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Ensaios-->O fim da Guerra Fria revela o abismo entre os poderes -- 29/04/2013 - 10:05 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O fim da Guerra Fria revela o abismo entre os poderes

 

Carlos I. S. Azambuja

Resumo: O fim da Guerra Fria expandiu o abismo, já imenso, entre o poder europeu e o americano, e que foi iniciado com a Primeira Guerra Mundial.

© 2004 MidiaSemMascara.org

“O ovo da serpente pode não ter sido totalmente esmagado em solo europeu, a julgar pela inoperância das organizações européias diante do conflito na Iugoslávia, que durou cerca de 10 anos. Nem o fim da Guerra-Fria extinguiu o velho hábito europeu de lançar a culpa por suas mazelas sobre os americanos e russos e esperar deles as eventuais soluções”(Mark Mazower, historiador inglês, livro “Continente Sombrio - A Europa no Século XX”)

Segundo o jornalista e escritor Robert Kagan, autor do livro “Do Paraíso e do Poder” (editora Rocco), o poderio militar da Europa vem declinando desde, pelo menos, a década de 20, quando a França buscava desesperadamente uma aliança com a Inglaterra, depois que o Senado dos EUA se recusou a ratificar o Tratado de Versalhes, que havia constituído a Liga das Nações em abril de 1919.

Recorde-se que no período entre as duas guerras os vencedores da I Guerra Mundial depositaram sua fé na segurança coletiva, através da Liga das Nações, uma pessoa jurídica supranacional que tinha por objetivo tornar inviável a guerra. Mas isso não funcionou, pois a força motriz dessa entidade era norte-americana e o Congresso dos EUA não referendou o projeto.

Apaziguar a Alemanha, resolver os conflitos internacionais por meio da mediação, do arbitramento e da conciliação foram as estratégias da Liga das Nações. Essas estratégias eram, na realidade, um produto da fraqueza, pois a entidade não dispunha de Forças Armadas próprias e nem poder de coerção.

Revelando-se impotente para bloquear a invasão japonesa da Mandchúria (1931), a agressão italiana à Etiópia (1935) e o ataque russo à Finlândia (1939), embora o ano de 1936 já tivesse marcado seu fim, o organismo se autodissolveu oficialmente em abril de 1946, com a criação da Organização das Nações Unidas, um ano antes.

Pode ser dito que a II Guerra Mundial foi o resultado dessas estratégias de mediação, arbitramento e conciliação.

Desde o fim da II Guerra Mundial e durante os cerca de 50 anos de Guerra Fria a Europa caiu num estado de dependência estratégica dos EUA, temendo que os norte-americanos se retirassem do continente. A missão da Europa cingiu-se a defender o próprio território contra uma possível ofensiva soviética, contentando-se com a dependência da proteção garantida pelos EUA, pois manter a unidade e coesão do Ocidente era fundamental.

Em 1992 foi anunciada a construção de uma nova Europa, confiante e unificada em um só bloco político e econômico, com o histórico Tratado de Maastricht, coroando um processo que teve início em 1948 com o Tratado do Carvão e do Aço e se consolidou com o Tratado de Roma de 1957. Julgou-se que, finalmente, uma Europa unificada restabeleceria a multipolaridade global, tornando-se uma superpotência. Mas isso não aconteceu. Apesar de nos campos político e econômico ter produzido milagres, cumprindo a promessa de unidade e despontando como uma potência econômica, a limpeza étnica no Vale do Drina, na Iugoslávia, naquele mesmo ano, mostrou o quanto uma nova Europa não passava de uma figura de retórica.

Todavia, malgrado o fim da Guerra Fria, logo a Europa descobriu que o poder econômico não se traduzia, obrigatoriamente, em poder geopolítico e estratégico. E a década de 90 presenciou um declínio ainda maior do continente rumo a uma relativa fraqueza militar em comparação com os EUA. O conflito nos Bálcãs, no início da década, revelou a incapacidade militar européia, expondo um abismo em tecnologia militar e a incapacidade de travar guerras modernas. E esse abismo só se agravaria nos anos seguintes.

Fora do continente europeu, em fins da década de 90, a disparidade era ainda mais óbvia quando se tornou patente que a capacidade e disposição, individuais ou coletivas, das potências européias de projetar força decisiva nas regiões de conflito era insignificante, devido à lacuna tecnológica.

