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Artigos-->8. DESAFIANDO O PERIGO -- 16/03/2002 - 06:42 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Para muitos encarnados, sequer pensar nos termos pelos quais o fazemos já é correr o risco de desviar do caminho reto do bem, aquele mesmo que nos irá facultar crescimento adequado para sermos recebidos em festa no etéreo. Podemos afirmar que muitos de nós pensávamos exatamente assim e nem por isso deixamos de ir visitar as agruras das regiões abissais, porque estávamos muito crentes de que tínhamos o pião na unha, ou seja, de que o nosso procedimento era impoluto, a mais não caber em nós o orgulho de sê-lo.



É como o indivíduo que domina suficientemente o vernáculo para realizar peças perfeitamente lúcidas quanto ao testemunho das idéias e precisão dos conceitos. No entanto, ao se arremessarem pelas estradas mais dificultosas das obras de criação, verificam que pouco conhecem além da humana mediocridade, justamente aquele cabedal que corresponde ao que todo o mundo é capaz de ler e interpretar.



Longe de nós, contudo, arvorarmo-nos em letrados o suficiente para redigirmos de maneira assaz original, a ponto de nos perdermos no encaminhar dos pensamentos, porque, neste tipo de mensagem a que nos propusemos, vale, mui particularmente, o desejo de fazer-nos absolutamente compreensíveis, mais ainda quando os temas não são aqueles conhecidos ou cujos desenvolvimentos estejam na mente desperta dos leitores.



Eis que dispusemos atrevidamente a respeito de conceito totalmente desprovido de importância e o fizemos de forma a demonstrar que temos capacidade para realizar algo em qualquer setor da transmissão mediúnica. Sendo assim, pomo-nos perigosamente na linha de frente dos que, vanguardeiramente, desejam despojar-se das intuições, o que fará que se assemelhem bastante aos que pretendem conturbar a mente dos encarnados, favorecendo-lhes o desenvolvimento de idéias abusadas, paralelamente conduzidas segundo os preceitos mais firmes da teoria kardequiana, justamente naqueles pontos em que a doutrina falece perante o desconhecimento dos fluidos e energias de superior contextura.



Para os encarnados que não sabem caracterizar exatamente como é que se dá a transmissão dos conceitos superiores, dos pensamentos incompreensíveis para seu intelecto pouco acostumado aos padrões que raiam pela luminosidade dos ambientes em que todas as virtudes se completaram, porque se cumpriram os carmas inerentes ao grosseiro desempenho das mentes perniciosas, textos como o nosso podem dar azo a tremores de medo, aquele pavor de quem se sente muito próximo do demônio, sem ter exata consciência do que seja a maldade que faz vibrar os mais estranhos sentimentos, terminando por engolfar qualquer tipo de ingenuidade, que os terrores soem acontecer quando do despertar para a extensão real dos males que se provocam e não dos que se suspeitam.



Nós não tememos as reações de quantas pessoas, a todo momento, se benzem e oram para não serem tragadas pelas tentações dos conceitos cujo vislumbre de coerência esteja ao seu alcance. Essas almas irmãs não querem pecar e se põem constantemente nas mãos dos espíritos superiores, para que as livrem dos pensamentos que possam onerar todos os seus impulsos de benemerência em prol dos sofredores. São tímidas, eis tudo. Mas como prosseguir sendo timoratas e, ao mesmo tempo, incapazes de decifrar o conteúdo conceptual de cada termo com que se defrontam pela primeira vez? No caso da liberdade de expressão idiomática, a solução está na consulta imediata do dicionário.



Quando se trata de preceitos não totalmente claros, com ares, portanto, de possível engodo, tanto que fogem ao ritual das benesses mais comuns da pregação da moralidade para a aferição da divina misericórdia, aí a coisa muda de figura e os temores crescem na proporção da ignorância ou do desinteresse pela decifração dos enigmas que os textos mais audaciosos propõem.



Fiquemos aquém de nossas possibilidades e nunca progrediremos. Se não tivermos a coragem de nos aventurarmos mar adentro, jamais iremos descobrir os mundos novos.



— Mas muitos foram os marujos que perderam a vida nessas travessias, porque não cuidaram de amealhar suficientes informações a respeito da arte da navegação.



Tudo bem. Não vamos discutir que existam os que deram passos mais largos do que as pernas o permitiam, entretanto, quantos conhecimentos não se despertaram, quantas necessidades não se revelaram e quantas perspectivas não se abriram pela temeridade dos que não se contentaram em, perenemente, viajar costa à vista, de modo seguro mas absolutamente incapazes de vôos transcendentais. Numa época em que as naves cortam os espaços e se pensa em colocar pessoas nas órbitas de outros planetas, que a Lua já foi devassada, ficar avesso ao destemor dos textos mais corajosos não é sequer possuir o sangue-frio dos que saem em toscas jangadas, para capturar o pão de cada dia além da linha do horizonte.



Para que esta defesa agora, quando as mensagens anteriores têm demonstrado extremo cuidado com o respeito que se deve ter em relação àqueles a quem Jesus prometeu a posse da Terra, porque são humildes e porque serão bem-aventurados? É que a aspiração de uma existência sempre ligada ao mundo físico não condiz com a ênfase que os espíritos de luz deram à lei da evolução, quando responderam às questões propostas por Kardec.



— Quer dizer que vocês têm todas as respostas e se postam para além dos códigos espíritas?



Em absoluto. Estamos simplesmente advertindo para o proceder intelectual medroso, como se a misericórdia do Pai não soubesse distinguir os que possuem boa vontade e verdadeiro amor, no exercício da caridade desinteressada dos lucros espirituais imediatos, daqueles que se utilizam de todas as armas, mui especialmente estas que podem ser oferecidas pelo enredar mediúnico, com o fito de fazer desandar os objetivos vitais de expiação, de resgate, de conciliação e de salvação de quantos estejam ao alcance de nosso poder de amparar.



Não vamos responder com Jesus nem com Kardec. Recomendamos, simplesmente, que tomem muito cuidado, porque nunca é demais saber se a arma está carregada, quando se tem por missão defender a própria existência. Não obstante, quem portar aparato bélico e não souber exercer o direito de empregá-lo em favor do bem é melhor freqüentar os centros de treinamento, porque poderão correr o risco de efetuarem disparos inócuos ou capazes de atingir os próprios pés.



Sempre que chega às mãos de nossos médiuns, este tipo de mensagem faz que se desgostem do emissor, muito embora se alegrem sobremodo quando percebem que o enunciado é complexo e a forma lingüística sofisticada. É que gostariam de algo mais sólido, de assertivas mais contundentes, de conselhos dirigidos em função de se corrigirem pendores ou procedimentos, através de exemplificação vivaz e peremptória. Textos simplesmente intuitivos, sem público-alvo definido, não atraem os mediadores, que tendem a esquecer tais produções no fundo de seus baús, porque não se atrevem à exposição às críticas dos amigos e companheiros de estudos doutrinários.



É pena.



Por outro lado, os que assumem a postura contrária, ou seja, os que enfrentam os dissabores das respostas negativas, terminam por se isolar e por fomentar os atributos inerentes a surdo negativismo, primeiro voltado para a incompetência de discernimento dos críticos, depois para sua própria incapacidade de percepção de que o tempo gasto poderia bem tê-lo sido de maneira mais proveitosa, caso se tivessem devotado a aconselhar espíritos sofredores, em reuniões de desobsessão. Um caso mais raro mas que pode trazer um pouco mais de luz para este tipo de demonstração é o dos médiuns que vão além do pessimismo dos dois tipos anteriores e passam a reivindicar comunicações de caráter absolutamente incompreensível, terminando por oferecer a alguns espíritos igualmente descontentes com sua condição mediana a oportunidade de exporem teorias próprias da mais completa falta de fundamento na realidade. Tomam os próprios pensamentos como a verdade mais coerente com os fatores existenciais e se tornam obsessores de si mesmos.



Evidentemente, percorremos todo o espaço possível dentro dos limites das ações humanas, em termos de estabelecer os diversos padrões para o resguardo consciente das operações mentais. Se incentivamos o arrojo, também manifestamos o pendor para o sacrifício controlado pelos valores evangélicos mais lídimos, dentro dos parâmetros da fé segundo Kardec, que a queria delimitada pela razão.



Ficam as conclusões por conta dos que gostariam de ler as nossas manifestações muitas vezes, para a fixação do quanto têm de pueris, mediante as diretrizes do Espiritismo fundamentadas no princípio de que fora da caridade não existe salvação.





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