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Poesias-->35. RETIRANDO A VENDA -- 27/03/2003 - 06:53 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A turma da poesia não se sente

Bem preparada p’ra enfrentar a glosa.

Quem fala que está bem, provavelmente,

Quer ser muito polido, pois é prosa

O verso que ditamos mais freqüente,

Que o texto, na cadência, bem se dosa,

Mas não traz emoções em seu compasso,

Pois são outros os temas neste Espaço.



Quem vem lembrar a vida, aí na Terra,

As tristes cabeçadas contra o bem,

Revolve os sentimentos de quem erra,

Para fazer sofrer quem lê, também.

Mas que lição tal verso mais encerra,

Além da de dizer que mais alguém

Se viu preso nas garras da maldade

E quer ver se tal dor a trova invade?!...



Não tenho o que dizer por conta minha.

Queria era mostrar temas de estudo.

E como estão as uvas dessa vinha?

Muito verdes, na forma e conteúdo.

Como, porém, não vou sair da linha,

Que tal dizeres tu: “Então eu mudo,

Na condição de que se englobe o ensino:

Jesus e Allan Kardec em um só hino”?



Reproduzi a idéia do meu povo,

Que assim também pensava, quando vivo.

Não há, portanto, aqui, nada de novo:

Com que Jesus falou eu já convivo

E as peças de Kardec eu também movo,

À luz do Cristianismo redivivo.

Mas colocar em verso é que é difícil,

Pois tem muitos andares o edifício.



Estou brincando mas o tema é sério:

O que menos suporto é hipocrisia.

Depois que regressei do cemitério,

Tentei em vão aqui compor poesia.

Era a intenção tão-só de refrigério:

Reproduzir lições eu não queria.

Desculpava-me, então, com a Doutrina,

Que, sem estar bem sério, não se ensina.



Não quero dar de muito sorrateiro,

Pois perdoar a dor é obrigação.

O sentimento alegre é que requeiro

De quem nos aceitou a dar lição.

O Mestre foi, um dia, carpinteiro:

Qual obra nos sobrou de sua mão?

Deve esquecer-se o verso e o sentimento.;

Deve reter-se o fim desse tormento.



Quando inseri, na rima, algum ensino,

Fiz alusão tão simplesmente à luz.

Não quero que se pense que combino,

No que faço, Kardec e o bom Jesus.

Só vim cantar, bem longe de ser hino,

Como é que o ser humano se conduz,

Quando não tem de trova cabedal

E reconhece, assim, quanto está mal.



Qual a lição que prego nos meus versos,

Eis o exercício p’ra fazer em casa.

Não vou dizer que estão muito perversos,

Como também não são nenhuma “brasa”.

Se existem méritos, estão dispersos:

É que não perco a rima de uma vaza.

Modéstia à parte, é esse o sentimento,

Mas muito brando, que o pensar é lento.



Se descrevi o pensamento humano,

Tão fugidio, arrisco e debochado,

Não vou dizer que também eu me engano,

Porque estaria, então, encalacrado.

A quem julgar que estou ficando insano,

Basta rezar, p’ra ser de meu agrado,

Pois de que vale a vida sem mistério?

Que fique algum p’ra após o cemitério.



P’ra Allan Kardec, a caridade salva.;

P’ra Jesus Cristo, amar é compromisso.;

Para a beleza, existe a Estrela d’Alva.;

Para o sorriso, achar um bom serviço.;

P’ra quem sofrer, um chá de sálvia e malva.;

E, p’ra mim, esta rima, quando enguiço.

O resto vai por conta do leitor,

Que, um dia, cá estará, para compor.



Sentiu, batuta, a trova tão sem jeito,

Conforme disse na primeira estrofe?!

Mas, que fazer, tem de levar no peito,

Mesmo que bote boca afora o bofe.

Porém, se alguém errar, então respeito,

Pois quem aprende quer que o verso afofe

A dura condição da seriedade,

Que exige que haja amor — e persuade.



Não quero fazer beiço, cá no fim,

Porque sinto saudade aí da Terra.

Foi bem por isso o verso tão ruim.;

É bem assim que a trova agora emperra.

Não vou pedir que rezem mais por mim,

Que existe gente triste, em dura guerra.

Eu peço mais, peço que a vida renda.

Tirem, por Deus, da vista a negra venda!



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