Minha alma rabisca um algoz, por não conseguir dizer ao mundo culto que os seus quadros são obras urbanas.
Vejo-me pensando absurdos ao ver vilipendiado o que descrevo.
Ouço música, olho ao redor, vejo os retratos pra amenizar a dor.
Vagam as horas num profundo absinto...
Se foi pelos erros da língua, se foi pela lei ou pela mediocridade contida no bojo, penso estar no caminho errado do dom.
Um poeta se forja com letras ou sentimentos?
Por certo que não compreendo, mas se há, ao menos, talento por que não aproveitar o tempo gasto, o tempo louco, o tempo.
Às vezes o mundo critica, por ser fácil acreditar no perfeito que a gente se acomoda.
Às vezes a gente fala sem ajudar.
Assenta o corpo vangloriado numa cadeira e não passamos aos pés, o que realmente foi caminhada, o que realmente mereceu rés.
Por isso, maculado me sinto esse verme lento, nessa terra imensa, a se debater durante esses dias, entre a vida e a morte,entre a vida e a sorte, daquilo que realmente serei.
Na verdade eu quis alcançar o culto, pra atender a voz, pra quem sabe acordar o povo do luto dessas horas, que o estado nos redime em miseraveis.
Dessa paz, dessa velha paz, desse amor, desse velho, novo amor, que reconstrói a qualquer inferno, eu quero o descanso eterno.
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