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Ensaios-->O duplo padrão da esquerda -- 03/05/2016 - 14:20 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O duplo padrão da esquerda

Pedro Henrique Mancini de Azevedo

“O comunismo fabricou três dos maiores carniceiros da espécie humana - Lenin, Stalin e Mao Tse-tung. Lenin foi o iniciador do terror soviético. Enquanto os czares russos em quase um século (1825 a 1917) executaram 3.747 pessoas, Lenin superou esse recorde em apenas quatro meses após a revolução de outubro de 1917.” (Roberto Campos)

Uma das marcas registradas da esquerda é o duplo padrão de moralidade. Roberto Campos dizia que o socialismo/comunismo, diferentemente do capitalismo, não é um processo econômico ou social, mas sim um dogma. Ele tinha razão. Para a esquerda, seus valores são absolutos, indiscutíveis e jamais podem ser questionados. Talvez seja por isso que muitos governos de esquerda foram notabilizados por serem regimes totalitários. Suas atitudes, quando feitas em nome desta sua tara ideológica, sempre são relativizadas, não importando o quão nefasta ela seja. O que me abisma hoje em dia não é mais esse comportamento da esquerda, mas sim que muitas pessoas ainda não perceberam essa tática.

A maior polêmica criada durante a votação do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma na semana passada foi o fato do deputado Jair Bolsonaro ter homenageado o Coronel Carlos Alberto Ustra, que segundo a Comissão da (in)Verdade foi um torturador. Não vou nem entrar no mérito de um julgamento teatral e revanchista como foi essa comissão, pois isso é perda de tempo. Eu acredito mesmo que Ustra foi um torturador. Mas a pergunta que eu faço é a seguinte: porque somente Bolsonaro deve ser condenado pela sua homenagem indecente? E os outros? Porque não condenar as homenagens a Luis Carlos Prestes e Carlos Marighella? Foram santos, por acaso? Longe disso!

Antes de dar uma pitada sobre a bela e exemplar vida de Prestes e Marighella, vale a pena fazer um parêntese. A coisa toda já começa errada quando o Brasil permite que um partido como o PC do B - que defende abertamente, entre outras barbaridades, a ditadura da Coreia do Norte -, ainda seja legalizado. Países do leste europeu que sofreram na pele os horrores do comunismo, consideram a apologia a essa “ideologia” um crime assim como o nazismo. Nada mais justo. Afinal, qual foi diferença entre Hitler e Stalin? Eu digo qual foi - o segundo era muito pior do que o primeiro, pois matou muito mais, incluindo pessoas da sua própria família. Não custa lembrar que tanto Hitler quanto Stalin tiveram sua (de)formação intelectual lendo Karl Marx. Também não custa lembrar que os campos de concentração nazistas de Hitler foram inspirados nos campos de concentração que Stalin utilizava na Sibéria, e que Hitler e Stalin eram aliados, até o dia que Hitler “quebrou o contrato”. Foi só depois disso que Stalin pulou para o barco dos Aliados. Resumindo, comunismo e nazismo são gêmeos siameses. Mas enfim, fecho parêntese.

Voltando aos homenageados durante a sessão do impeachment, vamos começar pelo “Cavaleiro da Esperança”, Luis Carlos Prestes. Após a intentona comunista de 1935 – que foi uma tentativa de golpe ao governo de Getúlio Vargas -, várias pessoas do PCB foram sendo presas uma a uma, e entre elas estava Elvira Cupelo, de codinome Elza Fernandes, de apenas 16 anos. Após um tempo, Elza foi solta e os membros do PCB continuaram sendo presos, inclusive Luis Carlos Prestes. A suspeita de traição acabou recaindo sobre Elza, e isso fez com que o PCB decidisse que ela deveria ficar em “prisão domiciliar” em Guaratiba para depois ser transferida para uma casa em Guadalupe. Mesmo sem nenhuma prova de que Elza havia denunciado o local onde outros dirigentes do PCB estavam, Prestes escreveu uma carta de próprio punho exigindo o cumprimento da pena. Elza foi executada de forma bárbara, por estrangulamento com fio, e teve seu corpo partido e enterrado no quintal da casa onde estava.

Como eu falei no começo, o socialismo/comunismo é um dogma, e Prestes é o maior exemplo disso. Prova disso, foi que Getúlio Vargas, como punição a Prestes, enviou sua esposa, Olga Benário – que era de origem judia – para a Alemanha nazista de Hitler. Olga, como a maioria dos judeus, foi enviada a um campo de concentração e lá foi morta pelos nazistas. Detalhe: Olga estava grávida de Prestes. Por um milagre, a menina conseguiu ser salva, mas Olga não.

Após uma atitude como essa, tudo que restaria a Prestes era odiar Vargas pelo resto da vida. Só que não. Em 1945, quando os militares estavam suspeitando de uma guinada ao comunismo de Vargas e não o queriam mais no poder, Getulio iniciou um movimento que contou com o apoio de... Luis Carlos Prestes! Não é incrível? Foi só Getúlio começar a ser acusado de comunista para que Prestes esquecesse todo o passado e passasse a ver o mandante do assassinato da sua esposa com outros olhos.

O caso de Carlos Marighella não é menos pior. Marighella foi fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), o mais letal dos grupos terroristas até aquela época. Escreveu o Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano em que defendia abertamente assaltos, sequestros, assassinatos e terrorismo. A ALN matou várias pessoas inocentes que nada tinham a ver com o regime militar que eles diziam lutar contra. Mas não é verdade que a ALN foi uma resposta ao AI-5 – ato que configurou de vez o regime militar em uma ditadura -, pois ela foi fundada antes do ato em questão ser decretado. Com a ALN não tinha conversa não, eles assassinavam até seus próprios camaradas. Era algo similar ao Estado Islâmico hoje em dia. Não é exagero. Marighella achava a coisa mais nobre do mundo ser chamado de terrorista. O mais irônico de tudo, é que Marighella morreu em uma emboscada, que era algo que ele mesmo pregava em seu manual. E o mais nojento de tudo, é que ele é visto como herói justamente por ter morrido em uma emboscada. Ora, isso é o equivalente ao marido que trai a esposa ser visto como coitado por ter sido corno.

Sendo assim, esse é o meu espanto quando vejo toda essa revolta com a homenagem que Bolsonaro fez a Ustra. Não estou defendendo a atitude de Bolsonaro, acho ela patética. Tão patética quanto a atitude de Jandira Feghalli e a meia dúzia de comunistas que homenagearam outros assassinos. Qual a diferença entre Ustra, Prestes e Marighella? Eu sei. Os dois últimos são de esquerda, então não são assassinos, são heróis revolucionários. É uma piada, eu sei, mas é o típico duplo padrão da esquerda que ainda conta com a conivência da maior parte da imprensa.

Pedro Henrique Mancini de Azevedo, MBA, PMP

Email: phdma2002@yahoo.com.br

 

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