Certo dia, passando ao lado do Santuário do Bom Jesus, ouvi um sacerdote orando em línguas.Por um momento pensei que estivesse embriagado com o vinho do ofertório. Não compreendendo o significado daquelas coisas perguntei a uma pessoa que estava perto: “ O que o padre está dizendo?” A pessoa respondeu baixinho: “está orando em línguas”. Chegando em casa abri aleatoriamente a bíblia, pensando: “Se é coisa de Deus, está na Bíblia”. Abri no Livro de Samuel e li:
“Prolongando ela sua oração diante do Senhor, Heli observava o movimento dos seus lábios. Ana, porém, falava no seu coração, e apenas se moviam os seus lábios, sem se lhe ouvir a voz. Heli, julgando-a ébria, falou-lhe: Até quando estarás tu embriagada? Vai-te e deixa passar o teu vinho.” “ Não é assim, meu Senhor, respondeu ela, eu sou uma mulher aflita: não bebi nem vinho nem álcool, mas derramo a minha alma na presença do Senhor.” Heli respondeu: “ Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda o que lhe pedes.” (I Samuel 1,12-17)
Eu desejei falar daquele modo, bem como entender o significado daquele balbuciar e voltando do trabalho, comprei o livro: “ O Dom de Línguas,” - de Adriano Couto – Editora Raboni. Li-o por inteiro, voltando em uma e outra página, para conferir e estudar as citações. Estava escrito: “Quando oramos em línguas, uma das grandes graças que recebemos é o auxílio de Deus, do Espírito Santo, para vencer nossas limitações. O tratamento terapêutico que se realiza por esse carisma inicia-se quando Deus vem em nosso auxílio. (O Dom de Línguas Editora Raboni,) porque, “O Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; pois, não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” ( Rom 8,26).
Gemidos inefáveis, repetia buscando o sentido da palavra “inefável”. O dia seguinte era Domingo de Pentecostes. Atendendo ao chamamento do coração, levantei-me cedo, e fui à igreja do Santuário do Bom Jesus. Deu-se início à celebração. O padre era aquele mesmo que vira outro dia, orar em línguas.No decorrer da celebração o Ministro da Palavra anunciou:
Leitura do Livro dos Atos do Apóstolos capítulo 2, versículos de 1 a13
“ Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e repousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam sua admiração: “ Não são, porventura, galileus todos estes que falam? Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Partos, medos, elamitas; os que habitam a Mesopotânea, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, a Frigia, a Panfilia, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; todos ouvimos publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!” “Estavam, pois, todos atônitos e, sem saber o que pensar, perguntavam uns aos outros: Que significam estas coisas?” Outros, porém, escarnecendo, diziam; “estão todos embriagados de vinho doce.” Palavras do Senhor. Ao que o povo respondeu: “ Glória a vós, Senhor!
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