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Ensaios-->Wando - Meu Iaiá, meu Ioió - -- 18/03/2014 - 19:57 (Alexandre Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Wando - Meu Iaiá, meu Ioió -


Realizei um sonho: Assistir o show do meu guru estético Wando. Eu que inaugurei o movimento bagaceiro ( mas não registrei), encontro na figura de Wando, o expoente da arte brega. O que é o brega? É a forma de mostrar a todos, o lado romântico (que todos têm) com todas as suas fantasias e poesias na idealização da mulher amada. Sem a pretensão de ser erudito e nem piegas, o brega de Wando é a sedução que parece ser ingênua, mas é de um carisma velado, inteligente, na busca da brincadeira sacana e respeitosa, colocando a mulher ao mesmo tempo no altar e, no ardente desejo da carne, que brinca com Ela e se controla buscando sempre o momento do nirvana, do ideal, do êxtase.
Ontem, calcinhas de rendinhas, de borboletinhas, jogadas de suas fãs fizeram parte do kitsch juntamente com a maçã do pecado e a rosa tão bem cuidada. A maçã é a personificação da mulher, onde a gente ajeita-a, alisa-a, esfrega-a, para dar aquele brilho, esfrega-a mais para deixa-la bem quentinha e depois, dá-lhe uma dentada com gosto de quero mais.
Muitas calcinhas distribuídas, muitas conversas. No palco estiveram Elke Maravilha, como mestre de cerimônias e Rita Ribeiro (cantora maravilhosa), pelo projeto Bossa B do Centro Cultural Banco do Brasil ( com dinheiro das taxas que cobram da gente). Elke é uma graça, ela e Wando contaram causos do tempo do Chacrinha. Dizia a Elke, que quando Wando apareceu no Chacrinha até a sua periquitinha bateu palminha ( calma! Não me entendam mal, é o passarinho, danadinho).
Wando cantou muitas músicas do baú, mostrou suas raízes de mineirinho ( o come quieto! Na mesa, caladinho). E, ao final, “Você é luz, é raio estrela e luar... me suja de carmim, leva à boca o mel...você é fogo e eu sou paixão”. Era o sonho concretizado: cantar “ meu iaiá, meu ioió” com o Wando, muito legal!!! Cara, eu me soltei, pensei: “quê!, se eu estou aqui, vamos tocar o terror!!”, me soltei dancei, bailei com os braços pro alto. Foi muito legalce.
Por que todos temos este lado? Por que não admitimos este lado? Creio que nós admitimos sim, mas ainda muito veladamente. Wando e outros artistas anteriores e posteriores criaram um conceito: o brega, com muita originalidade, coragem e luta, animando (dando alma) á uma característica humana: a possibilidade do abandono, da traição, o continente da dor de cotovelo. Quem nunca sentiu esta dorzinha no côtoco? Mas, nosso lado brega está muito associado ao ridículo, ao baixo, seus inúmeros preconceitos. O que acontece é que as pessoas não se deixam cair. É isso mesmo, Cair!, a nossa cultura é a do “tudo bem”. Não podemos estravazar a fraqueza, temos que sempre estarmos fortes. Acontece que dessa forma, ficamos sempre em estado de tensão, e pouco superamos nossas fraquezas pela não aceitação de nosso lado mortal, não-onipotente. Cair faz parte da aceitação de que não podemos tudo, de que somos humanos. O Brega é sadio por isto, por dar o continente, a aceitação de extravazarmos o humano. Deixemos de ser super-heróis!! Viver a queda é essencial para a nossa saúde e percepção de existência e realidade, para dar a volata por cima, saracotiar.
Vivemos mais o lado brega, coloquemos no patamar que merece, o patamar de não ter patamar algum, no mesmo nível, o equilíbrio.O beijo mais gostoso é o beijo brega.


CHORA CORAÇÃO ( 1989- Dor Romântica)
Um amor quando se vai, deixa a marca da paixão
feito cio de uma loba. Feito uivo de um cão,
é feitiço que não sai, dilacera o coração.
É um nó que não desmancha, é viver sem ter razão.
Chora, coração, chora coração,
passarinho na gaiola, feito gente na prisão.
É um jeito de querer é pecado sem perdão,
é espinho que só dói quando põe o pé no chão
É o galho que se dobra sob o corte do facão,
é o mar que sai dos olhos pra banhar a solidão
Chora, coração, chora coração,
passarinho na gaiola, feito gente na prisão.
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