O doce som de tua voz, já não escuto mais,
A fantasia trabalha imagens, que já não são reais.
A partida sem volta revela a profunda solidão.
O telefone não toca mais, vem o fogo do purgatório...
Anunciando uma eterna nostalgia...
O magnetismo deste encontro transcende as leis da física.
A retribuição de ambos termina numa mesa vazia..
Eu não posso encontrar, quem não quer ser recebido.
Então vem a madrugada solitária..
No dia seguinte, vem o trabalho, vem à realidade.
O telefone não toca mais..
Vem à noite, e caminho até o local do apogeu,
Lá está no fundo, próximo ao parque,
Vejo a mesa que tinha vida, tão solitária, desabitada..
Caminho pelo mesmo trajeto, sente a ausência,
O vestido ainda enfeita a vitrine, e mantém o preço da fantasia..
Desço, ando penso e volto para a realidade..
Ela não se encontra, parto para o acaso,
Com flashes de imagens que me sufocam, me torturam.
Eis que revelo sentir uma dura obsessão...
É uma sensação, de viver intensamente um lindo dia,
Então vem a noite e nunca mais amanhece...
Vejo-me carente, do calor de teu sol.
Do brilho de teu sol.
Da luz que emana em todos seus dias,
Da semente que brota o alimento da vida...
Sem o seu calor, fica difícil viver.
A sarcedotiza tem a sua força de decidir,
De condenar, ou absolver um grande amor..
Na verdade, o sentimento maior, é cárcere,
De o seu próprio ser...
Fecho os olhos e vejo as luzes cruzarem o céu azul
Formando as cores do arco-íris,
É verdade que o céu está nublado,
Desejo que venha a chuva e lave nossas almas,
Limpando assim, a nossa iniqüidade.
Depois, caminhar brando,
E implorar, por uma luz no fim do túnel...
por essa dura obsessão...
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