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Ensaios-->Colômbia e Venezuela sob o controle de Havana? -- 18/01/2013 - 11:51 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Escrito por Eduardo Mackenzie 17 Janeiro 2013
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo

Cuba está, pois manobrando a Venezuela com êxito neste momento tão crucial para as duas nações, e faz o mesmo em relação à Colômbia.

 A violência que a Colômbia tem sofrido todos esses anos, pela ação criminosa permanente de mais quatro guerrilhas comunistas, devemo-la em grande parte à ex-URSS e a Havana.

 

Colombianos e venezuelanos vemos nestes momentos como a ditadura cubana conseguiu se apoderar dos mais íntimos recursos do que será a transição de regime em Caracas. Havana não só controla em segredo o tratamento do câncer que está liquidando com Hugo Chávez, senão que está ditando, ademais, os detalhes do que deve ser, segundo ela, o desenlace político geral da situação após a morte do líder da revolução bolivariana.

Que nem Nicolás Maduro, nem Diosdado Cabello, nem Cilia Flores tenham ilusão. Nenhuma das patéticas figuras do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), nem do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) poderão fazer nada de modo autônomo nessa transição, pois os cubanos lhes arrebataram até esse direito.

Em excelente artigo, o jornalista Bertrand de la Grange disse isto:

“Temos aqui o caso bastante excepcional de um Estado poderoso dominado por uma ilha insignificante em termos geoestratégicos. Por afinidades ideológicas e pessoais - o encadeamento de Chávez pelo Grande Irmão Fidel -, o maior exportador de petróleo da América Latina pôs sua riqueza à disposição do regime cubano. (...) Tudo isto, que tem sido vital para Cuba nos últimos doze anos, está agora em risco de se perder se Chávez falecer antes de tomar posse de seu novo mandato. E os irmãos Castro não podem permiti-lo, sobretudo quando a ilha está passando por momentos econômicos difíceis”.

Cuba está, pois manobrando a Venezuela com êxito neste momento tão crucial para as duas nações, e faz o mesmo em relação à Colômbia. Sem falar, é claro, do que fez ao Equador, Bolívia, Nicarágua e Argentina. Mas este é outro tema. Em todo caso, as presunções imperialistas de Cuba, seu desejo de dobrar as nações latino-americanas para parasitá-las e colocá-las a seu serviço, estão a descoberto, hoje mais do que nunca.

Assim como a transição obrigatória do regime chavista está sendo manipulada por Havana, a outra transição, menos visível, na Colômbia, de um regime democrático para um regime coletivista, também vai de vento em popa. Evidentemente, o trabalho dos cubanos sobre a Colômbia leva mais de 40 anos. Eles acreditam estar no final desses esforços e que tudo sairá bem, pois agora contam com a colaboração de uma parte da elite governante.

A violência que a Colômbia tem sofrido todos esses anos, pela ação criminosa permanente de mais quatro guerrilhas comunistas, devemo-la em grande parte à ex-URSS e a Havana. A influência nefasta dessa ilha agora em ruínas se projeta sobre a Colômbia de dupla maneira: mediante o continuado controle das FARC e do ELN e mediante uma alavanca nova porém mais sinistra: os chamados “diálogos de paz” em Havana.

Esses diálogos não transcorrem entre duas partes colombianas (se podemos ver as FARC como colombianos). Transcorrem, pelo contrário, sob o controle e a interferência da inteligência cubana. Não há passo que se dê alí que não esteja sob o olho caprichoso dos irmãos Castro. A prova mais recente disso é que o texto final do chamado “foro agrário” de Bogotá, o qual devia ser dado ao público na semana passada, teve que ser adiado pois em Havana estão revisando cada vírgula desse documento.

