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Ensaios-->A morte de Arafat -- 20/06/2016 - 11:22 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A morte de Arafat

 
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
 
Por Carlos I. S. Azambuja
 
Yasser Arafat morreu em Paris no dia 11 de novembro de 2004, após uma doença rápida. A causa da morte não ficou clara. Em julho de 2013, relatórios suíços sobre testes feitos nas roupas de Arafat indicavam que poderia ter morrido em decorrência de envenenamento por polônio 210. Em novembro de 2012, uma equipe internacional de patologistas forenses abriu a tumba de Arafat em Ramallah e tirou amostras de partes do seu corpo para proceder a mais investigações.
 
Até agora só houve um outro caso conhecido de morte por envenenamento com polônio 210, a do ex-oficial do KGB Alexander Litvinenko, em 2006, que havia desertado para a Inglaterra e revelado alguns segredos avassaladores do KGB/FSB ao serviço de Inteligência britânico, MI-6. Um desses segredos, que se tornou público, foi que Ayman al-Zawahiri, um dos líderes da Al-Qaeda, foi treinado ao longo de seis meses pelo KGB/FSB, no Daguestão, em 1997.
 
Outra revelação, extremamente prejudicial à Inteligência russa, foi que Romano Prodi, ex-Primeiro Ministro da Itália e o décimo presidente da Comissão Européia, fora por longo tempo um agente do KGB/FSB. Litvinenko relatou ter sabido disso por meio do general do KGB Anatoly Trofimov durante o período em que ele, Litvinenko, ainda trabalhava para o KGB/FSB. Trofimov foi morto a tiros, em Moscou, em 2005. Em 2002, a Comissão Mitrokhim, um comitê parlamentar estabelecido pelo parlamento da Itália para investigar supostos laços do KGB com políticos italianos, concluiu que Prodi era “o homem do KGB na Itália” e que ele estivera, ainda que de maneira distante, envolvido no assassinato, em 1978, do Primeiro-Ministro Aldo Moro, seqüestrado e morto por uma organização terrorista financiada pelo KGB, as Brigadas Vermelhas.
 
Em 1 de novembro de 2006, Litvinenko adoeceu subitamente – igual a Arafat – e foi hospitalizado. A doença de Litvinenko foi atribuída a envenenamento por polônio-210, um isótopo altamente tóxico, conhecido por ser usado pela União Soviética como gatilho de Nêutron para armas nucleares. Litvinenko morreu em 22 de novembro de 2006 em Londres. O Serviço Judicial da Coroa pediu, em 22 de maio de 2007, a extradição para a Inglaterra do cidadão e residente russo Andrey Lugovoy – um ex-agente do KGB – sob a acusação de ter matado Litvinenko. No dia 5 de julho do mesmo ano, a Rússia negou a extradição. Do dia para a noite ele se tornou membro da Duma, assim recebendo imunidade parlamentar!
 
Há motivos sólidos para sugerir que o KGB/FSB possa ter se cansado de Arafat e decidido se livrar dele, pois Arafat tinha se tornado o símbolo da DESINFRMAÇÃO e terrorismo atuais, e começou a ser conhecido como homem do KGB – no topo da comunidade de Inteligência do KGB ele era cognominado ”Cheyadbom”(de Chelovecheskaya Yadernaya Bomba ou bomba nuclear humana -. Documentos originais vazados dos arquivos do KGB/FSB, depois da queda da União Soviética, jogaram lenha na fogueira.
 
Documentos do arquivo Mitrokhin descrevem a colaboração estreita de Arafat com o DIE romeno e com o KGB, no início dos anos 70. Outros documentos revelam o treinamento secreto que o KGB forneceu às guerrilhas de Arafat e os canais super-secretos utilizados pela Inteligência soviética para entregar carregamentos de armas à OLP. Alguns desses documentos põem a público a dachasuper-secreta do KGB, cognominada “Barvika-1”, utilizada por Wadie Haddad, chefe da organização de fachada de Arafat e encarregado de contrabandear armas da União Soviética. Outros documentos do KGB expostos por Mitrokhin mostram que o então diretor do KGB, Andropov, buscou a aprovação de Brejnev para usar Haddad para seqüestrar o encarregado da estação da CIA no Líbano.
 
No dia 28 de maio de 1970, foi aprovado o seqüestro, e o novo chefe do Departamento V – seqüestros e assassinatos -, general Nikolay Pavlovich Gusey, designou Haddad para a missão, mas a operação terminou em fracasso.
 
