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Ensaios-->De ditadura e de torturadores, por Aileda de Mattos Oliveira -- 23/08/2017 - 12:48 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE “DITADURA” E DE “TORTURADORES”

      Aileda de Mattos Oliveira   (8/3/2017)
31 de março de 1964. Uma distância temporal de cinquenta e três anos nos separa do “golpe” desfechado pelos militares e das “torturas” que passou a sofrer o povo brasileiro.
No recanto do lar, chamado “aparelho”, Dilma “Estela” distraía-se no papel de guerrilheira e assaltava bancos para fugir da monotonia das tardes ociosas. Ela e parceiros eram meros interpretantes de roteiros idealistas, coincidentemente representados lá fora.
Tudo ficção. Não matavam, não explodiam ninguém, não faziam “justiçamento”. O sequestro do embaixador americano foi apenas uma tomada de cena para filme da Metro. O assassinato do capitão americano, Charles Rodney Chandler, também uma encenação. Só que ele se surpreendeu com a participação forçada e saiu de cena ali mesmo, na frente da mulher e dos filhos. Da mesma forma, o Tenente Mendes Júnior se deu mal por não saber que o tema do filme era ‘Traição’.
A explosão que levou aos ares o soldado Mário Kozel Filho foi resultado de excesso de realismo dos jovens estudantes na interpretação dos seus papéis. O mesmo entusiasmo já havia detonado o Aeroporto de Guararapes. O problema é que os militares levavam muito a sério essas representações juvenis, por não terem senso de humor, devido à rígida disciplina da caserna.
Uma coisa não se pode negar: foram anos terríveis de “tortura” aqueles da “ditadura”!
Era tão intensa que afetou o raciocínio lógico pelos tempos afora. Como poderia escolher, justamente ele, Presidente Médici, Patrono de minha cadeira na Academia Brasileira de Defesa? Uma teoria, lida em algum lugar, afirmava ser possível a atração da pessoa torturada pelo torturador. Quem sabe se não foi o meu caso?
Esse mesmo “ditador”, de radiozinho de pilha ao ouvido, achou de ser também Patrono de minha Turma no CLMN, na ESG. Quanta coincidência! Nesse mesmo ano de 2010, despediram-se da AMAN os aspirantes, de que Turma? “Presidente Médici”, ora!
Mas Jobim, o então complexado “general”, nem se referiu a ele, estragando a festa alheia. A retirada indignada do convidado, Roberto Médici, filho do Presidente, fez-se imediata.
Foram tempos tão sombrios, que se podia sair à rua com joias; assistir à sessão da meia-noite nos cinemas da Cinelândia e da Tijuca. Depois, uma absurda passagem tranquila pela lanchonete próxima, antes do retorno a casa, lá pela madrugada. Era uma infâmia não sermos assaltados! Que decepção não haver gangues de “dimenores” e nem leis de proteção aos “coitadinhos”. Eram tempos sem “oprimidos”. Horríveis presidentes, aqueles!
São difíceis de resumir tantas torturas sociais e econômicas. Quer algo mais doloroso do que a criação do PIN (Programa de Integração Nacional) culpado pela construção da ponte sobre o Rio São Francisco, em Propriá-Colégio, ligando o Nordeste ao Centro-Sul? Inadmissível! E que dizer do PROVALE, programa especial para esse mesmo rio, hoje tão beneficiado pela lama planaltina que atingiu suas águas, transformando-o numa estrada de areia? Que ousadia, na época da “ditadura”, considerarem “rio da unidade nacional”!
Que dizer então do PRÓ-RURAL, proteção social ao homem do campo e do PRODOESTE, que expandiu as fronteiras agrícolas, se defender a pátria brasileira é vender aos estrangeiros as terras férteis, produtivas e as ricas em minerais? E para que retornar aos tempos tenebrosos da construção da hidroelétrica de Itaipu com enorme potencial hidráulico e energético que não se imaginava ainda?
Também não se imaginava que os grandes patriotas Lula e Dilma “Estela” (Olha ela aí!) concordassem em aumentar o valor pago pelo Brasil ao excedente que o Paraguai não consome. Isso, sim, é nacionalismo dos bons, e não o que fizeram ao País os “ditadores” militares.
Como vemos, Médici, em evidente abuso de autoridade, ia criando órgãos que beneficiavam a Nação. Desastroso isso! Mas ele não se detinha no seu “sanguinário” governo: outras “torturas” praticou e que deixaram marcas profundas na vida do contribuinte.
O FGTS, o PIS e o PASEP foram chicotadas nas costas do trabalhador. Como um “ditador” tinha o atrevimento de pensar no povo, coisa impensável na pauta dos atuais governantes democratas? Por que não se preocupou, apenas, em melhorar a vida de seu vigoroso grupo de “torturadores”, milicos truculentos? Até hoje o povo exibe as marcas dessa tortura infame ao continuar recebendo o rico dinheirinho desses desumanos fundos sociais lá na Caixa Econômica. Realmente, fomos muito torturados!
Médici foi o responsável, ainda, por aplicar graves atos de absolutismo na Educação. No seu destempero usual, criou a Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), concedendo aos professores pesquisadores o direito à bolsa do CNPq ou da CAPES, mensalmente depositada nas suas contas. Não sei por que esses professores das Universidades públicas não vieram a público criticar com veemência tal violência no ensino superior! E que dizer da criação do MOBRAL? Um acinte!
Acrescente-se a esses atos de “sadismo” já citados, a dos outros “ditadores” militares, como a criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), ridiculamente eficiente e mais ridiculamente citada como modelo. E a construção da Ponte General Costa e Silva (Rio-Niterói)? É um absurdo ser bem-construída, sem desabar, sem superfaturamento. Isso é contra o bom senso, gente! Como puderam os brasileiros admitir tal abuso! Como ousaram tanto esses “ditadores” que não pagavam propinas aos engenheiros e as obras eram entregues no prazo? Impossível aceitar uma coisa dessas e ficar em silêncio!
Por essas razões expostas, cumprimento os militares de hoje, mesmo que não tenham sido os “torturadores” de ontem, desejando que venha nova “ditadura” militar e que os novos “torturadores” encham nossos ouvidos com os sons das pancadas das obras que levarão o Brasil ao topo novamente.
O 31 de março de 1964, queiram ou não os iconoclastas, faz parte da História cívico-político-militar, e não é um ébrio nem uma celerada e nem um engomadinho empertigado que apagarão o fato, os nomes dos protagonistas que puseram o Brasil em pé, com a cara ao vento.
Aileda de Mattos Oliveira 
Dr.ª em Língua Portuguesa.
Acadêmica Fundadora da ABD. 
Membro do CEBRES
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