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Ensaios-->O emissário de Fidel -- 16/04/2013 - 12:02 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Notícias de Jornal Velho:

 O emissário de Fidel

Carlos I. S. Azambuja

 em 16 de junho de 2005 


Resumo: Carlos Rafael Rodríguez, membro do Comitê Central do PC Cubano e um dos vice-presidentes do Conselho de Ministros e de Estado, foi amigo de Fulgêncio Batista e um de seus ministros.

© 2005 MidiaSemMascara.org

Conforme foi assinalado por Raul Castro, a construção socialista é uma “viagem ao ignoto” (dr. Jesus Pastor Garcia Brigos, da Sociedade Cubana de Investigações Filosóficas).

Carlos Rafael Rodríguez, membro do Comitê Central do Partido Comunista Cubano e um dos vice-presidentes do Conselho de Ministros e de Estado, é um personagem que a cerca de 60 anos está profundamente vinculado com os altos níveis da política cubana. Antes de Fidel assumir o Poder, foi amigo de Fulgêncio Batista e um de seus ministros, além de membro do Comitê Central do Partido Socialista Popular (PSP), que era a denominação de então do Partido Comunista Cubano.

Em julho de 1973, Fidel mandou-o ao Chile para tentar conciliar a extrema-esquerda com o socialismo de Allende.

Durante todos esses anos transformou-se em um teórico marxista-leninista. Sua carreira política está vinculada diretamente a Fulgêncio Batista, face às relações do ditador com o Partido Socialista Popular.

Em 4 de setembro de 1933, o sargento Batista dirigiu um golpe de Estado contra Carlos Manuel de Céspedes, fugaz sucessor do deposto ditador Gerardo Machado, vindo a ser eleito presidente em 1940.

Todavia, os contatos de Fulgêncio Batista com o PSP remontam a 1937. Em maio de 1938 o ditador Batista permitiu que os comunistas voltassem a publicar seu jornal “Noticiário de Hoje” e, logo depois, a abertura de uma estação de rádio: “Radio Dez Mil”. Em uma reunião de julho de 1938, o PSP decidiu adotar “uma atitude mais positiva com relação a Batista”, considerando-o “um defensor da liberdade”. Logo depois, o então Secretário-Geral do PSP, Blás Roca, foi recebido por Batista e o diálogo concluído com um acordo de cavalheiros. Por esse acordo, Batista se comprometia a legalizar o PSP, então clandestino, o que cumpriu em 24 de setembro de 1938. Além da legalização, Batista outorgou ao PSP o controle das massas trabalhadoras, entregando-lhe a direção da Confederação dos Trabalhadores Cubanos, com um milhão de membros. Em troca, o PSP apoiaria o ditador nas eleições de 1940.

O pacto com Fulgêncio Batista trouxe recompensas ao PSP. Tão logo ele foi eleito, os comunistas obtiveram dois ministérios para os quais foram designados Juan Marinello e Carlos Rafael Rodríguez.

Através da “Editorial Páginas”, os comunistas passaram a publicar anualmente mais de um milhão de livros e folhetos diversos, além do diário “Hoy”, revistas e periódicos diversos.

Foi com razão que em 1941 Blás Roca disse que “Batista tem um coração nobre de um homem do povo” e em 1944 o chamou de “ídolo do povo, grande homem de nossa política nacional. Homem que encarna os ideais sagrados de uma nova Cuba... o grande general Batista, que conduz a pátria pelo caminho da dignidade e do progresso” (“Hoy”, 16 de janeiro de 1944). Em 13 de junho de 1944, segundo o “Hoy”, Blás Roca declara expressamente: “nós, os comunistas cubanos, temos colaborado, primeiro com o coronel Batista, e logo depois com o presidente da República, em estreita comunhão de idéias”.

Uma adulação sem fim, típica de comunistas!

Um documento revelador da colaboração de Carlos Rafael Rodriguez com o ditador foi a carta enviada por Batista a Blás Roca, Secretário-Geral do PSP, reproduzida pelo “Hoy” em 13 de junho de 1944: “Querido Blás: Em relação à tua carta, que acaba de me ser entregue pelo nosso comum amigo Carlos Rafael Rodríguez, ministro sem pasta, tenho o agrado de te confirmar minha opinião sobre a eficaz e leal cooperação que meu governo tem recebido e recebe do Partido Socialista Popular, de seus dirigentes e de suas massas. Fulgêncio Batista”.

Quando nesse mesmo ano de 1944 Batista perdeu as eleições e teve que se afastar do Poder, Blás Roca escreveu com nostalgia e esperança: “Batista é uma reserva da democracia cubana” (“Hoy” de 19 de julho de 1944).

