Sim
É bela a boca
Delicioso o beijo
Lábios grossos, ferventes
Procuram pelos meus
Justo os meus
Desamparados
Largados
Esperando uma boca para beijar
Beijando ardentemente a boca já quente
Elevando a temperatura
Tocando a pele
Enquanto seus cabelos negros se misturam aos meus
Sim
É dela a boca
São dela os olhos negros
Perfeitos, profundos
Vigiam-me
Fecham-se
Para sentir ainda mais a já intensa vibração
Nossas bocas não desgrudam
Nossos olhos não se abrem
Estamos presos um ao outro
Atados pelo desejo repentino
Desconhecido até então
Desligados do mundo ao redor
Indiferentes ao perdão
Sim
São nossos olhos
Nossas bocas
Perdidos entre eles
Unindo nossos corpos
Tua pele doce me pede
Resistente à fumaça dos cigarros
Minhas mãos inquietas te desejam
Meu corpo não se controla
Pertencemos um ao outro
Enquanto, no céu, a lua estiver a brilhar