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Poesias-->CHUVA -- 18/03/2003 - 19:10 (Fabio Góis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Chuva. Vai-te embora? Só porque choves e lá fora é o espelho de tu inteira? Mas nem estás segura ainda se posso te manter seca... Posso te dar minhas asas e nem um pingo da gelidez que já possuis te assolaria. Um anjo que das últimas providências faz a preparação para um novo gesto de segurança. Quando ias a molhar-te, eu te chamava de volta para o abrigo sereno de uma bondade casta e escassa. Quando te davas de resto à chuva, eu te oferecia minha última lembrança de te salvar. Assim, sempre te aninhando. E a chuva de volta te trazendo. Molhada, distante, mas a desamparada que eu amo. Menor abandonada cujo único pecado é ser várias. Uma que se cala e chora, outra que escuta a lua. Também aquela que absorve a chuva e que se apega às tempestades. Mas sempre a que mais preciso: a sublime e anjo em estado bruto. Em forma de lágrima. Em aspecto de liquidez de alma. Como for, teu martírio seco e inundado será meu alvo. As dificuldades se esvairão quando se depararem com minha renitência de tutor apaixonado. Em meu zelo alado verás tua paz amanhecida. Renovada como a conciliação do vento com as ondas. Um sorriso formado a cada carinho de brisa. O peito sempre aberto a mergulhos. Imersa em minha provisão, quero-te solta de tanto se alegrar, presa aos domínios líquidos de afeto fluente. Nade, fêmea de névoa tépida, criança menina de laços de langor. Nade em pleno debater de agonias e incontinências. Em meu estado oceânico de atenção e devota preocupação terás um campo extenso para teus espasmos. Sou mar e terra firme. Tens noção da chuva que cai como sangue da hemorragia fêmea e triste da noite? Deixe-me chover em tua pele, não confie em chuva alheia. Deixe que me liquefaça em tua boca deserta. A única tempestade que arrefece tua vulcânica desesperança é minha pluviométrica idolatria. Chuva. Chover já foi tempo presente. Hoje, o sol escuro e molhado do infortúnio de outrora brilha como nosso sorriso chuvoso. Até a chuva brilha, enquanto amamos. Ela insiste nessa tarefa tão sua. Nós nos molhamos nesse delírio tão nosso. Chuva? Seque-me em tua boca. A paz que reside em olhos molhados...



Fábio Góis

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