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Poesias-->33. LEMBRANDO TOM JOBIM -- 25/03/2003 - 06:49 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Integra-se o meu verso no roteiro

Da turma que aqui vem p’ra poetar.

Não tenho compromissos, mas requeiro

Que me reserve o médium o lugar,

Pois eu passei o dia, quase inteiro,

Para propor-me a este patamar,

Não tendo muita coisa p’ra dizer,

Mas um abraço amigo é de dever.



Na vida, eu tive tudo que o dinheiro

Permite a quem o tem poder comprar.

Hoje, a miséria é tanta que já beiro

A estupidez de um fim mais que exemplar.

Mas eu prometo achar, neste palheiro,

Um alfinete, ao menos, p’ra mostrar

Que tenho precisão de tua prece,

E mais o povo todo que padece.



Preciso, em breve, pôr um paradeiro

Ao sofrimento, que não sei calar.

Por isso é que, na trova, eu me aligeiro,

Quando devia ir mais devagar.

Caso me desse um ar bem galhofeiro,

Até que poderia exp’rimentar

O doce enlevo de feliz pilhéria

E não toda a amargura da miséria.



Tanto treinei a rima do “primeiro”,

Que não consigo mais ultrapassar

O mesmo pensamento zombeteiro

De nunca mais o verso variar,

Para mostrar ao povo que me inteiro

Das normas de quem vem p’ra versejar,

Trazendo simplesmente egocentrismo,

Como quem vai cair em fundo abismo



Mas não fui eu quem fiz aquele samba

Que utilizou da escala uma só nota.

Não foi malandro, mas foi gente bamba,

Que soube aproveitar a sua quota.

Enquanto, aqui, meu verso mais descamba,

O dele passa ao largo, em grande frota,

Barquinho em mar azul, que aporta, enfim,

Poeta Brasileiro, Tom Jobim.



Espero, em doces ânsias, que melhore,

Para que venha, em breve, versejar.

Por isso, peço ao povo que não chore,

Que possa aqui sentir-se no seu lar.

E peço ao Pai que a cura não demore,

Pois tem tantos amigos p’ra abraçar.

Quando a tardinha cai, neste hemisfério,

Reúno as vibrações, num lance sério.



Mas chega de saudade, pois não devo

Levar a quem me lê a outro choro,

Pois basta que se tenha um leve enlevo,

Que exige a confiança em Deus decoro,

Estando a surpreender-me que me atrevo

A vir cantar em solo e não no coro,

Moeda que me fez ficar um dia

Na mui amável turma da poesia.



Não vim fazer uma homenagem, não:

Só quis lembrar um ponto da Doutrina.

Entristecer não é só ilusão:

É sentimento que se disciplina.

Chorei também co’a vinda desse irmão,

De inveja por não ter a mesma sina.

Se comecei pedindo a tua prece,

É que meu coração muito carece.



Ao dizer isso, a turma reclamou,

Que exagerava aqui o mau poeta.

Ao descobrir que exagerado sou,

Minha ruindade está bem mais completa.

Por ter uns bons amigos é que estou

A elaborar poesia tão correta.

O sentimento é meu.; e sinto muito.;

A trova é minha, com a turma junto.



Eu quero agradecer ao caro médium,

Porque me permitiu falar do Tom.

Está ele a dizer: — “E que remédio,

Se devo registrar o que está bom!”

É que bem sei que não queria assédio

Que não correspondesse com o dom

De arquitetar a trova lindamente,

Com medo de falhar, que o Tom é “quente”.



Usei do estratagema de uma rima

Que repeti, em quatro estrofes tolas.

Foi para introduzir o nobre clima,

Porque justificava o tema pô-las.

Espero prosseguir com sua estima,

Arrulhando alguns versos, como as rolas.

Como diria o Tom, mudando a nota,

Pois mostro o quatro-paus e escondo a sota.



Se comecei tão triste, já termino,

Prosa o bastante p’ra fazer gracejo.

Tendo sido seu fã, desde menino,

Vim para executar, no realejo,

Se não uma canção, nem mesmo um hino,

Uma poesia simples, neste ensejo

Que me ofertou o Pai e os bons irmãos,

Poema que estará em nobres mãos.



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