Outro segredo do KGB que se tornou público, mostrou que durante a visita a Moscou, em maio de 2001, Arafat forjou uma aliança secreta com o Irã, envolvendo carregamento de armas pesadas do Irã para a OLP. Essa nova parceria foi firmada numa reunião clandestina entre dois dos principais assessores de Arafat (Fuad Shobaki, chefe das finanças para operações militares e Fathi al-Razem, vice-comandante da polícia naval palestina) e um oficial do governo iraniano cujo nome não foi revelado. Em troca da ajuda, Arafat concordou em fornecer ao Irã acesso à Inteligência palestina sobre as posições militares de Israel.
 
Sete meses depois, no dia 4 de janeiro de 2002, unidades da Marinha e da Força Aérea israelenses capturaram um cargueiro, no Mar Vermelho, com cerca de 50 toneladas de armas que haviam sido embarcadas no Irã. O navio – o Karine A – pertencia à Autoridade Palestina (AP) e era capitaneado por um polícia naval da AP. Os militares israelenses levaram o navio capturado para Israel, onde foram exibidas publicamente as armas encontradas nele.
 
A AP está proibida de portar a maioria dessas armas em razão do acordo assinado em Oslo, por Arafat, em 1993. Entre as armas estavam foguetes Katyusha de longo alcance e fabricação soviética, morteiros de longa distância, mísseis antitanque e uma grande quantidade de explosivos semtex. O Tenente-General Shaul Mofaz, chefe do Exército israelense, disse que se esse equipamento tivesse chegado às mãos dos terroristas palestinos, poderia ter aumentado drasticamente as atividades terroristas no Oriente Médio. 
É significativo que embora Israel e EUA tenham publicado provas escritas incontestáveis provando que Arafat estava envolvido pessoalmente no caso do navio Karine A, referente ao contrabando de armas proibidas vindas do Irã, ele negou teimosamente, até numa carta pessoal amplamente divulgada que enviou ao presidente George Bush, que tivesse conhecimento.
 
Em 2002, Arafat realizou outra manobra para enganar as massas, cujos detalhes operacionais indicavam que ele ainda tivesse conselheiros de DESINFORMAÇÃO do KGB/FSB o ajudando. Na primavera de 2001, homens-bombas tinham se tornado ocorrência quase diária em Israel.
 
Esses ataques culminaram com o “Massacre de Páscoa”, de 27 de março de 2001. Um terrorista palestino entrou na sala de jantar do Park Hotel, situado na cidade costeira de Netanya, e detonou uma bomba, matando 29 pessoas e ferindo outras 140. Não querendo mais agüentar assassinatos diários de seus civis, Israel lançou a operação “Escudo Defensivo” – 29 de março a 21 de abril de 2001 -. Seu propósito era desmantelar a estrutura terrorista da OLP, escondida na cidade de Jenin, que tinha se transformado numa completa sede terrorista, dotada de fábrica de bombas.
 
Quando as tropas de Israel adentraram o campo terrorista da OLP em Jenin, em abril de 2002, encontraram toda uma rede de túneis e contêineres cheios de explosivos prontos para detonar quando os israelenses lá chegassem. Treze soldados palestinos morreram quando um suicida palestino de 14 anos de idade detonou uma série de explosões que demoliram um desses prédios quando os soldados faziam uma busca em seu interior. A Autoridade Palestina lançou, com sucesso, uma operação de DESINFORMAÇÃO de três frentes, a qual seguia precisamente as regras do KGB para minimizar um desastre nacional: negar seu envolvimento direto no caso, minimizar os danos e, quando a verdade viesse à tona, insistir em que o inimigo era o culpado.
 
Em maio de 2002, após os corpos terem sido recuperados no campo de Jenin, o oficial vice-chefe da Comissão da ONU na cidade, Charles Kapes, relatou que somente 44 palestinos tinham de fato sido mortos. Os israelenses relataram ter encontrado apenas 46 mortos entre os destroços, incluindo uma pilha de cinco corpos que tinham caído numa das armadilhas que tinham sido preparadas pelos terroristas da OLP.
 
“Não importa quais critérios tenham sido adotados”, concluiu David Holley, um inglês especialista em assuntos militares que estava trabalhando para a Anistia Internacional, “não houve massacre algum’. O Secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, também anunciou oficialmente que não havia indício de qualquer massacre israelense em Jenin, como alegado pelos palestinos.
 
