Exangue a mão
que pinta o branco,
ingênua e tênue
o pulso é franco.
sob o luar
pincela a rua,
acena em cena,
na tinta, a pena!
O vulto obscuro
no muro puro
com tinta pinta
um ponto duro!
O muro eu juro
avilta a rima,
o muro é sujo
com tinta em cima!
Que pena, a pena
manchou o muro.
O muro escuro
é muro impuro.
Turva-me os olhos,
sombreia o chão,
enche-me o peito
de indignação!
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Maria da Graça Almeida |