Na Bósnia, no Kosovo, na Macedônia ou mesmo no Afeganistão o papel da Europa limitou-se a completar as forças pacificadoras depois que os EUA, praticamente sozinhos, haviam executado as fases decisivas da missão militar e estabilizado a situação.

Segundo alguns europeus, a verdadeira divisão de trabalho consistiu em os EUA prepararem o jantar e a Europa lavar a louça.

O desafio estratégico da Guerra Fria e a doutrina de contenção fizeram com que os EUA acumulassem uma força militar capaz de projetar seu poder de imediato em regiões distantes. Em contraposição, o papel estratégico da Europa fora diferente: defender-se e resistir a possíveis ataques das forças soviéticas, e não projetar Poder.

Alguns jornalistas europeus costumam argumentar que os norte-americanos fazem exigências descabidas de “segurança perfeita” e afirmam que a Europa sabe o que é viver em perigo, coexistir lado a lado com o mal, já que o fez durante séculos. O fato é que a maior tolerância atual da Europa com as ameaças deve-se mais à sua relativa fraqueza, o que parece estar abrindo uma fenda entre os EUA e a Europa. Desde o fim do império soviético somente uma idéia subsiste, à direita e à esquerda: a do antiamericanismo.

Há cerca de 60 anos a garantia de segurança da Europa é dada pelos EUA. É precisamente o imenso poder norte-americano e a disposição de seus governantes em assumir riscos e responsabilidades que tornam o país o alvo principal do terrorismo e aqueles que não têm condições de operar unilateralmente buscam construir mecanismos com a intenção de controlar os que podem.

É irreal supor que os europeus voltem ao status de grande potência internacional, a não ser que estejam dispostos a desviar recursos importantes dos programas sociais para os militares a fim de transformar as forças de defesa territorial, passivas, em forças capazes de serem despachadas e sustentadas fora do continente ou, até mesmo, realizar atividades militares mínimas no próprio continente sem a ajuda dos EUA.

Ou seja, na opinião da Europa, a queda da União Soviética, além de eliminar um adversário estratégico, também eliminou a necessidade da geopolítica. O fim da Guerra Fria foi interpretado por muitos europeus como férias para a estratégia.

Enquanto isso, mesmo depois da Guerra Fria o poder militar dos EUA permaneceu sem precedentes e aumentou sua disposição de empregar forças no exterior em praticamente onde julgasse necessário e na oportunidade que escolhesse, desde o início da primeira administração Bush, com a invasão do Panamá em 1989, a Guerra do Golfo em 1991, a intervenção na Somália em 1992, continuando no governo Clinton, com intervenções no Haiti, na Bósnia e no Kosovo, e no Afeganistão e Iraque no governo W. Bush.

A esse respeito, registre-se que a superioridade dos EUA teve o apoio de um orçamento militar de 400 bilhões de dólares em 2003, quase duas vezes o orçamento total da OTAN, cerca de 10 vezes o orçamento francês, alemão e russo, mais de 20 vezes o orçamento chinês, mais de 30 vezes o orçamento brasileiro e maior do que o PIB brasileiro. Assinale-se que cerca de 30 a 40 bilhões de dólares desse monumental orçamento é aplicado em pesquisa e desenvolvimento, daí o constante crescimento das tecnologias de uso militar.

Finalmente, assinale-se que o ódio aos EUA é alimentado por duas fontes distintas, muitas vezes convergentes: são a única superpotência desde o fim da Guerra Fria e são o principal campo de atuação e centro de expansão do chamado “demônio liberal”. É precisamente devido ao seu caráter de superpotência que os EUA espalham o que dizem ser “a peste liberal” por todo o planeta.

O fim da Guerra Fria, portanto, expandiu o abismo, já imenso, entre o Poder europeu e o americano e a grande questão que se apresenta aos europeus neste início de Século é saber de que forma poderão recuperar a autonomia política perdida em 1 de agosto de 1914, primeiro dia da Primeira Guerra Mundial.

 

Leia os textos de Félix Maier acessando o blog e sites abaixo:

 

PIRACEMA - Nadando contra a corrente

Mídia Sem Máscara

Netsaber

Usina de Letras

 

Para conhecer a história do terrorismo esquerdista no Brasil, acesse:

Wikipédia do Terrorismo no Brasil

 

"Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades" (Benjamin Franklin).

 

Escracho

O Palácio do Planalto amanheceu com uma faixa no topo do prédio:

"AQUI VIVE UMA TERRORISTA"

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