Para entendermos o que Deus pode permitir que aconteça nos últimos dias, temos de compreender o ensinamento católico sobre o papado e olhar para alguns exemplos da história da Igreja de coisas que Deus permitiu que ocorressem em relação ao papado. É um da história, das Escrituras e da tradição que o Nosso Senhor Jesus Cristo fundou a Sua Igreja universal (a Igreja Católica) sobre São Pedro.
Mateus 16:18-19: «E eu digo-te que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus.»
Nosso Senhor fez de São Pedro o primeiro papa, confiou-lhe todo o Seu rebanho, e deu-lhe a suprema autoridade na Igreja universal de Cristo.
João 21:15-17: «Tendo eles jantado, disse Jesus a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?” Ele disse-lhe : “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse-lhe: “Apascenta os meus cordeiros.” Disse-lhe outra vez; “Simão, filho de João, amas-me?” Ele disse-lhe : “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.” Disse-lhe pela terceira vez: “Simão, filho de João, amas-me?” Ficou Pedro triste, porque, pela terceira vez, lhe disse: “Amas-me?” E disse-lhe: “Senhor, tu conheces tudo; sabes que eu te amo.” Jesus disse--Ihe: “Apascenta as minhas ovelhas.”»
Porém, nos dois mil anos de história da Igreja Católica, houve mais de 40 antipapas. Um antipapa é um bispo que diz ser o papa, mas que não foi canonicamente eleito como Bispo de Roma (Supremo Pontífice). Segue-se uma lista dos 42 antipapas com os quais a Igreja teve de lidar antes do Vaticano II:
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Santo Hipólito (reconciliado posteriormente com o Papa São Ponciano; morreu como mártir da Igreja), 217-235.
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Novaciano, 251-258.
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Félix II (confundido com um mártir do mesmo nome e considerado como um papa autêntico até recentemente), 355-365.
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Ursino, 366-367.
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Eulálio, 418-419.
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Lourenço, 498-499, 501-506.
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Dióscoro (legítimo talvez em oposição a Bonifácio II, mas morreu 22 dias após a sua eleição), 530.
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Teodóro (II) (oposto ao antipapa Pascal), 687.
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Pascoal (I) (oposto ao antipapa Teodóro), 687.
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Teofilacto, 757.
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Constantino II, 767-768.
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Felipe (substituiu o antipapa Constantino II brevemente; reinou por um dia e depois retornou ao seu mosteiro), 768.
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João VIII, 844.
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Anastácio III Bibliotecário, 855.
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Cristóvão, 903-904.
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Bonifácio VII, 974, 984-985.
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João Filagatto (João XVI), 997-998.
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Gregório VI, 1012.
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Silvestre III, 1045.
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João Mincius (Bento X), 1058-1059.
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Pietro Cadalus (Honório II), 1061-1064.
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Gilberto de Ravena (Clemente III), 1080 & 1084-1100.
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Teodoro, 1100-1101.
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Adalberto, 1101.
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Maginulfo (Silvestre IV), 1105-1111.
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Maurício Burdino (Gregório VIII), 1118-1121.
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Teobaldo Boccapecci (Celestino II) (legítimo mas submeteu-se ao seu rival Honório II, e posteriormente considerado um antipapa), 1124.
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Pietro Pierleoni (Anacleto II), 1130-1138.
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Gregório Conti (Vítor IV), 1138.
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Octaviano de Montecelio (Vítor IV), 1159-1164.
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Guido de Crema (Pascoal III), 1164-1168.
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Giovanni de Stuma (Calixto III), 1168-1178.
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Lanço de Sessa (Inocêncio III), 1179-1180.
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Pietro Rainalduccio (Nicolau V), antipapa em Roma, 1328-1330.
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Roberto de Genebra (Clemente VII), antipapa da linha de Avinhão, 20 Setembro 1378 – 16 Setembro 1394.
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Pedro de Luna (Bento XIII), antipapa da linha de Avinhão, 1394-1423.
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Pietro Filargi de Cândia (Alexandre V), antipapa da linha de Pisa, 1409-1410.
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Baldassare (Baltazar) Cossa (João XXIII), antipapa da linha de Pisa, 1410-1415.
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Gil Sanches Munhoz (Clemente VIII), antipapa da linha de Avinhão, 1423-1429.
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Bernardo Garnier (o primeiro Bento XIV), antipapa da linha de Avinhão, 1424-c. 1429.
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Jean Carrier (o segundo Bento XIV), antipapa da linha de Avinhão, 1430-1437.
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Duque Amadeus VIII de Saboia (Félix V), 5 de Novembro 1439 – 7 de Abril 1449 (Wikipedia, A Enciclopédia Livre).
Um dos casos mais notórios na história da Igreja foi o do antipapa Anacleto II, que reinou em Roma desde 1130 a 1138. Anacleto foi implantado numa eleição não-canônica depois de Inocêncio II, o verdadeiro Papa, já ter sido eleito. Apesar da sua eleição inválida e não-canónica, o antipapa Anacleto II obteve o controlo de Roma e o apoio da maior parte do colégio de cardeais. Anacleto teve o apoio de quase toda a população de Roma, até que o verdadeiro Papa recuperasse o controlo da cidade em 1138 (A Enciclopédia Católica, «Anacleto», Vol. 1, 1907, p. 447).