O uso das plantas medicinais para tratar problemas de saúde e doenças é uma prática que acompanha a história da civilização humana desde os seus primórdios.
É freqüente em todas as culturas a utilização de certas plantas com grande eficácia no tratamento de saúde. Assim, cada povo e cada comunidade desenvolveram inúmeros métodos para extrair elementos especiais de partes das plantas para curar enfermos e prevenir males.
Colocar as folhas numa imersão de água quente, desenterrar e moer raízes, extrair seivas adocicadas, coletar o pólen das flores, retirar lascas do caule, torrar sementes, são algumas das várias técnicas bastante conhecidas na produção de medicamentos.
Cada um desses métodos e técnicas surge pela experiência pessoal com base nas próprias observações ou do conhecimento compartilhado ao longo de várias gerações. Nas comunidades tradicionais (quilombolas, quebradeiras de coco, pescadores artesanais etc.) esses saberes são transmitidos principalmente pelas narrativas orais.
É justamente por causa dessa forma de construção através da prática do cotidiano e da transmissão hereditária desse saber acerca dos diferentes métodos de tratamento e prevenção às doenças que surgiu o termo “Medicina Tradicional”. Enquanto a “Medicina Moderna” só pode ser aprendida por poucas pessoas que têm o privilégio de ingressar num curso universitário, a “Medicina Tradicional” está presente na vida de qualquer pessoa por mais simples que seja o local onde ela vive.
Antigamente, era impensável imaginar que essas duas formas de conhecimento, o tradicional e o acadêmico, pudessem coexistir pacificamente. Muitos argumentavam que a forma tradicional de tratar doenças seria extinta com o passar do tempo.
Recentemente essa idéia de antagonismo entre os diferentes saberes está diminuindo, de modo que é possível ver iniciativas que unem a prática da medicina popular com os conhecimentos acadêmicos no enfrentamento dos processos de saúde-doença.
Isso tem tido enorme reflexo na vida de milhões de pessoas, pois é um dos diferentes caminhos possíveis a ser trilhado para quebrar paradigmas e construir novos rumos para o desenvolvimento econômico, socialmente justo e com respeito ao meio ambiente.
