faz então emergir uma instância subjetiva que desempenha o papel de fiador do que é dito (Maingueneau, 2004, p.98).



Paulo Honório requer pressa, quer produzir para o mercado consumidor capitalista, não há sensibilidade em suas intenções, há apenas a ânsia inesgotável de lucro, afirmada pela noção de quantidade. Luís Padilha é para ele um objeto de uso e abuso. Destituiu-o da posse da fazenda “São Bernardo” por meios ilícitos. E continuou a explorá-lo. Impiedosamente.



Marciano, Rosa, Negra Margarida, “seu” Ribeiro e dona Glória, Joaquim Sapateiro, Mendonça, doutor Magalhães, Casimiro Lopes, Mestre Caetano, ele alquebra, humilha, debilita a todos, acovarda-os, submerge a cada um deles na necessidade dos despossuídos, dos excluídos das benesses do sistema da ideologia capitalista. Humilha-os, porque sua referência é a cadeia de acontecimentos nefastos que ele superou pela ganância, pela vingança às humilhações sofridas, quando não passava de peão de boiadeiro de outros fazendeiro e proprietários da região.



Desta forma se confirma o “tempo ideológico da enunciação na narrativa”. A suposta posse de Madalena, o casamento... É aí que o romance começa, e já estamos, aproximadamente, no 18° capítulo. Segundo a opinião de teóricos da literatura, (Lukács, p.ex..), um romance é a história da busca de valores autênticos por um personagem problemático, dentro de um universo vazio de significado no qual não há imanência (necessidades psi, procedentes da razão ou da espiritualidade).



Paulo Honório somente no momento problemático da enunciação, passa a ser um personagem que ameaça a afirmação de sua ideologia (após supostamente começar a matutar as razões do suicídio de Madalena). Agora ele não mais está tão senhor de si, coeso, forte, irrepreensível, “dono da cocada preta”. O suicídio dela, sua mulher Madalena, problematiza o autor narrador. E ao mesmo tempo mobiliza sua alienação frente ao reflexo de sua imagem cenográfica.



Lulla Beija-Mão talvez não tenha vivenciado esse momento de enunciação política. Lulla Beija-Mão não questiona nada? Ou, ao contrário, quer se fazer acreditar como herói pobre que ganhou o cargo político máximo de uma nação. Ele não questiona o fato de que alquebrou, humilhou, debilitou a todos, acovardou seus eleitores, submergiu a cada um deles na necessidade dos despossuídos de moral institucional, tornou-os excluídos das benesses das promessas de moralização institucional e da instauração da ética na política. Transparência Brasil não passou de um discurso vil e vazio de sentido.



A luta contra a corrupção não passou de mais uma safadeza de discurso eleitoral de palanque.



Paulo Honório e Lulla Beija-Mão são dois personagens que se equivalem em seus processos de auto alienação. E de alienação coletiva: de seus trabalhadores, de seus eleitores. Eles transformaram suas ilusões em realidades típicas do tropicalismo turístico tipo frevo do carnaval pernambucano, do latifúndio e da política malvadeza do folclore baiano: capoeira, candomblé, lavagens de purificação. O poder era a única coisa que lhes interessava conseguir. O fazendeiro em sua fazenda “São Bernardo”. O Ferreiro Lulla da Silva em São Bernardo (ABC) e o político Lulla Beija-Mão no trono do Palácio do Planalto, encantado por suas conquistas demagógicas.





A CENOGRAFIA SOCIAL AGÔNICA

DO LÍDER DA BOLSA-FAMÍLIA DOS

ELEITORES DA CORTE BEIJA A MÃO



Cada gênero de discurso define seu próprio corpus. Seu próprio papel. Pessoal. Social. Sua própria enunciação. Consciente. Inconsciente? O discurso político deveria, presumo, suscitar enunciados não de uma esperança desesperada, uma frustração encantada, mas da realização de uma educação que lhes provesse (os eleitores) das ferramentas intelectuais mínimas para a compreensão da complexidade social do mercado de trabalho e do estudo, não de enunciados com falsas expectativas sociais no cenário de enganações demagógicas em que estão inseridas. As massas de eleitores. Do Bolsa-Família.



“A matéria é feita de sonhos”. Mas a vida é feita de ações que, podem ou não realizar esses sonhos. Esses sonhos que você sonha são seus? Quem os sustenta? Quem os alimenta? Quem os engana? A sociedade civil brasileira não merece o slogan que a representação política atual lhe oferece: ME ENGANA QUE EU GOSTO!!!



CONCLUSÃO:



“ME ENGANA QUE EU GOSTO”



A coreografia é a fonte do discurso e daquilo que ele engendra. As coreografias legitimam os anunciados. A coreografia é a anunciação. Ela constrói progressivamente seu próprio dispositivo de fala. E em seu momento de epifania revela a cena da própria enunciação. A coreografia social dos eleitores, fonte dos discursos políticos, é o lugar de onde nasce a fala.



