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Ensaios-->MEMÓRIAS DE ROLANDO DE NASSAU. -- 17/01/2012 - 16:24 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Doc.JB
Música – No. 765
Rolando de Nassau nassau@abordo.com.br
MEMÓRIAS
(Dedicado à leitora Nieda Gomes Hollanda, de Brasília, DF)
“Um público comprometido com a leitura
é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável
e não crê em lemas que alguns fazem passar
por idéias” (Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel
de Literatura – 2010).
No próximo dia 13 de dezembro, acontecerá o lançamento da íntegra
das minhas memórias (http://www.abordo.com.br/nassau/), em comemoração dos
60 anos (1951-2011) de minha atividade na crítica musical.
Agradeço a Deus por ter-me ensinado a contar, depois de ter aprovei-
tado os meus dias (Salmo 90: 12; Eclesiastes 11: 9). Uma das vantagens do enve-
lhecimento é que alguém pode dizer que viveu no passado ... O problema é que, sen-
do repentino, às vezes essa pessoa não teve o cuidado de contar esse tempo. Outra
vantagem do envelhecimento é que alguém não está condenado a repetir os erros do
seu passado e a elogiar os desmandos dos jovens no presente.
Tenho revivido meu passado por causa das muitas recordações; estão
seguramente entesouradas, inclusive as decorrentes de diálogos e debates. Lembro-
me de quase tudo (inclusive do funeral de Francisco Fulgêncio Soren, que era o pas-
tor da Primeira Igreja Batista quando nasci em 1929 no Rio de Janeiro) o que acon-
teceu nos últimos 79 anos!
Quando comecei a escrever minhas Memórias, os acontecimentos subi-
ram à consciência, sem qualquer esforço; pensava na próxima palavra a ser escrita
tão depressa quanto um compositor pensa na próxima nota.
Enquanto escrevia, sendo hipnotizador de mim mesmo, concentrava
minha atenção em certos objetos e lugares, em determinadas reuniões e fisionomias,
que tinham relação com a vida musical e o ofício da crítica: o Teatro Municipal, o Co-
légio Batista, a cadeira do Dr. Almir Gonçalves, livros e discos fonográficos, uma reu-
nião soturna em abril de 1964, as sedes da JUERP na Praça da Bandeira e em Tomás
Coelho, a PIB-RJ e as igrejas em São Francisco Xavier, Madureira e Campo dos A-
fonsos ...
No bairro carioca do Estácio (reduto da música popular), passei minha
infância. Vivia numa residência bem modesta, onde predominava um ambiente de ri-
queza musical. Minha mãe, Frederica Torres, em 1939 comprou um “Philco”, nosso
primeiro receptor de rádio. Graças a esse aparelho, na década de 40, em plena Segun-
da Guerra Mundial, podia ouvir, quase diariamente, a orquestra filarmônica regida
por Wilhelm Furtwaengler (1886-1954), através das transmissões em ondas curtas da
rádio estatal de Berlim. A educação auditiva contribuiu para a formação do gosto mu-
sical e a crescente inclinação para o estilo erudito e a crítica. Ninguém conseguirá bom
gosto musical frequentando o “Rock-in-Rio”, em contato pessoal ou pela mídia.
Na Internet comentarei vários artigos, inclusive as polêmicas e rusgas de
que participei, e meus relacionamentos com regentes, compositores, intérpretes e leito-
res.
Nos últimos 60 anos, a atividade foi exercitada em 40 periódicos, evan-
gélicos e seculares, produzindo cerca de mil artigos, dos quais mais de 780 foram es-
critos para “O Jornal Batista”.
Certamente, teve o propósito de renovar a crítica musical, estimular o
leitor à pesquisa, incentivar as editoras e gravadoras à divulgação das obras musi-
cais sacras e avaliar o potencial da música nas igrejas evangélicas.
O objetivo exato de minhas memórias é dar a conhecer as circunstân-
cias em que foram escritos os meus artigos. Sei que esse objetivo é arriscado.
Minha crítica ajudou a corromper ou a melhorar os nossos costumes?
Por que alguém compõe música? Às vezes, por dinheiro. Por que toca
música? Quase sempre, por dinheiro. Por que ouvimos música? Por prazer. Por que
escrevi sobre música? Por necessidade.
Desde o início, em 1951, senti a necessidade de visar o desempenho dos
músicos no meio evangélico e levar os leitores a refletir sobre a execução musical nas
igrejas.
Será a primeira vez na imprensa evangélica que um colaborador reve-
lará os bastidores de seu ofício.
Os internautas que acessarem minha página tomarão conhecimento de
peculiaridades de Guilherme Loureiro, Levino Alcântara, Heitor Argolo, Dorivil de
Souza, João Wilson Faustini, Norah Buyers, Bill Ichter, João Genúncio, Saulo Velas-
co, Ruy Wanderley, Marcílio de Oliveira Filho, Ebenézer Gomes Cavalcanti, Albéri-
co Alves de Souza, João Filson Soren, Ernani de Souza Freitas, José dos Reis Pereira,
Nilson Dimárzio e Rosber Neves Almeida, entre outros.
A memorialística é um gênero literário que tem sido pouco usado pelos
críticos musicais. Os confitentes são ainda mais raros. Rousseau intitulou suas memó-
rias de “Confissões” ...
Nesta oportunidade áurea, presto homenagem a Nieda, minha fiel espo-
sa e dedicada leitora, que aplicou aos meus artigos o seu crivo doméstico.
Começo as minhas memórias lembrando os anos dourados. Termino-as,
recordando os anos cinzentos de qualquer crítico musical ...
Todas estarão sempre expostas diante do leitor de boa-fé ...
- x –
(Publicado em “O Jornal Batista”, de 04 de dezembro de 2011)
13 set 2011
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