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Ensaios-->UMA TEORIA DO POEMA -- 24/05/2017 - 23:12 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Uma Teoria do Poema
João Ferreira
Brasília, 24 de maio de 2017
1
SILVA, Domingos Carvalho da. Teoria do Poema. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1989.
Quem é Domingos Carvalho da Silva
Quem estuda o Modernismo Brasileiro em sua terceira fase, encontra necessariamente o nome de Domingos Carvalho da Silva (1915-2003), um poeta e um escritor ligado aos grupos literários de S. Paulo em sua fase de ouro e ao grupo da Associação Nacional de Escritores do Distrito Federal. Um poeta, um escritor e um professor universitário injustamente esquecido já que ele é figura de proa na chamada Geração 45, ao lado de Péricles Eugênio da Silva Ramos, João Cabral de Mello e Neto e um dos responsáveis, ao lado de Sérgio Milliet, Tristão de Ataíde e Péricles E. da Silva Ramos, pela nomenclatura e conceito do que representava essa geração 45 chamada por alguns críticos de neomodernista. Domingos Carvalho da Silva é autor de várias obras de poesia, entre elas Rosa extinta (1945) e ganhador de vários prêmios entre eles, o prêmio Olavo Bilac dado pela Academia Brasileira de Letras em 1950, e, em 1977, o Prêmio Jabuti pela sua obra Vida Prática (1976). Apesar de formado em Direito e de ter iniciado a carreira de advogado em S. Paulo, onde teve seu domicílio literário principal, Domingos Carvalho sempre se destacou como um poeta, um escritor e um organizador de eventos literários. Em 1954 foi membro da Comissão Organizadora do I Congresso Internacional de Poesia. Em 1947, juntamente com Péricles da Silva Ramos (1919-1992) e outros, funda a Revista Brasileira de Poesia. Trabalha como jornalista redator do Diário de S.Paulo.
A pedido de Pablo Neruda traduziu do castelhano para português os '20 Poemas de Amor e uma canção desesperada' do poeta chileno.
Em 1966 mudou-se de S. Paulo para Brasília a fim de assumir a cadeira de Professor de Literatura Brasileira no Departamento de Literatura, ao lado de Ciro dos Anjos e Cassiano Nunes e posteriormente no Departamento de Teoria Literária e Literaturas. Quando cheguei a Brasília em 1968 ainda tive oportunidade de acompanhar muitas das atividades de Domingos Carvalho da Silva, tanto na Universidade de Brasília, onde foi meu colega no Departamento de Literatura, como na Associação Nacional de Escritores, à qual pertencíamos os dois. Convidou-me para colaborar na Revista de Poesia e Crítica. Como consequência desse convite publiquei no nº 2, no ano de 1976 (Brasília/S. Paulo/ Rio de Janeiro),pp. 85-87, a crônica Martin Heidegger visto de seu arquivo em Messkirch. Entre suas importantes ações culturais está a fundação, em Brasília, do Clube de Poesia, do qual se tornou Presidente em 1974. Fez parte do grupo que dinamizou Associação Nacional de Escritores pelos anos de 68, ao lado de Almeida Fischer, Anderson Braga Horta e outros .
A terceira fase do modernismo brasileiro. Caracterização da geração poética modernista de 45
'A poesia do poetas de 45 se consolidou como expressão de lirismo nobre, sobriedade poética e decantação voluntária. Sérgio Milliet atribuía aos poetas da geração de 45 os seguintes traços: a) revalorização da palavra, b) a criação de novas imagens; c) a revisão dos ritmos e d) a busca de novas soluções formais'.
[...]'A Geração de 45 sofreu influência dos poetas de 22, mas, a partir de 1946, exerceu influência nos poetas remanescentes de 1922, que passaram a escrever uma poesia de maior preocupação estética e de amplitude mais universal, mais humana, e menos paisagística.'
http://www.partes.com.br/ed33/cultura.asp
Uma Teoria do Poema
Entre as obras importantes do professor Domingos Carvalho da Silva está Uma Teoria do Poema, publicado em 1986, com segunda edição revista e ampliada publicada em 1989 no Rio de Janeiro pela Civilização Brasileira.A teoria da literatura e a análise literária e interpretação sempre buscou desde o romantismo para cá uma base teórica de sustentação. Os teóricos do formalismo russo não deixaram de mostrar sua concepção teórica do poema. Dentro do movimento ficaram conhecidas a teoria de G. Brik sobre 'ritmo e sintaxe' e o ensaio 'Sobre o Verso' de B. Tomachevski (Ib. pp. 141-153). Segundo Brik, 'o verso é uma unidade rítmica e sintática' (pág. 135-136); 'não podemos compreender o ritmo a partir da linha do verso; ao contrário compreender-se-á o verso a partir do movimento rítmico' (BRIK, G. 'Ritmo e sintaxe'. In: TOLEDO, Dionísio. Teoria da Literatura. Formalistas russos. Porto Alegre: Editora Globo, 1973, pág. 132.
