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Ensaios-->Parteiras na Amazônia. -- 01/11/2012 - 17:49 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PARTEIRAS NA AMAZÔNIA

A Amazônia é totalmente diferente das demais regiões do Brasil, e é certo que boa parte das diferenças sociais e culturais dessa belíssima parte de nosso país se deve ao isolamento das comunidades ribeirinhas.
Na Amazônia quase não existem estradas e carros. São os rios que fazem o papel das estradas e os barcos substituem os carros. As distâncias entre as comunidades são enormes, o que acaba impedindo que muitas mudanças cheguem nessas localidades. Por isso, a ideia que se tem é que essa parte do Brasil ainda está no passado, em alguns casos quatro ou cinco décadas atrás do que se vive hoje no Sul e Sudeste.
É realmente grande a quantidade de situações que podem ser apresentadas para demonstrar isso.
As parteiras tradicionais são um exemplo claro de como o passado esta bem vivo nessa belíssima região do Brasil.
Para dar assistência às mulheres grávidas, as parteiras tradicionais enfrentam duras jornadas. Em geral elas têm que remar sozinhas grandes distâncias em rios sinuosos, em outras situações caminham a pé longos trechos no meio da floresta. De noite ou de dia, sob um sol escaldante ou em meio à chuva forte elas enfrentam essa lida diariamente. E, por mais absurdo que pareça, em muitos casos elas não recebem nenhum dinheiro pelo parto que fazem.
Todo esforço que dedicam para realizar esse trabalho em alguns casos é retribuído apenas com gentilezas, respeito ou um simples agrado. Vale lembrar que nas comunidades mais isoladas e mais dependentes do trabalho das parteiras a troca de mercadorias e favores é mais comum do que o pagamento em dinheiro.
As parteiras têm uma relação de afetividade e igualdade com as mulheres que atendem. Elas vivem em situações bem parecidas, o que torna sua relação com as gestantes e seus familiares muito mais forte e significativa. Engana-se quem pensa que as parteiras vão embora logo que o parto finaliza, pois é bem comum que elas fiquem em companhia da nova mãe por alguns dias, ajudando nas tarefas de casa, dando dicas de cuidados com o recém-nascido, ensinando canções e orações, preparando alimentos e remédios à base de ervas etc.
Nessas comunidades da Amazônia, as parteiras são vistas como profissionais da saúde e têm também um caráter simbólico forte, pois o ato de “partejar” é visto como um “dom divino”, uma “missão sagrada” que elas recebem para ajudar outras pessoas.
É curioso que ao mesmo tempo em que vários centros urbanos brasileiros se debate bastante sobre o direito ao “parto humanizado” ou ao “parto domiciliar”, justificando que gerar um filho deve deixar de ser um ato médico cheio de técnicas e procedimentos alheios a vontade da mulher, aqui, no outro lado do Brasil ainda é frequente o parto da maneira mais simples e natural possível.

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Ilha de Marajó - PA, Outubro de 2012.

Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior
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