A opinião de Michel Foucault afirma a mesma coisa quando diz ser necessário “determinar qual a posição que pode e deve ocupar cada indivíduo para dela ser o sujeito”. Está patente o alto grau de subordinação às ciências sociais e à argumentação pertinente ao sentido pejorativo (na sociolinguística) da suposta evolução de caráter científico. E político. Suposta evolução científica e política que pontifica nessa área: da sociolinguística. Suposta evolução que se faz prevalecer sobre os interesses da sociedade. Sem cidadania. Sem política realmente representativa desses interesses.



Para que haja certa credibilidade e confiança nos discursos dos atores políticos na democracia nacional, na qual apenas supostamente o povo é soberano, será preciso fazer com que aconteça politicamente um evento de enunciação social que justifique esse conceito interativo: democracia e participação popular nos eventos políticos. Todos. Não proibindo os eleitores de participação em sua formalidade secreta. Institucional. Deletéria. Que segrega os eleitores e a participação social e política dos mesmos. Nos eventos políticos enunciativos da cena institucional que não mais seriam do interesse do eleitor, por serem fechados. Secretos. De interesse corporativo. Ilícito. Antidemocrático. Restrito a grupos de corruptos e a seus interesses particulares.



Segundo Foucault, aqui reside umas das especificidades da análise dos discursos, sendo preciso que o principal não é buscar o grau de verdade que os discursos revelariam, mas como se produzem, na sociedade. Os efeitos de sentido de que podem estar constituídos os vários discursos.



Na era Vargas, a construção de imagens dos inimigos situava-se na identificação da desordem nacional e na definição do sujeito subversivo, entendendo-se por subversivo todo aquele que criava “desordem” e combatia o regime. A produção discursiva dos policiais no cotidiano policialesco reproduzia o discurso ideológico do governo na manutenção da ordem e combate à “desordem”, com base na utilização de palavras-chaves que designavam quem eram os “desordeiros” (Silva, Esudos do Integralismo, 2002).



O líder político Lula da Silva em seus discursos supostamente democráticos, afirmava a necessidade da Transparência nos eventos políticos nacionais, assim como o combate renhido à corrupção institucional. Agora, Lulla Beija-Mão beija a mão de supostos opositores políticos que foram responsáveis por uma política de dominação atroz dos ativos financeiros da sociedade em benefício das próprias contas bancárias e de seus ativos móveis e imóveis.



A cena enunciativa do “Beija-Mão” presidencial evidenciou sua disposição em agregar o coronelismo mais atrasado do nordeste brasileiro às suas antigas bandeiras de ética na política, transparência na atuação institucional dos representantes de seu partido... Tudo dissolvido na sopa primata das alianças neolíticas que são pedaços do corpus e do corpo político do Frankenstein Analfabeto.



Como unir a cena do “Beija-Mão”, a interesses políticos da sociedade medianamente letrada de eleitores? Lulla Beija-Mão metamorfoseou-se de príncipe dos interesses democráticos dos eleitores nacionais, em sapo de coaxar discursivo repugnante no brejo das almas penadas da política da corrupção nacional.



Todo discurso, por sua manifestação mesma, pretende convencer instituindo a cena da enunciação que o legitima... a cenografia não é simplesmente um quadro, um cenário, como se o discurso aparecesse inesperadamente no interior de um espaço já construído e independente dele: é a enunciação que, ao se desenvolver, esforça-se para constituir progressivamente o seu próprio dispositivo de fala (Maingueneau, Ibid. p.87).



O coronel Paulo Honório e Lulla Beija-Mão têm nessa cenografia política atual, coincidências comportamentais de vida que não criam a possibilidade, muito pelo contrário, de um discurso democrático. Lulla justifica plenamente a enunciação discursiva da afirmação de um “Ethos” canibal, característico de suas mudanças de interpretação na cena política discursiva nacional. O discurso continua sendo enganoso. Arbitrário. Ressentido. Ninguém mais legitima sua discursividade demagógica. Exceto os mais fanáticos membros de seu partido político.



Na fazendo “São Bernardo” Paulo Honório conseguiu subir as escadas na pirâmide social, transformando-se em patrão. Lulla Beija-Mão promoveu a cena vale-tudo da enunciação bastante conhecida da política do poder pelo poder de que ficam imbuídos aqueles que se sentaram no trono de Satã do Palácio do Planalto. Lulla Beija-Mão agora não passa de um cangaceiro da política do poder pelo poder do alpinismo social.



Por meio da enunciação “Beija-Mão” revela-se a intenção inconfundível, sub-reptícia, das cenas políticas anteriores do enunciador. Os traços de seu caráter se revelam na cena da enunciação política focal de seu “Ethos”. Ele, Lulla Beija-Mão, nela, cena, informa seu público ao afirmar de forma incontestável:



“Eu agora sou isto, em realidade sempre fui um buscador do poder pelo poder, sempre fui um político Beija-Mão. Nunca fui aquele Outro, que vocês pensavam que eu era. Aquele Outro Lula da Silva dos tempos do sindicalismo em São Bernardo quando comecei a trabalhar os discursos infestados de mentiras para conseguir construir a cartilha do ABC de como chegar ao poder. Pelo poder.” Uma imagem vale mais do que um milhão de palavras.



REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS



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BARTHES, Roland, A Aula, aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França, prununciada no dia 07/01/1977. Editora Cultrix, São Paulo, 2007.



BRAITH, Bety. Literatura e Outras Linguagens, Editora Contexto, São Paulo, 2010.



CRESTANI, Luciana Maria, Jornal On-Line: uma nova perspectiva de leitor e co-enunciador: www.ufjf.br/revistagatilho/files/2010/06/crestani.



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HENRY, P. (1997) “Os Fundamentos Teóricos da Análise de Discurso de M. Pêcheux” in Por uma Análise Automática do Discurso, Ed. Unicamp, Campinas.



LUKÁCS, Georg, História E Consciência de Classe, Livraria Martins Fontes Editora, São Paulo, 2003.

MAINGUENEAU, Dominique, Análise de Textos de Comunicação, Editora Cortez, 3ª edição. São Paulo, 2004.



ORLANDI, E. P. A Linguagem e seu funcionamento, Ed. Brasiliense, São Paulo. 1983. Língua brasileira e outras histórias. Editora RG, Campinas, 2009.



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RAMOS, Graciliano, São Bernardo, 93ª edição. Grupo Editorial Record, Rio de Janeiro, 2012.



SHELLEY, Mary, Frankenstein (O Moderno Prometeu), edição em HQ desenhada pela artista plástica Taísa Borges, editora Peirópolis, São Paulo, 2012.



SILVA, Giselda Brito, Uma Proposta De Análise Interdisciplinar Para Os Estudos Do Integralismo, Revista de História Regional, Fundação Araucária, Editora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Campus Uvaranas, Paraná, 2004.





GLOSSÁRIO



1 Romão Sarney, menção à personagem do romance de Aluisio de Azevedo, João Romão, do escritor maranhense autor de “O Cortiço” (1890). Inaugurou o Naturalismo na literatura brasileira. A personagem João Romão é ambiciosa, pragmática, sem escrúpulos. Recebe de herança um mercadinho e constrói em redor dele “O Cortiço”. Garante dessa forma sua ascenção social em um ambiente marcado pela desigualdade econômica. Romão explora os habitantes do cortiço, abusa dos serviços da escrava Bertoleza. Forja para ela uma carta de alforria, livrando-se dela depois de usá-la e abusá-la. Casando-se a seguir com a filha do comerciante Miranda. Romão Sarney, atualmente, chefia a oligarquia Sayney no Maranhão numa situação social semelhante à do romance “O Cortiço” de Aluisio de Azevedo.



2 “Ao colocar o enunciatário como uma das instâncias do sujeitos da enunciação, Greimas quer ressaltar seu papel de co-enunciador. Com efeito, a imagem do enunciatário constitui uma das coerções discursivas a que obedece o enunciador: não é a mesma coisa produzir um texto para um especialista numa dada disciplica ou para um leigo ou para uma criança ou para um adulto”. (Fiorin, 2008, p. 153).



3 “A matéria é feita de sonhos”, citação do personagem Hamlet da obra de Shakespeare.



4 dictum proprium : Um ditado pessoal ou individual que é dado pelo juiz que emite um parecer, mas isso não é necessariamente apoiado por toda a corte e não é essencial para a disposição. R P s dictum : a afirmação de que uma pessoa faz sem ser obrigado a fazê-lo, ou, ainda, a discussão de pontos ou questões que não foram levantadas pelo registro ou de sua sugestão de regras que não se aplicam no caso em barra de um tribunal. Dictum judicial : uma opinião por um tribunal sobre uma questão que está diretamente envolvido, informado, e defendido por um advogado, e ainda passou pelo tribunal, mas isso não é essencial para a decisão. Obter dictum em latim significa “algo dito de passagem” e é um comentário feito ao entregar um parecer judicial, mas é desnecessário para a decisão sobre o caso e, portanto, não precedential (embora possa ser considerado persuasivo).



5 Enunciador: o sujeito da enunciação, o sujeito que marca a fala, a escrita ou a mensagem do enunciado (locutor, emissor, falante).



Coenunciador: sujeito da enunciação. O que faz companhia ao enunciador e profere marcas especiais (emocionais) no processo construído pelo enunciador. O sujeito da enunciação é o sujeito de uma intenção que insere dúvida e incerteza num universo vazio de significados pertinentes à ausência de imanência, sensibilidade e espiritualidade.



6 Capitalismo Cromagnon: termo utilizado pelo autor de nome literário Decio Goodnews e no me literário Sereno Hopefaith, para designar o processo de produção capitalista e suas instâncias de apoios (superestrutura do poder pelo poder).





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