No Círculo Linguístico de Praga ganharam espaço, entre outros, o estudo de Jan Mukarowski sobre 'A Arte como fato semiológico'(pp.132-139) e o ensaio de Roman Jakobson sobre 'O que é a Poesia' (pp167-180). Cf. TOLEDO, Dionísio.Org. Círculo Linguístico de Praga. Porto Alegre: Editora Globo, 1978). No estudo que faz do texto poético é conveniente começar pela crítica genética que nos dá o ambiente, a natureza e as razões de uma produção poética e continuar depois rumo à leitura e à interpretação sendo de suma importância fazermos esse trabalho acompanhados de uma teoria poética.
É neste contexto que se encaixa o livro Uma teoria do Poema de Domingos Carvalho da Silva, que apresentamos ao leitor.
Para começarmos diríamos que em primeiro lugar são bem-vindas considerações sobre 'O existir do Poema' (pp.15-20). Em seguida cabe dar para o leitor uma distinção entre 'Poesia e Poema'(pp. 21-27), dois conceitos firmes que importa conhecer. Em seguida 'signo e objeto' (pp28-33) e 'Uso da palavra'(pp. 34-41), 'Arte e Natureza' (pp. 42-45) mostram que a beleza estética está numa linha diferente da linha de beleza apresentada pela Natureza. Mas é em 'Área e domínio da Poesia' (pp.46-47), 'Arte e Magia' (pp.48-55) que se aprofunda essa diferença entre beleza natural e beleza artística. Seguidamente nos capítulos 'Poesia e Literatura' (pp.56-59) e 'Dinâmica das palavras' (pp.60-64) vamos encontrar a diferença entre Poesia e Prosa, entre texto denotativo e conotativo, ficando a poesia no lado conotativo da palavra. Em 'síntese e análise' (pp.65-69 mostra-se o uso de palavras prosaicas nos poemas de Mário de Andrade e na prosa de Graciliano Ramos, cuja análise comprativa nos conduz para a demonstração do território da língua poética, segundo o entendimento de Vossler. Na sequência, os capítulos 'A prosa oposta ao verso' (pp. 70-75), 'Conceito de ritmo' (pp.76-83) e 'Verso e Poesia' (pp. 85-92) são fundamentais para se compreender em profundidade a natureza da Poesia. No capítulo XIV Domingos Carvalho da Silva trata de 'Verso e correspondência fono-semântica' (pp.93-98). Para que nenhuma informação falte para o debate em torno da natureza da Poesia, Domingos Carvalho da Silva põe em debate a 'Teoria do Verso livre' (pp.99-110). No capítulo XVI 'Linguagem poética e mito' (pp. 111-118). Em 'Razões da rima' (pp.119-126) Domingos mostra a participação da rima no processo da significação, segundo Lotman. Discute depois em 'Conteúdo e forma' (pp.127-131) e a indivisibilidade entre fundo e forma. No capítulo 'Funções do Poema' (pp.141-154) trata de poesia pura, poesia como ideologia, poesia como verdade e poesia como comunicação. O capítulo XXI, que é o último capítulo do livro intitula-se 'universalidade temática' e trata dos temas poéticos, segundo as várias concepções poéticas desde Horácio, passando por Baudelaire e Pablo Neruda, até à poesia política e poesia racial moderna e contemporânea.
Nota preliminar do Autor
'O título deste ensaio - Uma Teoria do Poema - já exclui uma posição dogmática ou definitiva: quem propõe uma teoria pressupõe, naturalmente, a concorrência de outras. Isto não significa porém, insegurança ou desconfiança em relação às ideias aqui expostas, na maior parte alheias, antigas e conhecidas. O que se procurou foi a reunião de tais ideias num sistema, válido na melhor (e na pior) das hipóteses, como outro qualquer'.
SILVA, Domingos carvalho da. 'Nota Preliminar'. In: Uma Teoria do Poema. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, pp.13.
Comentarios

Lita Moniz  - 04/01/2023

Parabéns, uma vida dedicada à arte de escrever, de fazer poesia, e ajudar outros que se arriscam a tentar o mesmo caminho a seguir nisto com a ajuda de professores como João Ferreira.
Não sou tão especializada assim, lecionei Língua Portuguesa, Literatura em escolas Municipais e Estaduais e nunca deixei de tentar aprender cada vez mais no estudo da Língua Portuguesa. Se algum mérito me cabe foi durante 35 anos tentar ajudar jovens que precisavam assimilar a norma culta da Língua portuguesa, para eles era fator de ascensão social, e eu estava ali para os ajudar. Agora com tristeza e quase não acreditando no que vejo. Ouço pessoas que assumiram cargos públicos de relevância no governo Lula dizerem se referindo ao povo em geral desta forma: todas, todos e todis. O que é isto? Com que finalidade introduziram este vocábulo? Qual a finalidade disto? Se puder faça um artigo sobre estes neologismos, ou sei lá o que chamar isto. Muito obrigada por ler os meus comentários e vale a pena ouvir a sua opinião sobre isto. É um novo antropofagismo? O que querem? Feliz 2023


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