Usina de Letras
Usina de Letras
301 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62165 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50574)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4754)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->O reconhecimento da Palestina -- 12/01/2011 - 15:25 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O RECONHECIMENTO DA PALESTINA

Andrés Oppenheimer - Para o `Miami Herald` - Tradução de FRANCISCO VIANNA

Terça feira, 11 de janeiro de 2011

MIAMI – Após a recente decisão do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Equador e do Chile, de reconhecer oficialmente um “Estado da Palestina”, os partidários da causa estão se preparando para o próximo grande passo: uma declaração regional que reconheça um ‘estado palestino’ num território que inclua Jerusalém oriental e outras zonas que estão atualmente em mãos israelenses. Tudo parece indicar que essa proposta será debatida numa cúpula de países sul-americanos e árabes que será levada a cabo em 16 de fevereiro próximo em Lima, no Peru. Os organizadores dizem que essa cúpula será assistida por nove presidentes latino-americanos e por 11 chefes de estado árabes.

Na América latina não há um consenso absoluto sobre se realmente chegou o momento de reconhecer um estado palestino, ou sobre como fazê-lo. Brasil, Argentina, Bolívia e Equador já reconheceram um ‘estado palestino’ nas fronteiras anteriores à guerra de 1967, na qual Israel ocupou – ou recuperou, segundo a posição a ser apoiada por cada um – Jerusalém oriental, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. A Venezuela é uma defensora apaixonada da causa palestina, e o Uruguai tem anunciado que logo reconhecerá oficialmente o ‘estado palestino’.

O Chile manteve certa distância da postura liderada pelo Brasil, ao reconhecer um ‘estado palestino’ sem fazer alusão às fronteiras anteriores a 1967, e o Peru disse que ainda não decidiu se irá somar-se aos reconhecedores. A Colômbia, no entanto, afirma que não reconhecerá um ‘estado palestino’ até que os líderes israelenses e palestinos não selem um acordo de paz e de reconhecimento mútuo.

Walid Muaqqat, o ‘embaixador’ palestino na Argentina, disse que na cúpula de Lima 'vai solicitar que se assine uma declaração que reconheça o ‘estado palestino’ soberano e independente sobre as fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967, incluindo Jerusalém oriental como a capital desse ‘estado’ palestino'. Isso é o que dispõem as resoluções da ONU que exigem que Israel se retire dos territórios ocupados, acrescentou.

Mas Israel e Estados Unidos dizem que o reconhecimento dos países latino-americanos de um ‘estado’ palestino dentro das fronteiras anteriores a 1967 é um obstáculo considerável intransponível para o diálogo de paz, e advertem que as resoluções da ONU exigem uma solução negociada do conflito palestino-israelense.

Pior ainda, a atual ofensiva pró-Palestina da América latina distanciará mais ainda os palestinos da mesa de negociações, dizem os diplomatas israelenses. O porta-voz do Ministério do Exterior de Israel, Yigal Palmor, diz que um reconhecimento latino-americano de um ‘estado’ palestino seguindo os delineamentos da recente declaração do Brasil seria 'contraproducente'. E acrescentou: 'Neste momento, os palestinos se negam a voltar à mesa de negociações. Um reconhecimento desse tipo os motivaria ainda mais em não reassumir qualquer tipo de negociação com Israel'.

Minha opinião: o mais provável é que a cúpula emita uma declaração final que se aproximará muito desse tal reconhecimento regional de um ‘estado palestino’ nas fronteiras anteriores a 1967, o que, todavia, ainda não existe. Seria melhor que adotassem uma postura mais equilibrada.

Caso os países latino-americanos estejam decididos a chafurdarem no pântano da política do Oriente Médio, faria mais sentido fazê-lo de maneira equânime. Tudo bem que queiram apoiar o ‘nascimento’ de um estado palestino, mas para isso deveriam esperar que tal estado possa realmente alcançar as condições políticas e econômicas essenciais para nascer, ou a possibilidade de um aborto ou de um natimorto seria enorme.

Tudo bem que queiram pressionar o governo linha dura de Tel-Aviv para que congele os assentamentos de colonos e se retire de varias áreas disputadas, como fez em Gaza. Mas, ao mesmo tempo, teriam que pressionar os palestinos para que reconheçam o direito de Israel existir como estado judeu, e para que abandonem sua exigência de que Israel permita o ingresso de mais de 3 milhões de descendentes de refugiados palestinos, o que implicaria num aniquilamento econômico de Israel pela via demográfica.

Uma postura regional, que pressione tanto israelenses como palestinos a chegarem a um acordo de paz, respeito e reconhecimento mútuo, seria muito mais construtiva.




