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Erotico-->No calor da paixão! -- 04/02/2003 - 17:20 (Rose Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No calor da paixão

Cidade do interior, ribeirinha, em
noite quente, sem brisa, abafada.
Provável prenúncio de chuva, penso, enquanto caminho lentamente pela baulustrada, ao longo do rio que corta a cidade.
É madrugada, e pareço ser a única alma viva, a vagar .
Não há perigo.É uma cidade pacata, onde todos se conhecem e nada de muito horrível acontece.
Levanto os longos cabelos, em rabo-de-cavalo, na tentativa de refrescar a nuca, úmida de suor.
A calçada é interrompida pela rampa , que leva ao rio, e olhando para as águas escuras, cintilantes e convidativas, sob o luar, sou invadida por uma idéia louca, um desejo enorme de me refrescar .
Sorrio, e olho atentamente para todos os lados.
Ninguém. Não há sinais de vida na redondeza.
Resolvo arriscar.
Desço a rampa, languidamente, antecipando o prazer que o banho me dará.
Paro às margens do rio, e gingando, desço a calça jeans, apertadinha.
Nova olhadela...nada. Tudo tranqüilo.
Levanto os braços, levando junto a mini blusa branca, de algodão. Rebolando, retiro minha última peça: a tanguinha branca, com rendinha na parte frontal.
Chuto o tamanquinho dos pés.
E... lentamente recebo o abraço do rio.
Hummmmm...que sensação deliciosa. A água, cálida, me acaricia suavemente, aliviando o enfado causado pelo calor.
Mergulho, dou algumas braçadas lentas, e sigo boiando, olhando para o céu.
Perdi a noção das horas. Estava tão gostoso....
Contudo, decido voltar, mesmo a contragosto.
Distraída, não me dei conta do vulto, em pé, ao lado do montinho que fiz com minhas vestes, até tê-lo praticamente à minha frente. Estanquei, estarrecida.
Nua, corpo cintilando, cabelos escorridos e colados até a cintura, totalmente exposta ao olhar guloso e estupefato que ele me dirigia.
Estávamos ambos paralisados. Instante agoniado, em que tentava desesperadamente, encobrir minha intimidade.
Lentamente ele se aproximou de mim, saindo da penumbra e ficando sob o facho de luz, vinda do poste.
Me senti capturada pelo seu olhar que ardia, convidava e induzia...
Ternamente segurou minha mão, virando-a e beijando-lhe a palma, sem sequer piscar. Olhar mergulhado no meu. Um arrepio de tesão me percorreu a espinha.
Ergueu meus braços, passando-os sob seus ombros, provocando uma aproximação entre nossos corpos, que me tirou o fôlego. Com carinho e firmeza, segurou em minhas ancas, puxando-me ao seu encontro.
Não conseguia pensar em mais nada. Nada mais havia. Só nós...ali.
Era alto, corpo bem definido, devia ter uns quarenta anos, deduzi, enquanto ele segurava meu rosto entre as mãos, beijando sensualmente meus lábios carnudos e úmidos.
Beijo lascivo, profundo. Delicioso.
Desabotoei sua camisa, enquanto passava levemente a ponta da língua em seus mamilos. Senti que estremecia. Sorri. Poderosa e senhora da situação.
Abri o cinto e baixei sua calça, enquanto minha língua, seguia o curso das minhas mãos.
Eu o tinha, preso, cativo.
Corpo levemente jogado para trás, mãos apoiadas em minha cabeça, ouvia seus gemidos, desvairado pelo carinho que lhe fazia.
Deslizamos para o chão. Avidamente, percorreu minhas curvas, sondou reentrâncias...explorou meu corpo, como navegante em terras recém-descobertas.
Em pé, se desfez das roupas, me ergueu gentilmente, apoiando-me contra a parede. Eu me sentia liquefeita...
Desesperadamente excitada.
Senti que me invadia. Firme, vigoroso.
Agarrada a seu pescoço, dançava no ritmo de suas estocadas. Delicioso vai-e-vem...
Tive a impressão que ia desfalecer, tão grande era o meu prazer. Beijou-me longamente, lambendo o canto dos meus lábios, sugando-me a língua.
E explodimos!
Juntos, agarrados, unidos num grito espantoso de puro prazer.
Permanecemos abraçados um longo tempo, enquanto nos refazíamos,e sem trocar uma única palavra, nos vestimos.
Voltou a me beijar as mãos. Olhos úmidos, como que agradecidos.
Voltando a razão, me dei conta do que acabara de fazer.
Pisquei encabulada, enquanto me virava e corria, desabalada, para casa.
Nunca mais vi meu estranho amante.
Meu desbravador da beira do caís.
penso até que sonhei...que nada disso ocorreu, jamais.

Roselinndonna
21/01/03

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