Eram dois corpos
no silêncio do duas almas
que o irremediável destino,
faceiro modelador dos sonhos,
uniu em laços infinitos.
A noite era água
e a água era pretexto de amor.;
no escuro do tapete
brilhava uma energia doce
de um brilho louco e intenso.
O vinho banhava aquele momento
e os insaciáveis lábios
brincavam como folhas
ao vento atroz de outono.
De tudo ficava um pouco,
o eco de seus olhos
soava colorido de malícia
e os beijos se enrolavam
como gotas de orvalho.;
frias como aquela noite
mas tão quente quanto o sol.
Ficou também o calor
de sabor cor de mel
tão real e doce
igualmente ao prazer do sonho.
Luiz Ignácio do Lago, poeta, teve "Fim de semana" publicado em Ecos da Montanha, Primeira Coletânea de Poesias de Mairiporã, pela João Scortecci Editora, São Paulo, SP, em 1988. |