Ao longo da história da humanidade houve uma grande evolução no conceito de cidadania.
A idéia de cidadão surgiu na Grécia Antiga e se referia aos habitantes das cidades que tinham certos direitos e obrigações com a sua comunidade urbana. Esse primeiro conceito de cidadania servia para diferenciar o compromisso de um sujeito que assumia certos princípios que, em geral, eram diferentes daquele morador que vivia no campo. Todos sabem que a vida na cidade é bem diversa da vida no campo, o que desde aquela época implica numa postura diferente por parte do morador urbano.
Com o passar das transformações históricas da sociedade o Estado aumentou sua presença e, com isso, a cidadania adquiriu uma escala qualitativa e quantitativamente maior, englobando com isso a idéia de que o cidadão é aquele que tem compromisso com a nação.
A revolução industrial trouxe uma nova ordem no mundo, pois ela transformou a sociedade moderna de um jeito incrível, fazendo com que os trabalhadores de diversas nações fossem tratados sob um regime patronal semelhante.
À medida que o capitalismo foi evoluindo e as lutas ultrapassaram as fronteiras dos países as pessoas passaram a se mobilizar a partir de questões comuns para atingirem objetivos amplos e transfronteriços.
Assim, após a revolução industrial alicerçou-se o conceito mais generalista de que cidadania se refere ao ser humano como um agente que deve participar ativamente além da cidade ou do Estado no qual está inserido.
Hoje, a cidadania envolve uma dimensão rica e bastante abrangente, pois a sua questão ultrapassa qualquer fronteira nacional, trazendo a consciência de que o cidadão moderno é aquele que tem uma atuação planetária.
É de amplo acordo que as ações que exercemos em nossa casa, bairro ou cidade têm repercussões nos lugares mais longínquos da Terra.
Tudo que fazemos pode de alguma forma interferir na vida de outras pessoas, mesmo que elas estejam vivendo muito longe, em outro país e continente.
Agora, cada um de nós é um cidadão planetário que deve pautar suas práticas de forma consciente com as questões políticas, sociais e ambientais de interesse comum da humanidade.
A proteção do meio ambiente é certamente uma questão de cidadania, pois é a maneira que temos de garantir a sobrevivência da espécie humana, que é somente mais uma entre as milhões que existem e estão interligadas nesse mundo nosso.
Partindo desse princípio, sabemos que exercer a cidadania nos faz assumir práticas políticas e sociais voltadas para a construção de uma sociedade sustentável.
Publicado no Jornal O Girassol, edição n. 295, p. 08, de 09/06/2010. Palmas – Estado do Tocantins.
Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
