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Ensaios-->A oligarquia contra o povo -- 30/09/2015 - 23:44 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Diário do Comércio
 
A oligarquia contra o povo
 
Olavo de Carvalho 

            Interrompo temporariamente as considerações teóricas da série “Ilusões democráticas” para analisar brevemente o atual estado de coisas. 
            A premissa básica para se chegar a compreender a presente situação política do Brasil é a seguinte: o PT não subiu ao poder para implantar o comunismo no Brasil, mas para salvar da extinção o movimento comunista na América Latina e  preparar o terreno para uma futura tomada do continente inteiro pelo comunismo internacional.
            É fácil comprovar isso pelas atas das assembléias do Foro de São Paulo, o qual foi fundado justamente para a realização desse plano. 
            Na operação, o Brasil exerceria não somente a função de centro decisório e estratégico, mas o de provedor de recursos para os governos e movimentos comunistas falidos.
            No décimo-quinto aniversário do Foro, em 2015, o comando das FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, reconheceu em documento oficial que a fundação desse organismo pelo PT havia pura e simplesmente salvado da extinção o comunismo latino-americano, debilitado e minguante desde a queda do regime soviético.
            Para a consecução do plano, era necessário que o PT no governo prosseguisse na aplicação firme e constante da estratégia gramsciana da “ocupação de espaços” e da “revolução cultural”, aliando-se, ao mesmo tempo, a grandes grupos econômicos que pudessem subsidiar e consolidar, pouco importando se por meios lícitos ou ilícitos, a instrumentalização partidária do Estado, o controle da classe política, a supressão de toda oposição ideológica possível e a injeção de dinheiro salvador em vários regimes e movimentos comunistas moribundos.
            Basta isso para explicar por que o então presidente Lula pôde ser, numa mesma semana, homenageado no Fórum Social Mundial pela sua fidelidade ao comunismo e no Fórum Econômico de Davos pela sua adesão ao capitalismo, tornando-se assim o enigmático homem de duas cabeças que os “verdadeiros crentes” da direita acusavam de comunista e os da esquerda de vendido ao capitalismo. Mas as duas cabeças, no fundo, pensavam em harmonia: a confusão ideológica só podia favorecer aqueles que, por trás dos discursos e slogans, tinham um plano de longo prazo e a determinação de trocar de máscara quantas vezes fosse necessário para realizá-lo.
            O plano era bom, em teoria, mas os estrategistas iluminados do comunopetismo se esqueceram de alguns detalhes:
            1. Dominando a estrutura inteira do Estado em vez de se contentar com o Executivo, o partido se transformou no próprio “estamento burocrático” que antes ele jurava combater. Já expliquei isso em artigo anterior (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/150611dc.html). 
            2. O apoio dos grandes grupos econômicos o descaracterizava ainda mais como “partido dos pobres” e o identificava cada vez mais com a elite privilegiada que ele dizia odiar. 
            3. O uso maciço das propinas e desvios de verbas como instrumentos de controle da classe política tornava o partido ainda mais cínico, egoísta e desonesto do que essa elite jamais tivera a ousadia de ser. O PT tornou-se a imagem por excelência da elite criminosa e exploradora. 
            4. O PT havia sido, na década de 90, a força mais ativa nas campanhas que sensibilizaram o povo para o fenômeno da corrupção entre os políticos. Ele criou assim a atmosfera de revolta e até a linguagem do discurso de acusação que haveriam de fazer dele próprio, no devido tempo, o mais odioso dos réus. 
            5. A “revolução cultural”, a “ocupação de espaços” e a instrumentalição do Estado deram ao PT os meios de fazer uma “revolução por cima”, mas o deixaram desprovido de toda base popular autêntica. Ao longo dos anos, pesquisas atrás de pesquisas demonstravam que o povo brasileiro continuava acentuadamente conservador, odiando com todas as suas forças as políticas abortistas e a “ideologia de gênero” que o partido comungava gostosamente com a elite financeira e com o “proletariado intelectual” das universidades e do show business. Desprovidas as massas de todo meio de expressar-se na mídia e de canais partidários para fazer valer a sua opinião, no coração do povo foi crescendo uma revolta surda, inaudível nas altas esferas, que mais cedo ou mais tarde teria de acabar eclodindo à plena luz do dia, como de fato veio a acontecer, surpreendendo e abalando a elite petista ao ponto de despertar nela as reações mais desesperadas e semiloucas, desde a afetação grotesca de tranqüilidade  olímpica até a fanfarronada do apelo às “armas” seguido de trêmulas desculpas esfarrapadas.
