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cronicas-->Violência não se resolve apenas...-mscx -- 29/09/2002 - 12:58 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VIOLENCIA NÂO SE RESOLVE APENAS COM POLICIAMENTO
E DECRETOS

Maria do socorro Xavier

O que leva um homem bem dotado intelectualmente
e de status social elevado, de comportamento dito como nor-
mal, cometer um homicídio, vitimando a mulher que dizia tan-
to amar (caso do assassinato da jornalista Sandra Gomide pe-
lo jornalista Pimenta Neves) reportagem publicada na Revis-
ta Isto É,agosto de 2000.
- por amor? que amor é esse que leva a matar? Longe de que-
- rer julgar ou execrar quem quer que seja; mas Amor é vida,
- morte é destruição. Já se disse que "quem ama não mata".
- Teria influído o tipo de educação familiar que teve tal jor-
- nalista, qual seja aquela que incute, que o homem pode
- subjugar, exercer domínio total sobre a mulher, tendo-a
- como objeto ?
- Que traumas o jornalista trazia reconditamente, a ponto
- de não suportar uma perda amorosa, cometendo um crime passional? Pelo fato dele ter ajudado a jovem jornalista a
- crescer profissionalmente e terem tido um relacionamento
- amoroso, não lhe dava o direito de exercer sobre ela, total
- poder, violando sua liberdade de escolha.
- Apagara-se a razão naquele jornalista, dominado
- por forte emoção de egoísmo, mandonismo e ciúme exa-
- cerbados. Diz-se que todos os seres humanos têm o seu momento de loucura e neste instante, sob forte desequilíbrio emocional, poderão cometer as mais torpes ações.
- Seria falta de fé, de lucidez espiritual e mental, que afasta
- o homem do bem, ficando vulnerável ao mal?
- O psiquismo humano é impenetrável.Convive-
- se com as pessoas durante muito tempo e não se chega
- a conhece-las profundamente. Ocultam suas obsessões
- fobias, verdadeiros vulcões em erupção.Os seres huma-
- nos são caixas de surpresas.
- O homem está condicionado por uma herança
- cultural patriarcalista, na qual a mulher era alienada e opri
- mida.Ficou séculos neste contexto, obstada sua consciên-
- cia crítica e tolhida em seus anseios de libertação e direi-
- tos. Já no Gênesis assim é concebida : " a mulher é par-
- ceira do homem e não sua serva". Mas por mais que atual-
- mente os movimentos pro libertação da mulher tenham
- procurado conscientizar a população, no fundo, há um
- ranso ainda patriarcalista por parte de muitos homens.
- O ato desse jornalista, como a de tantos ou-
- tros que vitimaram mulheres é um exemplo desta heran-
- ça cultural, que resiste em aceitar e ver com bons olhos
- a independência da mulher. A Declaração dos Direitos
- do Homem e do Cidadão, coloca a mulher em nível igua-
- litário com o homem; mas uma coisa é a lei, outra é a
- práxis da sociedade.
- Vimos também na revista Isto É, o caso do
- traficante Ricardo, de São Paulo. Apesar do jornalista
- e do traficante pertencerem a classes sociais diferentes,
- são produtos de uma mesma estrutura e conjuntura so-
- cial, política, económica e cultural. Vivemos sob um
- sistema excludente e competitivo, no qual seres exercem
- poder sobre outros, levando a coação e a morte.
- O quadro negro do traficante Ricardo, pro-
- duto de uma conjuntura complexa pela qual passa o país, no àmbito de uma política económica recessiva, do desemprê-
- go, da falta de ocupação construtiva, da falta de perspectiva
- educacional e profissional para os jovens, leva-os, via de regra, à marginalização, principalmente os jovens de periferia, que
- enveredam pelas drogas, pelo tráfico, pelo crime, por todo
- tipo de violência, que causa pànico na população brasileira
- deixando-a sem nenhuma segurança. Segurança pública
- só não basta, pois as raízes da violência, são de ordem social, política e económica.Com leis e decretos não se extermina
- a violência e sim com a adoção de políticas mais justas,
- aumentando o emprego e a renda. Educando melhor os jó-
- vens e erradicando o analfabetismo.
- Traficantes e outros excluídos da sociedade têm no
- crime e congêneres, seu meio de vida e de morte. dominam,
- aterrorizam escolas, ruas, bairros, formando um "poder´ den-
- tro de outro Poder. instaura-se um verdadeiro círculo vicioso
- num caminho de difícil volta e reencontro com a vida.
- Em síntese, ambos os quadros refletem um jogo
- de poderes num país em crise múltipla: estrutural e ética, no
- qual tanto mulheres, homens e jovens encontram-se atados. Jornalistas pequeno-burgueses, mulheres de classe média
- em ascensão, traficantes e outros discriminados da socie-
- dade, são peças da grande engrenagem capitalista. Sistemas
- inadequados e povo semi-analfabeto é terreno propício para
- competições, injustiças, opressões, consumismo, que inci-
- ta a busca fácil de dinheiro. Aí a mulher é utilizada pela mi-
- dia com a vulgarização do seu corpo bem como o crime é a todo dia banalizado.
- Destarte, são inúmeras as causas da violência:
- a distribuição desigual de riquezas que dificulta aa condições de sobrevivência, falta de uma política social centrada no ser
- humano e não no lucro e acúmulo de riquezas nas mãos de
- poucos. Uma política agrária que realize o homem do campo no seu habitat rural, evitando sua migração forçada para as
- favelas urbanas. Escola para todas as crianças e melhor Assis-
- tencia médica à população.
- São tantas as lacunas geradoras de violência. O
- homem atual está em descompasso , em desequilíbrio consi-
- go mesmo e com o mundo cruel. Perdido, urge uma liberta-
- cão global, não só da mulher, mas de todos os segmentos
- da sociedade.
- Mas há outros tipos de violência, além dos
- já aqui mencionados:
- a violência do não respeito ao ser humano no cotidiano
- da vida; a acomodação comprometedora, enfim a desumanização, a violência de poder e não fazer...
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