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cronicas-->Sapos, cães, baldes e piscinas - I -- 28/06/2000 - 16:09 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há alguns anos escrevi uns comentários sobre sapos e o desejo de Gerta em achar seu príncipe encantado.

Hoje volto ao tema incentivado por meu amigo Granitoff, não mais para comentários romànticos, mas para por assim dizer estabelecer uma nova teoria científica.

Tudo começou quando Âmbar começou a latir incessantemente com seu latido de avisar que há sapo na piscina. Pode parecer estranho, mas qualquer criador de cães reconhecerá imediatamente quando inicia o latido de avisar que há sapo na piscina. Algum complexo mecanismo mental ao ver o cão latindo, a piscina e o sapo, fará a associação de um (o latido) ao outro (a presença do sapo na piscina) de forma inequívoca. Daí em diante, o latido poderá ser reconhecido de forma inconfundível em qualquer circunstància.

Consultando o manual da piscina nada encontrei sobre o que fazer quando houvesse um sapo dentro dela. A enciclopédia canina também não faz referência ao fato. Deduzi imediatamente que estava na presença de uma oportunidade única para fazer mais uma contribuição para a ciência e os muitos usuários de piscinas e criadores de cães em Brasília, no Brasil e, quem sabe, o mundo. Lá no fundo por alguns instantes fiquei imaginando o discurso ao receber o Nobel da paz (dos vizinhos e a minha própria quando Âmbar cessar o latido de avisar que há sapo na piscina). Passei então a agir cautelosa e criteriosamente. O rigor científico, a documentação idónea dos fatos são essenciais na busca do conhecimento. Seria bom também um dinheirinho da FINEP, mas não há tempo, terei que enfrentar a situação com recursos próprios. Depois eu faço um projeto só no papel e peço o dinheiro. O que fazer? Como proceder? Quantos aspectos a considerar: os direitos do sapo, como fazer com que Âmbar parasse de latir?, o que pensarão os vizinhos que, a esta altura já deverão estar assistindo de suas janelas escondidos atrás de cortinas?. Estarão rindo?. Estarei pagando mico ao sair de pijama ao pátio? Questões tão cruciais para serem resolvidas num piscar de olhos.

Primeiro a equipe. O trabalho em equipe é sempre muito importante. A equipe trabalha, eu comando e fico com os louros. Inajá deveria segurar a Âmbar tão logo conseguisse chegar perto dela (o que parecia improvável), eu ficaria pensando o que mais fazer enquanto Juliana fica dizendo que era preciso fazer alguma coisa e que ela tem pavor de sapo.

Aí veio a idéia. O balde de apanhar sapo na piscina. Ele se parece com um balde normal, mas tem esta incrível missão. Talvez você ao olhar para o balde parado na área de serviço tenha uma certa tendência a desdenhá-lo. Mas cuidado!. Você pode estar olhando para um autêntico balde de apanhar sapo na piscina e, só Deus sabe, a utilidade que tem um balde de apanhar sapo na piscina para quem tem uma piscina, um sapo e um cachorro. De posse do balde de apanhar sapo na piscina voltei até a piscina e apanhei o sapo. A primeira etapa estava vencida. Com isto cessou o latido de avisar que há sapo na piscina, o que, convenhamos, já é uma vitória e tanto.

Para os curiosos que desejem saber se o sapo não pulava informo que não. Pelo menos este aqui nunca pulou. Melhor nem imaginar a cena. Eu segurando o balde, o sapo pulando fora, Juliana e Inajá gritando que o sapo tinha pulado, Âmbar correndo atrás. Melhor não. Para o bem da ciência e da saúde geral do pessoal aqui de casa, de acordo com o verificado na prática vamos convencionar que sapo não pula de balde. Mas cuidado isto só ocorre com baldes de apanhar sapo na piscina. Não pode ser um balde qualquer.

Apanhado o sapo, vivo e em perfeito estado de saúde, a questão que se segue é o que fazer com ele. Talvez o melhor fosse levar até o IML para o chamado exame de corpo de delito, de modo a comprovar que ele foi capturado sem qualquer dano. Mas, convenhamos, isto ia dar muito trabalho. Assim, assumindo os riscos da falta de documentação resolvi levá-lo até a frente da casa ao lado que, não tendo ainda sido acabada, tem arbustos, moitas, grama alta. Imagino, seja um bom ambiente para o sapo intruso.

Missão cumprida, voltei aos meus afazeres.


Escrito em 21.03.1999

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