A inteligência cubana registra cada episódio desses diálogos e monitora até os “foros” paralelos que a esquerda vende-pátria está impulsionando na Colômbia. Alguém me dizia nesses dias: “Tudo o que a delegação oficial colombiana (e a das FARC) faz é gravado e filmado clandestinamente, tanto durante as reuniões supostamente privadas entre as duas delegações, como nos quartos de cada membro das delegações, até no banheiro! Com essa informação, os cubanos ajudam as FARC e desorientam o governo colombiano quando lhes convém”.

Cuba está jogando, pois, nesses dois teatros, a sua sobrevivência e está fazendo com audácia e grande habilidade, pois isso não aparece, no momento, como uma evidência ante a opinião pública colombiana. Os venezuelanos, ao que parece, têm os olhos mais abertos ante essa manobra.

O mais escandaloso da conduta do presidente Santos não foi que aceitasse dar um respiro às FARC e abrir uma negociação com elas quando estavam mais fracas, senão que aceitasse que essa “negociação” se efetivasse em Cuba, quer dizer, ante os olhos e ouvidos dos serviços secretos da ilha. Santos foi convencido por alguém de que esse lugar era a melhor garantia de que não haveria infiltrações. Assim, os cubanos fizeram um tremendo gol em Santos e na Colômbia. Qualquer outra opção era preferível ao invés de ver os representantes da Colômbia metidos em semelhante ratoeira.

Por essa razão os diálogos de Havana estão viciados até a medula. A legitimidade desses diálogos começa a ser posta em dúvida e essa tendência irá se fortalecer à medida em que os diálogos avancem. O ocorrido durante o “foro agrário” mostrou como um avanço pode ser um retrocesso. Esse palanque foi, na realidade, um tribunal revolucionário no qual um grêmio e uma personalidade industrial, José Félix Lafaurie, foram linchados midiaticamente como nunca antes se havia visto na Colômbia por não ter-se prestado a essa farsa.

Os próximos “foros” serão a mesma coisa: tribunais para sacrificar os dissidentes, para ditar a linha aos grêmios econômicos e para ambientar as inovações liberticidas que as FARC e Havana estão preparando para o país.

Desta vez Iván Márquez disse que Lafaurie, o presidente da FEDEGAN (Federación de Ganaderos) - um dos grêmios mais atacados pelas FARC e seus satélites (3 mil vítimas de assassinato e seqüestro, sem falar dos despojos de terras e das extorsões) - é um “aliado dos para-militares que não se cansou de disparar contra o foro”. E como o governo de Santos defendeu a FEDEGAN e seu presidente de semelhante ameaça? Com um agravo similar através de Juan Camilo Restrepo, ministro da Agricultura, que voltou a brandir o garrote difamatório do suposto “para-militarismo” e chegou até a criticar a FEDEGAN por haver condecorado o general Navas. E através do próprio presidente Santos que qualificou de “irracional” a posição da FEDEGAN, por se recusar a participar do “foro agrário”.

Assim vai a negociação em Havana, um cenário que somente os cubanos controlam. Em que pese a isso, esse “diálogo” pretende redesenhar o país, de cima a baixo, pois não há tema vedado, como se acreditou a princípio, nem tempo limitado para esses encontros. Graças a esses diálogos, a Colômbia converteu-se em um imenso bazar onde tudo pode ser negociado. E não negociado entre poderes representativos, eleitos pelo povo, senão entre grupinhos técnicos que operam atrás dos bastidores, sob a pressão dos cubanos, e que consideram muito normal ocultar ao povo o que está fazendo.

É isso que os cubanos querem que se faça. É o que eles esperam fazer da Colômbia. O desenho-país que saia desses “diálogos” não será senão o modelo que Cuba quer impor à Colômbia. Por isso nenhum colombiano estará obrigado a respeitar nem a acatar o que saia desta ópera bufa. Na melhor das hipóteses os venezuelanos não se deixam roubar a transição por Havana. Seremos os colombianos capazes de nos sacudir dessa mesma mão de gorila totalitária que agora temos em cima?


Tradução: Graça Salgueiro

 

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