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Artigos-->15. SERIAL KILLER -- 23/03/2002 - 06:54 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Uma das maiores dificuldades dos encarnados reside em enfrentar os inimigos sociais. Mesmo quando se trata de quem dilapida o patrimônio alheio, muitos existem que exigem o extermínio do criminoso, através de um rito de caráter judicial, porque as pessoas gostam de se esconder por detrás de uma fantasia que as exima da própria responsabilidade.



Parece-nos absolutamente claro que os assassinos múltiplos são considerados os mais perversos, justamente porque o povo se arrepia ao imaginar que o mesmo poderia ocorrer a si mesmo ou a um dos familiares. No entanto, poucos admitiriam um instinto de vingança. A maior parte iria dizer que se trata de ato de pura defesa social, porque os indivíduos seriam um perigo uma vez devolvidos ao seio da comunidade.



Por outro lado, levadas essas mesmas pessoas a uma congregação de cunho religioso e altruísta, porque existem também as que pregam abertamente o extermínio dos seres em débito para com a lei de talião, iriam concordar em que o Cristo nos apregoou como suprema virtude a lei do perdão, rogando ao Pai para que tivesse compaixão por seus algozes que, dizia ele, não sabiam o que estavam fazendo.



Será que essas pessoas teriam a coragem de executar uma sentença de morte? Provavelmente, não. A consciência ou a perspectiva do sentimento de culpa iria pesar consideravelmente na deliberação de serem o móvel da aplicação da lei.



Há algum exemplo nos Evangelhos de Jesus abraçando-se a um criminoso comum, desses que matam e não se arrependem? É clara a lembrança da mulher adúltera em vias de ser lapidada, para quem alcançou evitar a execução. Também é bem conhecido o episódio do ladrão que se dependurou ao seu lado direito e a quem prometeu a salvação, porque se arrependeu. O do lado esquerdo, o mau ladrão, ficou ao deus-dará de sua condição inferior.



Mas deparar-se com um frio assassino, desses que repetidamente estupram e matam, que dizem sentir prazer nesses atos tenebrosos e que o fariam e fazem de novo tendo oportunidade, não nos lembramos de haver lido nenhum episódio a respeito. No entanto, a todos que Jesus curava recomendava que não voltasse a delinqüir, assegurando a muitos que fora a fé que os havia curado. Ora, quem merece ser salvo de qualquer situação aflitiva, sendo-o por mérito próprio à vista de percuciente análise que o tenha levado a concluir pela culpabilidade anterior, ainda que alguns não definam com precisão qual teria sido o desvio de conduta que lhes produziu a afecção, não corresponde ao retrato do serial killer a que fizemos referência.



Vamos dizer que haja problemas físicos a causar os distúrbios emocionais, a ausência de solidariedade humana, a falta absoluta de piedade e o excesso de euforia pela prática dos atos maldosos. Vamos fazer corresponder esses gestos contra os seres humanos aos que se praticam contra os animais, porque são seres inferiores e servem de alimento. Vamos admitir o abate para o lucro pela venda das peles e de outros itens produzidos com a carcaça deles. A pergunta obrigatória diz respeito à canalização do mesmo estado de fúria cega em relação às pessoas. Será que esses sujeitos que se dedicam à caça ou à pesca, sem outro objetivo que não o esporte de matar, não estão simplesmente fazendo derivar o que têm de sanguinário?



Não estamos pretendendo enquadrar os assassinos num painel mais amplo de normalidade. Nem estamos desejosos de comprovar que estes últimos, os dos animais ou os dos que exercem seu furor sem chegar às últimas conseqüências, limitando-se a torturar as pessoas e demais criaturas, desejam confirmar seu poder de sobrepujar seus complexos psíquicos, por causa do cerceamento moral da liberdade pela educação que lhes foi imposta para a censura dos atos agressivos.



O que pretendemos, deveras, é caracterizar os indivíduos encarnados como absolutamente instáveis, como no caso dos linchamentos, quando a coletividade age em onda de vibração temerosamente próxima da mais completa insanidade.



Quando da divulgação do nome do responsável, forma-se uma corrente vibratória de caráter fluídico contra o infeliz, de sorte que se desencadeia certa movimentação também entre os que estão nas camadas inferiores do círculo terreno, quase anulando por completo a atuação dos protetores individuais ou familiares, muitas vezes relegados ao papel de simples coordenadores das reações subjetivas para desconcentração dos pupilos para fora da área dos crimes, interessando-os por situações morais tendentes às virtudes.



Digamos, apenas para exemplificar, que muitos textos dos irmãos mensageiros da espiritualidade primam pelo aconselhamento nos campos da boa vontade, da comiseração, da fé na divina misericórdia, na esperança de superação das condições inferiores da humanidade e assim por diante. Digamos mais, ou seja, que este mesmo desenvolvimento, em sendo lido e comentado numa época neutra em relação aos momentos mais agudos dos fatos sanguinolentos, dentre os quais a guerra é o mais medonho, possa vir a ser útil durante as crises, porque a só recordação da mensagem tem o condão de despertar para os problemas e para as soluções, ainda que delimitadas ao âmbito individual.



Eis como se pode dar o auxílio de caráter espírita propriamente dito, por meio da mediunidade, da paciência e da consideração de quantos cooperarem para a divulgação dos pensamentos mais propícios ao levantamento dos ânimos, porque se configuram realidades menos agressivas e mais consentâneas com a humana aspiração de felicidade.



Como tratar os que não levam em conta a simples idéia de um Criador? Orando o mais ternamente possível, cuidando de não vibrar negativamente, pondo-se no lugar de quem sofreu a desdita do assassínio, com a firme convicção de que, se estiverem sob o amparo de protetores de luz, serão os primeiros a rogar ao Pai pelo perdão e pela redenção do ser que, desde sempre, estará sob a ação da lei de causa e efeito e que, um dia, virá a tornar-se o algoz de si mesmo.



Não é fato que a melhor justiça é a de Deus?



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