Sem o apoio de Batista, o PC (PSP) começou a cair vertiginosamente. Os comunistas perderam o controle das amplas massas, foram desbancados da direção da Confederação de Trabalhadores, não reelegeram seus três senadores e seus jornais e rádios ficaram ameaçados de fechamento.

Todavia, um novo golpe de Estado, de Batista contra Prio Socarrás, iria salvar o PSP do total desmantelamento, com o ditador voltando a lhes abrir a porta a uma nova e profunda infiltração. Imediatamente após o golpe, o comunista Gillermo Perez Lamy foi nomeado assessor jurídico do Ministério do Trabalho, enquanto outro comunista, Arsênio Gonzalez era designado Subsecretário do Trabalho, reinstalando o PSP no governo.

Gozando, como estavam, das delícias do Poder, nada mais natural que os comunistas se opusessem obstinadamente a todo intento de derrubar Batista. Os comunistas qualificavam invariavelmente como “aventuras putschistas” todos os intentos levados a cabo por oficiais contrários a Batista, no Exército, grupos de civis e jovens universitários. Dessa forma, condenaram as ações contra a ditadura levadas a efeito, especialmente o denominado “assalto ao quartel Moncada”, em 26 de julho de 1953, chefiado por Fidel Castro.

Atualmente, quando todos os comunistas latino-americanos anualmente celebram hipocritamente o assalto de Fidel ao quartel Moncada, é interessante recordar que naquela oportunidade a camarilha de bonzos do PC cubano, encabeçada por Blás Roca, Juan Marinello e Carlos Rafael Rodríguez, o condenou violentamente, tachando-o de “putschista”.

Em 1954, após a ruptura de relações diplomáticas entre Cuba e União Soviética, os comunistas são postos fora da lei. Todavia, mesmo fora da lei, contando com o apoio de Batista, aumentaram o número de suas publicações: “Respuestas”, semanário Ideológico “Carta Semanal”, semanário político “Fundamentos”, revista teórica mensal “El Campesino” “Notas Econômicas” “El Primero de Mayo” “Información Internacional”. Além disso, editou e fez circular diversas publicações soviéticas e revistas dedicadas à juventude, participando dos altos níveis de governo e se infiltrando no próprio partido de Batista, o Partido de Ação Progressista.

É um fato revelador que quando se abriram as prisões de Batista, em 1º de janeiro de 1959, nelas não se encontrava um só comunista que enquanto os cárceres de Batista se enchiam de revolucionários e os guerrilheiros eram perseguidos em “Sierra Maestra”, os comunistas não participavam da luta, permaneciam no governo e seus dirigentes, inclusive Carlos Rafael Rodríguez, passeavam tranqüilamente pelas ruas de Havana.

É interessante assinalar que no início do ano de 1958, quando a decomposição do regime de Batista já se fazia evidente, Carlos Rafael Rodríguez propôs, oportunisticamente, ante o partido, a necessidade de mudança da linha política, assumindo o caminho insurrecional de Fidel Castro. Rodríguez sustentou que, se Batista caísse, e especialmente se caísse em conseqüência da atividade revolucionária de Fidel Castro, os comunistas perderiam o já escasso apoio das massas e, nessas condições, o futuro não oferecia esperança alguma ao “partido da classe operária”. Carlos Rafael Rodríguez logrou convencer a nomenklatura partidária e foi designado para estabelecer contato com Fidel, nas montanhas.

A primeira visita a Fidel, em “Sierra Maestra” foi realizada em julho de 1958, mas somente em fins de agosto, quando de uma segunda visita, Carlos Rafael Rodríguez logrou a concertação de uma espécie de pacto entre os comunistas e Fidel: em troca do apoio comunista em distintos níveis, Fidel aceitava a entrada dos comunistas nas fileiras rebeldes. Anos depois, esse pacto foi assim explicado por Blás Roca: “Fidel abriu as fileiras do exército rebelde a todos que quisesse lutar com as armas na mão contra a tirania e em prol da revolução” (Informe ao VIII Congresso do Partido Socialista Popular, agosto de 1960). Carlos Rafael Rodríguez havia se revelado um “expert”, mantendo o PC na crista da onda e tomando posições que tornaram possível logo assumir o controle do movimento rebelde.

Imediatamente após a entrada dos guerrilheiros em Havana, o diário “Hoy”, dirigido por Carlos Rafael Rodríguez, empreendeu uma grande campanha de conscientização das “massas”. Por outro lado, os castristas anti-comunistas se refugiaram nas páginas do diário “Revolución”, porta-voz do Movimento 26 de Julho. Não tardou o desencadeamento de uma feroz polêmica entre ambos, levando a melhor o diário “Hoy”, pois Fidel determinou o fechamento do “Revolución”, jornal de seus companheiros.

