Sobre o Caso Suzane
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Darlana Ribeiro. Sobre seu artigo “O Caso Suzane”, permita-me discordar de alguns pontos. Daqui a pouco, você tentará convencer a todos que os culpados foram os próprios pais.
É sempre assim. Essa tecla de favorecer o demônio. Essa moça é de índole má. Perversa. Egoísta. Quantas moças foram impedidas pelos pais de continuarem com namoros com gente que usa drogas, que não trabalha, que não têm futuro? E nem por isso mataram os pais a pauladas. Com requintes de crueldade.
Simplesmente, das duas uma: ou fugiram com o namorado ou encerraram o namoro. Matar os pais? É coisa de animal selvagem. Nem o pior dos Pit Bull seria capaz de tanto. Chega dessa mania de colocar a culpa na sociedade, nos pais, etc..
Se fosse assim, as cadeias andariam cheias de gente pobre e favelada; muitas das quais nunca viram seus pais. A coisa não vai por aí.
Quanto ao conceito de que pena de morte não resolve, pois onde foi implantada , nada teria mudado, carece de fundamento. Se não diminuiu a criminalidade, a causa pode ser meramente de ordem estatística. Pressão das religiões. Ou coisa parecida. Não há evidência de que isto tenha acontecido. Entre ter ou não pena de morte, não acredito que não haja diferença para a motivação de algum crime.
Depois, tem a questão da relação custo/benefício. Deixar uma pessoa presa, às custas do Estado, sobre as benesses das lei, para em cinco ou sete anos sair da cadeia e cometer novo crime, como tem acontecido, não tem graça nenhuma.
Ou muda-se a lei, para que toda a pena seja cumprida, ou parte-se para a pena de morte. Pois ela, a rigor, já existe. Há muito tempo. Só que do lado do bandido. Que mata e ainda tem o privilégio de ser ajudada por pessoas que pensam como você. Que, talvez sem querer, tentam justificar o injustificável.
Então não haveria crimes? Tudo é culpa da sociedade?
Desculpe-me. Mas antes mesmo da sociedade ser constituída, já havia crimes horrendos. E não tinha essa história de dizer que a culpa era falta de diálogo.
Há pessoas más que não podem conviver em sociedade. Algumas são recuperáveis. Outras não.
