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Poesias-->31. TROVA DE EX-MILITAR -- 23/03/2003 - 07:01 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Atrapalhei-me, um dia, aí na Terra,

E vim parar no Umbral, como soldado.

Queria ser herói, em rude guerra,

Estive muito tempo acovardado.

O que é viril aí, aqui emperra,

Pois a moeda mostra o outro lado.

Se nada, na consciência, é permanente,

Enquanto dura a dor, tudo é presente.



Carrego na memória essa lembrança

De aqui haver chegado sem valor.

O duro é que a saudade não se cansa

De relembrar um tempo anterior

Em que, bem jovem, punha na esperança

O sentimento de tentar compor

A vida com valores transcendentes,

Mas não pensei na lei dos conseqüentes.



Estranhará o fato o meu amigo,

Porque tem o soldado compromisso.

A guerra há de ofertar grande perigo:

É próprio p’ra quem vai prestar serviço.

Assim, quando matar um inimigo,

Que tem de ver o etéreo lá com isso?

Pois digo que se cai em fundo abismo,

Quando não se prevê tal egoísmo.



Pediu Jesus amor aos semelhantes,

Sem excluir daí os militares.

É claro que sentiu bastante antes

Que as mortes se dariam aos milhares,

Mas, mesmo assim, tentou tornar flagrantes

As virtudes, em contos exemplares.

Sacrificou a vida por amor:

Não mataria o Mestre simples flor.



Eu venho aqui tentar, em pobres trovas,

Tornar mais adequado o meu discurso.

Não consegui trazer severas provas,

Porque não vou tornar-me amigo-urso,

Mas devo prevenir quais são as covas,

Para que se navegue em outro curso.

Há profissões deveras arriscadas:

Se não pensar nos outros, chicotadas.



Se a luva desse tapa é de pelica

— Que assim é que os meus versos considero —,

Este sermão até se justifica.

Se me disserem que o teor é fero,

Que a rima nesse caso é feia e é rica,

Vou alegrar-me, que este ensino é vero:

O bom soldado cumpre o seu dever,

Quando, no coração, traz bem-querer.



A guerra está no mundo, em toda a parte,

Não há que examinar com minudência.

Emprego, neste texto, apenas arte.;

O resto há de ficar lá na consciência.

E veja que não faço um só descarte:

Demonstro até agir com imprudência.

Não vamos mais pensar nestes instantes.;

Teremos de saber o mal de antes.



Acovardei-me lá na profundeza,

Envergonhado do projeto tolo.

Estou agora junto a esta mesa,

Imaginando como recompô-lo.

Devo manter tal esperança acesa,

Com mais coragem, p’ra enfrentar o rolo:

Responsabilidade cá no etéreo

É demostrar o quanto o amor é sério.



Eu penso que o trabalho esteja bom,

Contudo, muito longe de obra-prima.

Aqui vem versejar quem não tem dom.;

O metro, qualquer verso legitima.

Na Terra, o bom marido diz: — “Bombom!” —,

À sua esposa, quando o amor sublima

A tremenda feiúra da matéria,

Porquanto a alma é boa, nobre e séria.



Da mesma forma, este meu verso deu

P’ra festejar a trova que se fez.

Eu gostaria de aplaudir o seu,

Que um dia ou outro há de chegar a vez.

Mesmo que agora seja o gajo ateu,

Pensando ser só farsa de entremez,

Havemos de encontrar-nos neste céu,

Depois de serenados do escarcéu.



Muito obrigado, amigo, passe bem!

Eu sei que este trabalho é redobrado

Não só p’ra nós, para você também.

Espero tê-lo aqui ao nosso lado

Não só p’ra um tosco verso, p’ra mais cem.

E não se sinta apenas convidado:

Pense numa missão de ser humano.

Que esse é seu destino, eu não me engano.



A quem me leu a trova, sem temor,

Examinando a profissão que exerce,

Como soldado, exímio defensor,

Que o mal do mundo quer cortar bem cerce,

Eu recomendo que aja com amor,

Pois que por ele existe quem mais terce,

Nos planos superiores desta esfera,

Buscando dar o apoio que se espera.



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