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Contos-->A cantada -- 03/01/2003 - 04:50 (Igor Barradas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A noite já estava começando a ficar longa. A bebida já não tinha mais o sabor da novidade, o papo não estava mais com aquele vigor, as palavras pareciam cansadas e desinteressadas.O salão do bar estava no mesmo compasso, o auge teria acontecido lá pelas duas da manhã e já eram três e meia.

Mas ela não saberia dizer se o desânimo era sua opinião pessoal ou se o clima já estaria mesmo morno. Se via sozinha, sentada ao balcão pensando no dia de amanhã. O amanhã é sempre uma novidade, uma esperança que alivia a frustração de uma noite tão brocha.Virou-se para a pista de dança afim de localizar seus amigos que começavam a demorar, já estava na hora de ir embora.

E por algum motivo de afinidade inexplicável ela focaliza um rapaz do outro lado do salão. Encostado à parede, olhando para algum detalhe de seus pés. Teve a impressão de estar na mesma situação que ela. Instintivamente passou a analisar seu físico. – Nem gordo, nem magro. Nem feio, nem bonito. Mas muito simpático. E ao voltar seu olhar para o rosto do rapaz percebeu que ele à observava – Que merda! – Ela pensou. Virou-se rápida e desajeitadamente para o balcão, pegou seu copo e poe-se a olhar para ele murmurando pensamentos. – Filhinho de papai! Veadinho! Clara você é mesmo uma burra! ... tomara que ele não tenha coragem, ele não vai ter coragem de vir até aqui! Claro que não, com aquela cara de mimadinho da mamãe, de bebê. ... Mas até que poderia ser interessante, há tempos que não conheço ninguém legal, há tempos que não dou umazinha, há tempos que luto para manter o bom humor. Foda-se!!!

Derrepente fez-se um vulto ao seu lado, e antes que ela pudesse desejar pelo amor de Deus que não fosse o rapaz, ouviu sua voz com uma impostação forçada de novela das oito emitir um oi. Apertando seu copo, ela engole um put’z a seco.

- Tudo bom? – Insiste o rapaz.

- Claro! – Responde ela no rabo de olho, procurando se acalmar.

- Vejo que você compartilha do mesmo problema que o meu ... A timidez.

Sob a face de Clara um sorriso amarelo, em seus pensamentos: S.O.S., S.O.S.

- Você esta sozinha?

- Sim e não. No momento sim, mas estou com amigos que estão circulando por ai.

- Devem estar namorando, curtindo, beijando na boca... – O rapaz começa a gostar do jogo.

- Talvez.

- Então? com o olhar cheio de esperança.

- Então? Então o que?

- Por que não vamos ali?

- Caralho! “ir ali” é foda! – Ela pensou. – Olha meu amigo, não me leve a mal não, mas hoje eu tive um dia daqueles, estou cansada e estressada, e eu não vou ali com você.

- Ok! Mil desculpas. – O garoto já esta conformado com a derrota. – Não queria magoar. Na próxima encarnação vou pedir para vir de guaraná em pó, quem sabe assim, você fique mais animadinha.

- Vou ao banheiro! – Saída pela esquerda! Até que a do guaraná em pó foi boa. – Ela pensou.

Todos foram dormir na casa de Andréia. Era a casa mais próxima da balada, e os pais dela estavam viajando. Clara se divertia contando aos amigos a última aventura, servia de um ótimo digestivo para o lanche que acabaram de fazer. Andréia descascava uma mexerica. – Não liga clara, cantada ruim acontece. – Disse fazendo um certo drama. Diogo ria. – Mas a do “guaraná em pó” foi engraçada.

- Foi mesmo. Afirma clara.

E Nina sentada no colo de Diogo fazia cafuné em seus cabelos – Vejo que você compartilha do mesmo que eu a timidez. Muito engraçado!

-Que de tímido não tinha nada – Desdenhou clara.

Discordo. Não sei não, acho que ele estava nervoso, vindo com frase feita. Ele tentou. – Nina abstraída no cafuné.

Os risos foram tímidos dessa vez, houve um silêncio daqueles que acontecem quando se estar para mudar de assunto. E Neste intervalo, Clara lembrou de como estava nervosa no momento em que ele se aproximou, talvez se estivesse um pouco mais desarmada, talvez se deixassem que os primeiro segundo passassem, se respirasse e olhasse nos olhos do rapaz que nem sabia o nome, talvez, talvez, encontrasse o que tanto procura.

Mas logo Clara desanuviou seus pensamentos, não aconteceu e pronto. O grupo mudou para outros assuntos que não obtiveram o mesmo impacto, bocejos os levaram ao inevitável “boa noite”. E Clara foi deitar em sua cama improvisada na sala do pequeno apartamento, pensando no amanhã, é sempre muito confortante pensar no amanhã.


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