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Cordel-->Ao Mestre Egídio -- 12/12/2003 - 22:58 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O bom filho à casa torna


Mestre e amigo Egídio. A última vez que nos falamos, por telefone, você estava dentro de um ônibus, a caminho de um hospital, ou coisa assim. Senti o seu desespero. Disse-me, com a voz hesitante, que já tinha experimentado todos os remédios, todas as receitas caseiras e todos os conselhos deste mundo. E que as dores eram insuportáveis. Que você estava a ponto de desistir. De tudo.

Confesso que fiquei preocupado. Sua despedida foi ligeira. Como quem estava com pressa. Para descer do ônibus. Talvez na última parada de suas esperanças; comprometidas pelo sofrimento. Entendi o seu recado. O amigo dizia-me que logo que chegasse da consulta iria entrar em contato comigo. Não o fez. Fiquei mais preocupado ainda. E tentei alguns contatos por telefone. E soube que você havia vendido (ou alugado) o seu espaço comercial.

Pensei em sua família. Filhas e netas. Que tanto você ama. Como estariam se sentindo? Insistir em falar com o mestre ou deixá-lo livre para o bom combate. Na certeza de que, caso fosse necessário, você entraria em contato com todos os seus amigos.

Resolvi, desse modo, dar tempo ao tempo. E fiquei rezando por você. Mas, é chegada a hora. Diante deste seu desabafo, que traduz todo o sofrimento porque passou , dou graças a Deus; e repito, em continuação, mais um pedaço da oração que lhe encaminhei, rezando para que não lhe faltassem forças para reagir aquele momento tão marcante de sua vida.

Ei-la:

(...)
Desde que Adão pecou,
a desordem do mundo cresce
na história dos homens
e envenena o universo.
Retorce as engrenagens
dos seus misteriosos mecanismos.
E elas se atritam umas contra as outras.
Com pressões terríveis,
que, por vezes, nos torturam sem o sabermos.

Por isso o Criador, desde o princípio,
desmonta este relógio, peça por peça.
E as tira, amassadas, deste mundo.
Para retificá-las no fogo do seu amor.
Prepara-as para colocar,
de novo, no final,
numa ordem tão bela
que nem a podemos imaginar.

Qualquer dia, será a nossa vez.
Seremos desmontados do nosso lugar,
para que seja raspada, com dor,
a ferrugem da nossa vida,
retificadas ao fogo as nossas amolgadelas,
e exterminada da nossa alma
a levedura de Caim.
Morreremos: esta é a verdade.
Convém que, no devido tempo,
também o saibam as crianças.
Têm de morrer como tudo que nasce.

........................................................

No final, verificaremos
o que o coração suspeitava.
Ele, o grande perdedor,
O semeador do trigo,
que aqui foi desprezado,
é quem domina do outro lado.
Quem quiser passar a barreira
terá de perder com Ele,
morrer com Ele para com Ele ressuscitar.
Quem aqui ganhar, ali perderá.
E quem levar outra divisa que não a cruz
será retido na fronteira.”

"O Sinal da Cruz" , de Juan Luis Lorda

Mestre Egídio, disponha do amigo, sempre que julgar oportuno. Estou feliz em ver os seus versos ocuparem, novamente, o espaço que é mais seu do que todos nós, seus eternos discípulos. Abraços. Domingos. Feliz Natal, para você e sua bela família.

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