MEU COMENTÁRIO: SOBRE A EXISTÊNCIA DE UM ESTADO PALESTINO.

O Brasil, a Argentina, a Bolívia e o Equador já “reconheceram” um ‘estado palestino’ a ser conformado dentro das fronteiras anteriores à guerra de 1967, na qual Israel ocupou – ou recuperou, segundo a ótica de cada um – Jerusalém oriental, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. A Venezuela é o país que mais se esgoela pela 'causa palestina' defendida pelo Irã. Também o Uruguai já anunciou que logo reconhecerá oficialmente o ‘estado palestino’.

O que é preciso RECONHECER, no entanto, é a precariedade do arremedo de estado em que se constitui a ANP (Autoridade Nacional Palestina), que para existir depende do dinheiro que lhe enviam os EUA e o próprio Israel, além de alguns outros poucos. Isto reside no fato dos palestinos – antes um povo nômade e que foi fixado na região pela construção de cidades como Gaza pelos judeus, após a criação do estado de Israel numa área colonizada pelos ingleses – nada produzirem, nem no setor primário (agropecuário), nem no secundário (industrial) e muito menos no terciário (serviços). O PIB (Produto Interno Bruto) dos palestinos é praticamente INEXISTENTE. Como então tributar para arrecadar, uma vez que qualquer estado vive se seus tributos sobre a atividade econômica de seu povo?

Ao estado de Israel interessa, e muito, a criação de um Estado Palestino de fato e de direito, pois seria muito mais fácil e viável lidar com um estado do que com pessoas e grupos – quase sempre terroristas e hostis aos judeus – para resolver suas pendências de vizinhança, pacifica ou até belicamente. Na ausência de um Estado Palestino, os israelenses são obrigados a agir militarmente contra os militantes que se dedicam ao terror de disparar foguetes de ‘montagem caseira’ (fornecidos por contrabando principalmente pela Síria, pelo Líbano, e pelo Irã com vistas grossas dos egípcios) e de ataques jihadistas de homens-bombas. Não há interlocução oficial e diplomática e, com isso, os judeus apenas se defendem como podem, e os estados que lhes são hostis continuam usando os palestinos como `bucha de canhão` na sua ação indireta contra Tel-Aviv.

Para que surja qualquer solução do conflito no horizonte do Oriente Médio, é necessário e imprescindível que as lideranças palestinas – se houverem – se convençam de que devem abdicar de fazer o jogo anti-semita dos países que querem combater Israel -- mas não têm coragem nem poderio para fazê-lo diretamente – e deixem de fazer o papel decadente de ‘bucha de canhão', nessa luta decadente e inglória. Por outro lado, o Estado de Israel é uma realidade insofismável e perene na região e o Estado Palestino parece ainda longe disso e que, para que as coisas mudem, é preciso que ambos os lados reconheçam mutuamente o seu direito de existir, se respeitem, e, a partir daí, possam construir alguma coisa duradoura e benéfica para ambos.

Assim, o “reconhecimento” do “estado palestino” pelos distantes países sul-americanos – completamente dissociados da realidade local palestino-israelense – dominados pelas forças sinistras (de esquerda) é uma artimanha, uma manobra política totalmente inócua contra Israel e, principalmente, contra os seus aliados, os EUA e outras potências ocidentais democráticas e capitalistas. Trata-se, portanto, de uma pantomima política que, na prática, afasta o Brasil, com seus cúmplices dessa farsa internacional, cada vez mais, da possibilidade de vir a ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (por mais corrupta que essa filha de Brenton-Woods vá se tornando).

O respeitadíssimo articulista Andrés Oppenheimer, alegando que “uma postura dos países sul-americanos que pressionasse tanto israelenses como palestinos a chegarem a um acordo de paz, respeito e reconhecimento mútuo, seria muito mais construtiva”, é o que seria o óbvio se esperar de países decentes, interessados na real solução do conflito, o que, infelizmente, não corresponde à nossa realidade de um estado totalmente dedicado ideologicamente à causa antiamericana e, por conseguinte, à causa anti-semita pregada pelos seus novos “amiguinhos e parceiros”, como o Irã do ditador Ahmadinejad e a Venezuela do ditador Hugo Chávez, et caterva.

E, com isso, sob quase todos os aspectos, seguimos como uma potência travada pelo socialismo e condenada a um subdesenvolvimento auto-sustentado, como interessa à maioria das nações hegemônicas do mundo.

Saudações,

Francisco Vianna
francisco.vianna@terra.com.br





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui