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Poesias-->Não me culpe -- 11/03/2003 - 11:58 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Razões para não me culpar:



Se instalas uma cerca elétrica

bem na frente da tua casa,

compra dois cães enormes e

os alimenta com teu ódio...



Se no ódio desses cães constrói

meu cadáver revestido como alimento

e minha pobreza como um diamante

da tua gaveta, todo meu brilho não

ofusca teu mundo. Não precisas dele...



Se não te afeto, porque me mata?

Tens medo dos meus olhos? Eles desejam

mas não sugam, só pedem. Os teus,

sim, desejam e sugam. No final, quer

levantar em cima dos meus ombros sua casa.



Se teus filhos compram Dannone e

viajam à Roma, tenho mesmo de

arrancar um biscoito no Mappin?



Eu não cresci direito, meus filhos

também não vão cresecr. Não posso

mesmo passar em frente a tua casa?

E aqueles cães? Ainda vomitam espuma

no portão daquelas grades? São animais

elétricos.

Já sei: crio asas e passo voando pelo

arame de 1.200 watts.



Não sou o Super-Homem, o Homem-Aranha...

Sou o "Homem-Barata".



Já viu a foto daquele menino? Tem uma cabeça

incomum, braços secos, um ventre gigantesco

e iluminado com asas de casca. Alcançando

seu jardim asqueroso um rajada de 1.300 watts

o eletrocuta definitivamente.



Agora, suas asas estão abertas e a fumaça

do corpo se mistura com espuma dos cães.

Estes resolvem não comê-lo. "És muito sujo,

só ingerimos rações especificamente importadas".



Meu espírito levanta para bem

longe e chega no céu. Só que

um santo não me deixa entrar:



"Tolo! Não vês que há céus para

ricos e pobres!?"



Não me culpe...



"Aqui não é teu céu!"



Antes de voltar para a Terra,

joguei um bomba naquele céu:



"Este inferno não é o céu!

Não o meu".



São estas razões que me dão

força. E passo em frente a teu

portão, muito mais vulnerável agora.



O véu escuro da tua alma

procura no vazio do esquecimento

o doce sabor das tuas virtudes...



E aqueles cães ?
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