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Artigos-->O inferno brasileiro – II -- 21/03/2002 - 18:47 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O inferno brasileiro – II





Autor: Daniel Fiuza

20/03/200





Quando morreu PC Faria

Foi direto pro inferno

Ao chegar lá, quem diria

Estava em pleno inverno

Mas só na parte do Brasil

Onde é que a gente viu

No inferno se usar terno.



PC Faria ficou admirado

Não escutou o berreiro

Estavam todos sorrindo

Era o inferno brasileiro

Todo muito agasalhado

Muito bem acomodado

Ali não tinha desespero.



Chegue meu bom amigo

Disse lampião feliz

O inferno aqui é abrigo

Não é o que o povo diz

É só soltar uma propina

Que a sua dor termina

Sei que não é aprendiz.



Você pode escolher

O país que quer ficar

No Brasil é só lazer

Venha, vou te mostrar

Aqui é só tem alegria

Vai ganhar sua simpatia

Daqui você vai gostar.



Nem queira sair daqui

Outro inferno detona

O do Brasil não é ruim

Aqui nada funciona

Tudo aqui se da jeitinho

Só precisa ter padrinho

Pra dormir na poltrona.



Sem fogo já há mil anos

A caldeira ta quebrada

Está tudo em abandono

Isso aqui é só fachada

O inferno é um paraíso

Só quem não tem juízo

Vai virar alma penada.



Não acendem a fogueira

Falta fósforo pra acender

O diretor só faz besteira

E nunca aparece pra ver

Só vem pegar o salário

Faz todo mundo de otário

Quem reclamar vai sofrer.



Eu chego a sentir frio

Sinto falta do calor

Queria o verão do rio

Para pegar uma cor

Às vezes faço fogueira

Parece uma brincadeira

Mas é verdade doutor.



Os garfos e os tridentes

Sumiram nem usam mais

Estamos todos contentes

Esqueceram como faz

Não tem faca nem facão

Cortaram o chifre do cão

Aqui não se sofre jamais.



Cortaram a luz do forno

Lá dentro fica gelado

Um cobertor é consolo

Pra se dormir sossegado

Sinto falta da quentura

Queimando minha gordura

Já estou preocupado.



Á piscinas de água quente

Não tem água nem formol

Fica seca é ta servindo

Pra gente jogar futebol

Praticamos o esporte

Mesmo depois da morte

Faz parte do nosso rol.



O capetão daqui sumiu

Fugiu para o estrangeiro

Deu desfalque e partiu

Levou daqui o dinheiro

Para um paraíso fiscal

Por aqui isso é normal

Esse não é o primeiro.



Acabou a verba do ano

Agora Pedem emprestado

Para o inferno americano

Ficando mais endividado

A dívida externa só cresce

A grana nunca aparece

E o povo fica lesado.



Ninguém é molestado

Por falta de diabinho

Ele não tem trabalhado

Nunca vi um vermelhinho

Bate o ponto e vai embora

Pro trabalho nem dá bola

Nem tem ponta seu rabinho.



Ate já fiz uma queixa

Quis falar com o gerente

A secretaria disse deixa

Do diabão ele é parente

Se ferra quem denuncia

É transferido no outro dia

Pra outro inferno diferente.



Nunca vi o fogo eterno

Que queima eternamente

Só se for coisa do inferno

De outro país eminente

Aqui a vida é um lazer

Vamos viver com prazer

Você vai viver contente.



PC o adorou inteiro

É quis morar por ali

Do inferno brasileiro

Nunca mais quis sair

Vive na tranqüilidade

Nunca sentiu saudade

De lá jamais quis partir.



Agradeceu a lampião

O amigo cangaceiro

Achou uma sensação

O inferno brasileiro

Agora só ta esperando

A chegada do Fernando

Seu amigo e parceiro.







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