Usina de Letras
Usina de Letras
21 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62290 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10389)

Erótico (13574)

Frases (50678)

Humor (20040)

Infantil (5460)

Infanto Juvenil (4781)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140824)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6211)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Use sua arma -- 22/03/2002 - 10:29 (Haroldo Pereira Barboza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ficou decretado que ...



Era uma vez um país chamado Esquesópolis (onde tudo se esquecia com facilidade), possuidor de enormes riquezas naturais, com potencial para produzir energia para o planeta inteiro e alimentação para todos os seus habitantes por centenas de anos. O Criador do Universo tinha sido benevolente ao extremo com esta terra, colocando nela, com fartura total, todos os tipos de elementos necessários à uma sobrevivência tranquila e de alta qualidade para seres racionais ou não. A Natureza era magnífica, com suas lindas florestas tropicais, seus imensos rios e uma fauna diversificada, que proporcionavam belas fotos aos turistas encantados. Não tinha vulcões, terremotos, enchentes nem secas prolongadas. No entender dos otimistas, melhor que isto, só o Paraíso.



Este país tinha tudo para se tornar o líder mundial natural, sem precisar usar armas ou pressões econômicas para atingir a este objetivo. O único detalhe que impedia que tal fato ocorresse, era a personalidade de seus governantes, mal escolhidos pelo Povo. Quando seus desmandos provocavam prejuízos aos polpudos cofres públicos, aumentavam taxas antigas e criavam novas. Tentavam consertar os erros através de decretos inviáveis, editados sem consultar aos que seriam diretamente afetados.



Fazendo fronteira com esta maravilhosa terra, separado por um caudaloso rio, lá estava Modestópolis (onde tudo era simples, devido à grande dificuldade em obter recursos para sua sobrevivência – pagavam caro pelos insumos), com uma área dez vezes menor que seu afortunado vizinho. Mas seus habitantes eram felizes e bem conceituados no mundo inteiro, pela maneira honesta e simples que conduziam seus destinos, isentos da “virtude” da esperteza em passar o dia bolando “jogadas” para se “dar bem” em cima dos menos atentos. Aliás, se davam bem pela uniformidade de comportamento : correto, preciso e humano. Respeito e ajuda mútua constantes.



Tal situação vivida por este país, causava surpresa no vizinho portentoso. Como era possível uma pequena nação, desprovida de tradição guerreira, sem destaque internacional em nenhum esporte, ter um orçamento equilibrado, superavit na balança comercial, sem dívida externa e isenta de receio de nações mais poderosas ? Bem que seus habitantes (muitas vezes iludidos por falsas propagandas) tentaram atingir a um nível similar, através de ações confusas, rezas e simpatias.



No final de 1999, no auge do sofrimento injusto do povo que lamentava ali ter nascido, alguns líderes de entidades representativas da sociedade de Esquesópolis, se reuniram numa conferência para tentar descobrir onde estava a falha principal do processo de vida daquele promissor território. Após uma semana de debates onde cada um tentava, movido pela vaidade, fazer prevalecer sua teoria, chegaram à conclusão que o melhor seria formar uma comissão para visitar o país vizinho e lá, aprender a “fórmula mágica” que pudesse levá-los a obter o sucesso que todos imaginavam ser possível. E uma comitiva de nove pessoas, portadoras de enorme humildade, partiu para o exterior, prevendo uma permanência de pelo menos quatro meses (incluindo o Natal) para absorver os ensinamentos necessários para reverter aquela situação danosa. Voltaram em dois dias, com um largo sorriso no rosto e cheios de esperança em suas almas apreensivas.



No final da 1ª década do novo milênio, a grande nação já dava mostras de uma evolução admirável, uma guinada de 179 graus, no rumo correto em direção ao progresso e à eliminação das grandes injustiças sociais.



Um sujeito que estivera em estado de coma por mais de 10 anos, acordou num hospital agora limpo, bem aparelhado e com funcionários satisfeitos. Após se informar sobre tudo que estava se transformando à sua volta, fez a pergunta capital :



- E qual foi o segredo que trouxeram do país vizinho, capaz de decretar tantas melhorias em nossas vidas ?



O médico que o atendia, abriu um largo sorriso e lhe respondeu o mesmo que já repetira centenas de vezes aos seus filhos :



- Passamos a votar nas pessoas certas !



Haroldo P. Barboza - dez / 1999

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui