Nosso povo tem bom gosto
Na música e na poesia
E a perder a alegria
Por certo não está disposto.
Até lhe causa desgosto
Usarem de falsidade,
Melhor falar a verdade,
Seja leigo ou bacharel.
A beleza do cordel
Está na simplicidade.
E tudo mais que se diga
Tentando sofisticar
Nunca, amigo, há de vingar
E até mesmo periga
Soar como pura intriga
Falarem pela metade
Porque, na realidade,
Devem cumprir seu papel.
A beleza do cordel
Está na simplicidade.
Lá nos confins do sertão,
De posse de uma viola,
O cantador faz escola,
Descrevendo a situação
Daquele pobre rincão.
Pois chega a ser maldade
Não ouvir a autoridade
A voz desse menestrel.
A beleza do cordel
Está na simplicidade.
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