Em junho de 1959, seis meses depois de instalado o novo governo, o presidente Manuel Urrutia deu ordens de que as versões de doutrinamento comunista no interior das Forças Armadas fossem investigadas, ocasionando o início de ataques violentos dos comunistas do “Hoy” ao presidente. Em 17 de julho, Fidel Castro fez um pronunciamento pela televisão e Manuel Urrutia pressionado pelas bases do PC, renuncia, sendo substituído por Osvaldo Dorticós Torrado.

Os serviços prestados por Carlos Rafael Rodríguez a Fidel têm sido valiosíssimos e este soube recompensá-lo. Hoje ele é membro do Comitê Central do Partido Comunista Cubano, vice-presidente do Conselho de Ministros e vice-presidente do Conselho de Estado.

Em fins de julho de 1973, Carlos Rafael Rodríguez foi enviado ao Chile a fim de tentar solucionar as diferenças entre a extrema-esquerda e o governo socialista de Salvador Allende. Nessa oportunidade, levou a Allende a seguinte carta:

“La Habana, 27 de julio de 1973

Querido Salvador

Con el pretexto de discutir contigo cuestiones referentes a la reunión de países no alineados, Carlos y Piñero realizan un viaje a ésa. El objetivo real es informarse contigo sobre la situación y ofrecerte como siempre nuestra disposición a cooperar frente a las dificultades y peligros que obstaculizan y amenazan el proceso. La estancia de ellos será muy breve por cuanto tienen aquí muchas obligaciones pendientes y, no sin sacrificio de sus trabajos, decidimos que hicieran el viaje.

Veo que están ahora en la delicada cuestión del diálogo con la D.C. en medio de acontecimientos graves como el brutal asesinato de tu edecán naval y la nueva huelga de los dueños de camiones. Imagino por ello la gran tensión existente y tus deseos de ganar tiempo, mejorar la correlación de fuerzas para caso de que estalle la lucha y, de ser posible, hallar un cauce que permita seguir adelante el proceso revolucionario sin contienda civil, a la vez que salvar tu responsabilidad histórica por lo que pueda ocurrir. Estos son propósitos loables. Pero en caso de que la otra parte, cuyas intenciones reales no estamos en condiciones de valorar desde aquí, se empeñase en una política pérfida e irresponsable exigiendo un precio imposible de pagar por la Unidad Popular y la Revolución, lo cual es, incluso, bastante probable, no olvides por un segundo la formidable fuerza de la clase obrera chilena y el respaldo enérgico que te ha brindado en todos los momentos difíciles ella puede, a tu llamado ante la Revolución en peligro, paralizar los golpistas, mantener la adhesión de los vacilantes, imponer sus condiciones y decidir de una vez, si es preciso, el destino de Chile. El enemigo debe saber que está apercibida y lista para entrar en acción. Su fuerza y su combatividad pueden inclinar la balanza en la capital a tu favor aun cuando otras circunstancias sean desfavorables.

Tu decisión de defender el proceso con firmeza y con honor hasta el precio de tu propia vida, que todos te saben capaz de cumplir, arrastrarán a tu lado todas las fuerzas capaces de combatir y todos los hombres y mujeres dignos de Chile. Tu valor, tu serenidad y tu audacia en esta hora histórica de tu patria y, sobre todo, tu jefatura firme, resuelta y heroicamente ejercida constituyen la clave de la situación.

Hazle saber a Carlos y a Manuel en qué podemos cooperar tus leales amigos cubanos. Te reitero el cariño y la ilimitada confianza de nuestro pueblo.

Fraternalmente,

Fidel Castro”

Piñero era Manuel Piñero Losada, chefe da Inteligência cubana, e Carlos, Carlos Rafael Rodríguez.

Malgrado a interferência explícita de Fidel Castro no processo político chileno, cerca de 40 dias depois, em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende foi deposto e o Chile, hoje, respira em liberdade.

 

 

Leia os textos de Félix Maier acessando o blog e sites abaixo:

PIRACEMA - Nadando contra a corrente

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Para conhecer a história do terrorismo esquerdista no Brasil, acesse:

Wikipédia do Terrorismo no Brasil

 

"Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades" (Benjamin Franklin).

  

Escracho

O Palácio do Planalto amanheceu com uma faixa no topo do prédio:

"AQUI VIVE UMA TERRORISTA"

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