            A convergência de todos os fatores produziu um resultado que só pessoas de inteligência precária como os nossos congresistas, os nossos cientistas políticos e os nossos analistas midiáticos não conseguiriam prever: quando a mídia pressionada pelas redes sociais e pela pletora de denúncias judiciais desistiu de continuar acobertando os crimes do PT (voltarei a isto em artigo próximo), a revolta contra o esquema comunopetista tomou as ruas, nas maiores manifestações de protesto de toda a nossa História e, mesmo fora dos dias de passeata, continuou se expressando por toda parte sob a forma de vaias e panelaços, obrigando os falsos ídolos a esconder-se em casa, sem poder mostrar suas caras nem mesmo nos restaurantes. 
            As pesquisas mostram que o apoio popular ao PT é hoje de somente um por cento, já que seis dos famosos sete consideram o governo apenas “regular”, isto é, tolerável.
            Como é possível que um partido assim desprezado, odiado e achincalhado pela maioria ostensiva da população continue se achando no direito de governar e habilitado a salvar o país mediante desculpinhas grotescas que, à acusação de crimes, respondem com uma confissão de “erros”? 
            Em que se funda o poder que o PT, acuado e desmoralizado, continua a desfrutar? Esse poder funda-se em apenas quatro coisas:
            1. O apoio da oligarquia cúmplice. 
            2. A militância subsidiada, cada vez mais escassa, incapaz de mobilizar-se sem o estímulo dos sanduíches de mortadela, dos cinqüenta reais e do transporte em ônibus, tudo pago com dinheiro público.
            3. O apoio externo, não só do governo Obama, dos organismos internacionais e de alguns velhos partidos da esquerda européia, mas sobretudo do Foro de São Paulo, já articulado para mover guerra ao Brasil em caso de destituição do PT.
            4. Uma militância estudantil , também decrescente, que tudo fará pelas grandes causas idealísticas que a animam: drogas e camisinhas para todos, operações transex pagas pelo governo, banheiros unissex, liberdade de fazer sexo em público no campus, reconhecimento do sexo grupal como “nova modalidade de família” etc. etc. 
            A base de apoio do PT é uma casquinha da aparências na superfície de uma sociedade em vias de explodir. 
            O único fator que realmente mantém esse partido no poder é o temor servil com que as forças ditas “de oposição” encaram uma possível crise de governabilidade e, sob a desculpa da “legalidade”, e da “normalidade democrática”, insistem em dar ao comunopetismo uma sobrevida artificial, encarregando a classe política de ajudá-lo a respirar com aparelhos ou pelo menos a matá-lo só aos pouquinhos, de maneira discreta e indolor. 
            Mas que legalidade é essa? Por favor, leiam:
            Constituição Federal, Título I, Art. V, parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente.”
            Será que o “diretamente” não vale mais? Foi suprimido? Os representantes eleitos adquiriram o direito de decidir tudo por si, contra a vontade expressa do povo que os elegeu? Só eles, e não o povo, representam agora a “ordem democrática”? Senhores deputados, senadores, generais e importantões em geral : Quem meteu nas suas cabeças que a ordem constitucional é personificada só pelos representantes e não, muito acima deles, por quem os elegeu? Parem se ser hipócritas: defender “as instituições” contra o povo que as constituiu é traição. A vontade popular é clara e indisfarçável: Fora Dilma, Fora PT, Fora o Foro de São Paulo! Contra a vontade popular, a presidente, seus ministros o Congresso inteiro e o comando das Forças Armadas não têm autoridade nenhuma. Se vocês não querem fazer a vontade do povo, saiam do caminho e deixem que ele a faça por si.

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