Em abril de 2002, o ex-diretor da CIA, James Woosley, repudiou a alegação da OLP de que seu presidente tenha sido eleito democraticamente: “Arafat foi, em essência, eleito da mesma maneira que Stalin, mas não tão democraticamente quanto Hitler o foi, o qual, pelo menos, ainda teve adversários”, declarou Woosley. Ele sabia do que estava falando, pois estava à frente da CIA quando a OLP de Arafat começou a fazer a sua grande conversão, de uma organização terrorista sangrenta em um suposto órgão de governo, aparentemente com eleições justas. A exposição da mentira de Jenin, que tinha por toda parte marcas de uma operação de DESINFORMAÇÃO estilo KGB, parece ter sido a última gota para Arafat. Era hora de ele ir embora.
 
Um novo e mais ocidentalizado líder foi posto no lugar de um Arafat manchado de sangue, antiquado, desmascarado. Poucas pessoas atentaram a que Mahmoud Abbas, que assumiu o cargo de Arafat e continua a ser presidente da   (rebatizada) Autoridade Nacional Palestina, também foi educado na ex-União Soviética. Abbas se graduou na Universidade Patrice Lumumba, em Moscou, uma escola controlada pelo KGB, cuja tarefa secreta era criar uma nova geração de estrangeiros dedicados a promover os interesses de Moscou em seus países natais.
 
Os primeiros 288 estudantes de 47 países se formaram em 1965. Pouco depois disso, o general Aleksandr Sakharovsky, que fora conselheiro chefe daSecuritate romena antes de se tornar diretor da da Inteligência Estrangeira soviética, pediu ajuda ao DIE romeno para encontrar “estrangeiros amigáveis” aos quais se pudesse dar bolsas de estudos na Lumumba. Todos os estudantes estrangeiros na Patrice Lumumba estavam cooperando, de um modo ou de outro, com o braço estrangeiro do KGB.
 
Mais ainda: poucas pessoas se deram conta que após a morte de Arafat, a própria ONU se transformou em fantoche do KGB/FSB. Em 2 de dezembro de 2004, o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan endossou as propostas do “Painel de Alto Nível sobre Ameaças, Desafios e Mudanças”por ele encarregado de planejar uma “ONU para o Século XXI”. O painel recomendou que os EUA e Israel fossem mais isolados ainda através do estabelecimento da regra de que apenas a ONU poderia declarar guerras preventivas contra o terrorismo ou quaisquer outras ameaças.
 
É difícil acreditar, mas é a verdade, que o principal membro do painel da cúpula de Annan fosse o ex-general do KGB Yevgeny Primakov, homem que foi ex-Conselheiro de Inteligência soviético de Saddam Hussein, chegou a chefiar o Serviço de Espionagem Russo por algum tempo, e que chegou a cantar trechos de ópera com a Secretária de Estado americana Madeleine Albright, enquanto por suas costas e em segredo, dirigia o vergonhoso caso de espionagem de Aldrich Ames.
 
Outro membro eminente era Qiam Qichen, um ex-oficial de Inteligência da China Vermelha, que trabalhara sob disfarce diplomático no exterior, pertencera ao Comitê Central do Partido Comunista quando este ordenou a sangrenta repressão da Praça Tiananmen em 1989, posteriormente ascendera ao Politburo e, em 1998, tornara-se vice-presidente do Conselho de Estado da China. E ainda havia Amr Moussa, o Secretário-Geral da Liga Árabe, que “sente falta do equilíbrio de Poder que a União Soviética trazia”, e até agora é incapaz de condenar – para não falar em prevenir – o terrorismo.  
__________________________
     
O texto acima é o resumo de um dos capítulos do livro “Desinformação”, escrito pelo Tenente-General Ion Mihai Pacepa – foi chefe do Serviço de Espionagem do regime comunista da Romênia. Desertou para os EUA em julho de 1978, onde passou a escrever seus livros, narrando importantes atividades do órgão por ele chefiado, e que influenciaram diretamente alguns momentos históricos do Século XX -, e pelo professor Ronald J. Rychlak - advogado, jurista, professor de Direito Constitucional na Universidade de Mississipi, consultor permanente da Santa Sé na ONU, e autor de diversos livros -. O livro foi editado no Brasil em novembro de 2015 pela editora CEDET. 

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

 

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